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Pará também é referência em inovação mineral

No Pará, outra iniciativa que impulsiona a Indústria 4.0 é o Instituto SENAI de Inovação em Tecnologias Minerais (ISI-TM), que tem a missão de desenvolver soluções inovadoras para aumentar a competitividade da cadeia mineral brasileira. Existente há

No Pará, outra iniciativa que impulsiona a Indústria 4.0 é o Instituto SENAI de Inovação em Tecnologias Minerais (ISI-TM), que tem a missão de desenvolver soluções inovadoras para aumentar a competitividade da cadeia mineral brasileira.

Existente há dois anos, o instituto atua com pesquisa aplicada para indústria e possui uma áreas voltadas para Infraestrutura e Logística Mineral. Os projetos desenvolvidos por lá exemplificam os avanços da Indústria 4.0 no Estado.

Há, por exemplo, pesquisa para desenvolver tecnologias que empreguem visão computacional e análise avançada de dados (Advanced Analytics) - sistema semelhante ao usado em sites de streaming de vídeo como o Netflix - para reconhecimento de peças defeituosas em um processo.

“Popularmente conhecidas como ‘máquinas que enxergam’, o sistema recebe informações de câmeras especiais, roda o algoritmo de reconhecimento desenvolvido e decide pelo desvio ou não para a manutenção. Todo o processo é realizado em segundos e sem a necessidade da interferência humana, fato que aumenta a produtividade e confiabilidade da decisão”, comenta Joner Oliveira, doutor em Engenharia Metalúrgica e de Materiais e diretor do Instituto SENAI de Inovação em Tecnologias Minerais.


Infraestrutura e logística mineral são as duas principais áreas de atuação do Instituto Senai de Inovação Mineral. Foto: Divulgação SENAI

Um experimento recente foi feito na mina Salobo, que produz cobre no Pará, com o emprego da análise de dados nas rodas dos caminhões que realizam o transporte do minério no local. A escolha das rodas como item para o experimento não foi à toa: cada pneu novo, dos 40 caminhões fora de estrada usados pela empresa, custa cerca de R$ 240 mil.

Aumentar a vida útil desses acessórios traz uma grande economia para a mineradora. A ideia, então, foi otimizar a leitura das informações passadas pelos 200 a 300 sensores instalados em cada veículo, que monitoram fatores como temperatura e pressão dos pneus e geram até 2 mil “alarmes” por veículos durante um dia, para indicar possíveis desgastes causados por uma má calibragem do pneu ou mesmo uma via defeituosa.

No entanto, as milhares de informações enviadas pelos alarmes é muito difícil de ser gerida e interpretada somente pelos especialistas da empresa. Aí entra o sistema de análise de dados, que consegue “ler”, de maneira muito mais eficiente, as mensagens que estão sendo passadas pelos sensores, permitindo manutenções muito mais eficientes e pontuais nos equipamentos.

Instituto é possibilidade de parceria para empresas da área no Pará. Foto: Divulgação SENAI

“As informações geradas pelo alarme já existiam. Daí, quando tínhamos um alarme vermelho, o técnico ia lá e parava o equipamento. O que o Analytics fez foi ler o que os alarmes estavam falando. Pessoas não conseguem dar conta de todos esses alarmes, mas as análises inteligentes do sistema sim”, explica Renato Gomes Costa, gerente de Tecnologia da Informação da Vale.

O estudo iniciou em agosto de 2016 e, em pouco mais de um ano, a economia obtida foi de US$ 8 milhões. Na prática, pneus que tinham vida útil de aproximadamente 2.600 horas agora rendem mais de 3.500 horas.

O estudo ainda deve ser ampliado para atender às informações geradas pelos motores e sistemas de transmissão dos veículos, por exemplo. “Fazendo análise em cima deles [outros equipamentos] poderemos ver que mensagens estamos recebendo dos sensores e que não estávamos conseguindo ler”, esclarece Renato.

A expectativa é que US$ 90 milhões sejam economizados com a ampliação do processo de transformação digital na Vale até o final de 2018.


Sensores inteligentes e análise avançada de dados rendeu economia de US$ 8 milhões à empresa Vale. Foto: Ricardo Teles/Agência Vale

O Instituto Senai de Inovação também um projeto na área de Biotecnologia Mineral dentro do Instituto, no qual é empregado microrganismos para tratamento de resíduos e extração mais limpa de minerais, evitando o uso de um elevado volume de insumos químicos.

“A Associação Brasileira de Biotecnologia Industrial projeta que o emprego de soluções biotecnológicas possa melhorar a produtividade da indústria em até 40% através da redução do consumo de insumos.”, explica Joner.

A criação e desenvolvimento dos projetos pode levar de três meses (com apresentação de resultados de menor volume, mas com representatividade para a empresa) a até cinco anos (com diversos produtos entregues ao longo da execução).

“Neste sentido, é extremamente importante o contato com as empresas para estabelecimento das demandas. O ISI-TM está prontamente à disposição da indústria para novos desafios”, diz o gestor do Instituto de Inovação.

E o Pará é, sem dúvida, um dos maiores celeiros para o desenvolvimento da Indústria 4.0 no País: segundo Joner, o Estado é “um dos maiores polos de investimentos nacional, o direcionamento destes recursos para uma indústria mais produtiva é fundamental para o Estado, sendo o momento amplamente propício a isto”.

Joner pondera que, historicamente, regiões com grandes recursos naturais podem até ficar atrás nos processos produtivos, já que outras, “com menor volume de recursos, tendem a desenvolver tecnologias para aumentar a produtividade, o popular tentar fazer ‘mais com o menos’”, explica Joner, mas isso pode ser modificado.

“O Pará possui grande capacidade de mudar esta perspectiva, sendo a inovação o caminho para isto”, conclui o gestor.

Reportagem: Hélio Granado

Multimídia: Vicente Crispino

Vídeo: Kaytson Vila Nova

Coordenação Executiva: Mauro Neto

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