Um estudo chamado Mosaico 2.0, que mapeou o comportamento sexual dos brasileiros, 55% das mulheres ainda enfrentam dificuldades de atingir o orgasmo. E a maior parte dos obstáculos para chegar ao ápice do prazer feminino são psicológicos, segundo a psiquiatra Carmita Abdo, do Programa de Estudos em Sexualidade da USP.
Veja uma lista dos 10 fatores mais comuns que impedem as mulheres a alcançar o orgasmo, e saiba como contorná-los.
1) Acreditar que o orgasmo depende apenas da penetração
A psiquiatra Carmita Abdo afirma que só um 1/3 das mulheres chega a orgasmo com penetração. Outro 1/3 o alcança por meio do clitóris e o restante nem consegue atingi-lo. Quem faz parte do último grupo, deve, segundo a especialista, considerar três razões primordiais: falta de repertório sexual, penetração precoce e descuido nas preliminares –parte fundamental do processo.
2) Preocupação em excesso
Entrar no sexo muito preocupada em ter orgasmo, prejudica. “Ele é só a terceira fase do ciclo de resposta sexual. Antes, tem o desejo e excitação”, conta a psicóloga e sexóloga Priscila Junqueira, de Campinas.
Se as duas primeiras etapas não forem bem executadas e curtidas, haverá prejuízo na resposta final, quando corpo e mente precisam entrar em repouso.”, continua Priscila.
3) Obrigação do ritual
Transar não é como um jogo de tabuleiro cheio de estratégias a serem cumpridas. Se a interação for mecânica e marcada por exigências, o orgasmo certamente ficará comprometido. Relaxar é a exigência número um para gozar. Deixe as regras para outras ocasiões.
4) Desconhecimento do próprio corpo
Cada corpo tem seu próprio mapa do prazer. E a melhor forma de descobri-lo é experimentando. Para Priscila, é fundamental conhecer suas zonas erógenas. Descubra o que lhe excita e crie suas fantasias. Esse conjunto de fatores dá autonomia, tira a responsabilidade do parceiro e, consequentemente, aumenta a excitação --prato cheio para o orgasmo. Toque seu corpo, explore a vulva e use brinquedinhos eróticos.
5) Aversão à masturbação
Ainda segundo dados da Mosaico 2.0, 40% das mulheres brasileiras não têm o hábito de se masturbar. Carmita conta que, até os anos 1970, a masturbação era considerada suja e doentia. O que os especialistas fazem questão de reforçar é que é uma prática extremamente saudável para a vida sexual e a primeira etapa do prazer, antes da descoberta com o parceiro.
6) Baixa autoestima e insegurança
A insatisfação com o próprio corpo ainda é um empecilho para se entregar ao prazer sexual. Por se acharem feias, fora de forma e até sujas, mulheres deixam a baixa autoestima afetar a performance.
E aí não há como se sentir confortável com as carícias. Mais do que genital, o orgasmo é uma questão emocional. Procure ajuda!
7) Depressão
Carmita destaca que a condição depressiva anula o entusiasmo, desejo, agilidade sexual e ritmo. E antidepressivos potencializam esse efeito, já que atuam diretamente no retardo da libido.
Parar de tomá-los sem que a doença tenha sido curada não é o caminho. O ideal é focar no tratamento para que, ao final, o orgasmo naturalmente chegue. Uma etapa de cada vez!
8) Ansiedade
Se o relaxamento é o potencializador do orgasmo, uma pessoa ansiosa terá dificuldade de gozar. Preocupação com o ato, pressão para dar prazer ao outro, medo de decepcionar, desconforto e falta de intimidade são alguns agravantes da ansiedade na hora do sexo. Se a situação é recorrente, procure ajuda de um especialista.
9) Cansaço e rotina
10) Traumas sexuais
Mulheres que já foram vítimas de violência, abuso e assédio podem sofrer com a inibição da sexualidade de forma geral. E isso naturalmente comprometerá o orgasmo.
“Em alguns casos, elas não chegaram necessariamente a se darem conta da agressão no momento em que ela aconteceu, mas carregam lembranças inconscientes que interferem no prazer”, explica Carmita.
Nesses casos, é imprescindível o acompanhamento psicológico para superar traumas e voltar a ter uma vida sexual satisfatória.
(Com informações do portal UOL)
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