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Jader solicita estudo sobre uso de água na mineração

A crise hídrica mundial tem exigido da sociedade e de seus representantes muita reflexão e debates na busca de soluções permanentes para a questão. O Pará, assim como toda a região amazônica, difere-se das demais regiões pela abundância de recursos hídric

A crise hídrica mundial tem exigido da sociedade e de seus representantes muita reflexão e debates na busca de soluções permanentes para a questão. O Pará, assim como toda a região amazônica, difere-se das demais regiões pela abundância de recursos hídricos. A possibilidade de um racionamento de água é inimaginável para quem convive de perto com tantos rios, igarapés e com chuvas abundantes. Mas ninguém está livre do desabastecimento visto que, está provado que a água é um bem finito em nosso planeta.

Assim como as residências em outras regiões do Brasil têm sido afetadas pela falta de abastecimento, o setor produtivo também registra o mesmo problema, quer no varejo, na agropecuária, no setor de serviços ou na indústria, inclusive na indústria da mineração, um dos polos geradores de riqueza e divisas para municípios, estados e a União e principal atividade econômica do Estado do Pará.

Preocupado com a questão futura em relação ao setor produtivo paraense, principalmente a mineração, que depende fundamentalmente da água, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) solicitou à Consultoria Técnica do Senado um estudo inédito sobre o uso dos recursos hídricos pelo setor da mineração e o risco de desabastecimento. “A discussão sobre como assegurar acesso à água a todos os segmentos, desde a dona de casa até os que atuam na fazenda, na padaria ou na indústria, deve ser priorizada pela sociedade. O que vemos é, a cada dia, mais possibilidades de que a crise hídrica se agrave ainda mais e comprometa a economia.

Analisar todos os aspectos e encontrar soluções é uma questão nacional, de todos nós” adverte o senador Jader.

Ele ressalta que, sem esta compreensão, serão frustradas as expectativas de desenvolvimento dos municípios, dos estados e em consequência do Brasil. “É o momento de união, do compartilhamento de ideias e de atitudes que favoreçam todos os setores e não o contrário”, destaca.

VOLUME

O senador esclarece que, no caso do Pará e de Minas Gerais o tema é mais preocupante, já que são os dois maiores produtores minerais do país. Na mineração, informa Jader, o consumo de água apresenta volumes expressivos quando comparada com o consumo de outras atividades, enquadrando o setor na categoria de consumidor de grande porte. “O setor produtivo não pode parar, assim como não pode haver prejuízos para a população em detrimento desta necessidade. Por isso solicitei um estudo aprofundado para que possamos encontrar uma forma de evitar tais prejuízos, tanto para a população em geral quanto para o setor produtivo. É uma proposta para assegurar o futuro” enfatiza o senador.

A necessidade de utilização de água em diversas etapas da cadeia produtiva vem fazendo com que esta seja considerada um dos principais insumos no setor de mineração, aumentando de maneira exponencial a preocupação com o conhecimento das fontes disponíveis para reposição da água consumida. A água está presente em quase todas as etapas do processo produtivo, desde a etapa de pesquisa mineral – que antecede o estabelecimento de uma mina – seguida pelas etapas de lavra, tratamento do minério até a metalurgia extrativa.

Falta de saneamento agrava crise

Minas Gerais, principal produtor mineral do Brasil, enfrenta o racionamento de água e já registra conflitos entre comunidade e produtores minerais. “Quando falta água na torneira de sua casa você se pergunta: será que o setor produtivo também está sofrendo com o racionamento?” questiona.

Para Jader Barbalho, é necessário investigar a fundo o problema já que o Pará não está livre de um racionamento. É preciso levar em consideração um dos mais graves problemas do Estado que é a fata de saneamento básico. “Não há coleta e muito menos tratamento de esgoto em nosso Estado. A poluição é um dos maiores problemas da água potável, uma vez que diariamente os mananciais do mundo recebem dois milhões de toneladas de diversos tipos de resíduos. Ou seja, nossos recursos hídricos estão seriamente ameaçados”, adverte.

“Vemos que a ausência do serviço de esgoto tem reflexos sobre a qualidade da água consumida pela população - retirada de poços, cacimbas e diretamente de rios, lagos igarapés e outros cursos d’água, onde estes estão sujeitos à poluição por falta de esgotos e estações de tratamento. Tempos atrás tinha-se a água como recurso abundante e inesgotável, como o ar não afetado pela escassez, escapando do objeto das teorias econômicas de oferta e demanda. A preocupação era permitir disponibilidade real e eficaz de água para uso de seres humanos e os seres vivos, e para atender às demandas de produção”, lembra o professor Antônio Pinheiro, do Centro de Ciências e Tecnologia das Águas da Universidade Federal do Oeste do Pará.

Jader Barbalho finalizou informando que, tão logo os estudos estejam concluídos serão apresentados para a sociedade. “Vamos promover um amplo debate. O futuro é agora e precisamos estar preparados”, concluiu o senador.

Vai faltar água em 2025, diz a ONU

A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que 18% da população do planeta não tenha acesso à quantidade mínima necessária de água potável. Nos últimos relatórios de Desenvolvimento Humano da Organização indicam que, se o consumo de água potável continuar da forma que está, países africanos e asiáticos sofrerão com uma grave escassez de água já em 2025, que afetaria cerca de 5,5 bilhões de pessoas.

Já a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) estima que, até 2025, 2/3 da população mundial seja afetada, de alguma forma, por falta de água potável. O cenário piora em 2050, quando 75% da humanidade teria pouco acesso à água de qualidade, o que prejudicaria a produção agrícola e industrial, gerando também uma crise de alimentos. No Brasil, seis milhões de pessoas não têm acesso à água tratada e apenas 37,5% de todo o esgoto no país é devidamente tratado, segundo o Instituto Trata Brasil.

Das 100 maiores cidades do país apenas 10 municípios possuem índice de tratamento de esgoto superior a 80%.As 81 maiores cidades do país, com mais de 300 mil habitantes, despejam, diariamente, 5,9 bilhões de litros de esgoto sem tratamento algum, contaminando solos, rios, mananciais e praias do país, com impactos diretos na saúde da população.


(Luiza Mello De Brasília )

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