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GERSON NOGUEIRA

Será que agora vai, Papão?

Será que agora vai? Situações dramáticas exigem atos de bravura. Foi o que aconteceu anteontem à noite, na Curuzu. A poucos minutos do término de um jogo que se encaminhava para o empate, uma bola alçada na área foi cabeceada pelo zagueiro Diego Ivo, dan

Será que agora vai?

Situações dramáticas exigem atos de bravura. Foi o que aconteceu anteontem à noite, na Curuzu. A poucos minutos do término de um jogo que se encaminhava para o empate, uma bola alçada na área foi cabeceada pelo zagueiro Diego Ivo, dando a vitória ao Papão sobre o Guarani. O gol arrancado naquelas circunstâncias foi muito festejado e o autor virou o grande herói da noite, mas não pode ocultar as imensas dificuldades criadas pelo próprio time ao longo do jogo.

O fato é que a vitória teve grande importância, pois permitiu um salto de duas posições na classificação, afastando a equipe do Z-4. A dúvida é saber se agora o time vai ter finalmente constância e regularidade, virtudes que andaram longe da Curuzu ao longo dessas 26 rodadas.

A noite começou sob o signo da agonia na Curuzu. Logo aos 6 minutos, um cruzamento da direita apanhou Bruno Nazaré livre na área alviceleste. O jogador cabeceou com precisão no canto direito da trave de Emerson. A bola ainda bateu na trave antes de entrar.

Além da falha na origem da jogada, é digno de registro o apagão geral da zaga. Perema e Diego Ivo limitaram-se a acompanhar a trajetória da bola e esqueceu de marcar o atacante.

O vacilo obrigou o time a fazer um jogo de recuperação. Levou pelo menos uns 15 minutos até que o Papão superasse o impacto sofrido e passasse a ter estabilidade em campo. Conspirava contra a tentativa de reação a desorganização do meio-de-campo, muito disperso e sem um eixo criativo.

Carandina, Augusto Recife e Rodrigo Andrade não conseguiam marcar o ataque visitante, que tinha Paulinho e Eliandro como peças mais agudas.

Na armação, Diogo Oliveira pouco participava. Lento, mantinha-se longe da zona de tiro e, com isso, não contribuía com o que tem de mais valioso: o chute de média distância, cujo índice de acertos fez dele um dos melhores jogadores do Brasil-RS na Série B 2016.

Aos 28 minutos, aconteceu a jogada que mudou a história da partida no primeiro tempo, tirando das costas do Papão o imenso peso de ter que envolver o Guarani para chegar ao empate. Guilherme entrou na área, foi tocado por Kevin e desabou no gramado. O árbitro mineiro Igor Benevenuto assinalou a penalidade, que Bergson bateu e converteu – não sem levar um susto com a quase defesa do goleiro Wagner.

Aliviado com o empate, o Papão tentou impor um sufoco sobre a defensiva do Guarani, mas a distância entre meio-campo e ataque impedia manobras mais agudas. A melhor ocorreu aos 33’, quando Ayrton foi até às proximidades da área e cruzou rasteiro. Marcão ajeitou para Bergson, que disparou um chute torto, por cima.

A segunda etapa começou em ritmo inteiramente oposto ao que se viu na primeira. Logo aos 3 minutos, o lateral Salomão levou o segundo cartão amarelo e foi expulso. Aí o Papão ficou, em tese, com a faca e a rapadura na mão para vencer. Ledo engano.

Pelos 34 penosos minutos seguintes, o time se esmerou em cruzamentos sem direção e tentativas atrapalhadas de pressionar o adversário. Com Magno e Juninho como reforços, o PSC foi todo à frente, incluindo o zagueiro Diego Ivo, que abandonou a defesa.

O esforço e a transpiração surtiram efeito. O gol salvador viria quando o desespero já tomava conta das hostes bicolores. Diego Ivo, mesmo lesionado, subiu mais que todos os 300 jogadores postados na linha da área e mandou para as redes.

Uma explosão de alegria tomou conta da Curuzu. A vitória, sofrida, foi daquelas que muitas vezes fazem um time achar seu caminho. Que o Papão encontre o seu, a tempo de evitar aperreios na última parte do campeonato.

Quando o preconceito dita as regras

Junior Amorim foi o convidado de ontem no programa Linha de Passe, na Rádio Clube, comentando o atual momento do futebol paraense. Exibiu o conhecimento prático de quem esteve por 22 anos dentro das quatro linhas e hoje se posiciona ao lado do campo, na condição de técnico.

Atento às opiniões dele sobre os nossos times, claras e substanciadas, fiquei a matutar sobre o que leva o futebol local a desprezar tantos profissionais valorosos, que se empenharam em aprender as manhas do ofício e se atualizar, mas não merecem chance nos grandes clubes.

No momento, o Remo vive a indefinição quanto ao novo treinador e vários nomes têm sido cogitados – Bonamigo, PC Gusmão e outros –, mas estranhamente Amorim nunca é sequer mencionado. A bem da verdade, nem chega a ser estranho. Esta é a velha tradição boleira no Pará.

Técnicos regionais parecem condenados eternamente ao limbo. Não contam com agentes ou empresários, não exigem altos salários e nem participam das transações para a vinda de “reforços” caros e improdutivos. Talvez por isso mesmo não atraiam a simpatia da cartolagem.

Amorim dirigiu o Pinheirense na Segundinha realizada no ano passado. Conseguiu a façanha de chegar ao título com um elenco reduzido e castigado pela crônica falta de recursos. Seu time tinha organização, jogadas ensaias e agressividade.

No Parazão, a situação ficou pior. Com a perda de vários atletas, a eliminação foi inevitável, mas o bom trabalho é até hoje reconhecido – menos pelos clubes e dirigentes.

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