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BRT: até quando suportar esse caos?

Sem uma previsão de término, as obras do sistema de transporte, na avenida Augusto Montenegro, seguem causando problemas para pedestres, motoristas e trabalhadores do local, da poeira ao trânsito lentoTRÂNSITOPryscila SoaresCom o estreitamento de perímetr



Sem uma previsão de término, as obras do sistema de transporte, na avenida Augusto Montenegro, seguem causando problemas para pedestres, motoristas e trabalhadores do local, da poeira ao trânsito lento

TRÂNSITO

Pryscila Soares


Com o estreitamento de perímetros da avenida Augusto Montenegro, em Belém, para a execução das obras do Sistema BRT (Bus Rapid Transit), pedestres, ciclistas, motociclistas, ônibus, vans, carros e veículos pesados como caminhões e carretas passaram a disputar espaço em uma única faixa disponível para o tráfego. É o que ocorre, sobretudo, no trecho que compreende os bairros do Tenoné e Parque Guajará, no sentido Icoaraci-Entroncamento, considerado o mais crítico da via pelos próprios moradores.

O calçamento é quase inexistente naquela área e as poucas partes onde há acostamento, em piçarra, foram transformadas em pista, já que motociclistas e até mesmo os ônibus estão circulando pelos locais. Entre esses dois bairros, existem pelo menos dez residenciais e dezenas de estabelecimentos comerciais.

Além da dificuldade para trafegar na pista estreita e esburacada, o excesso de poeira é outro problema que tira o sossego da população. “Não houve preparação da via para a execução dessa obra. Não tem calçada, não tem ciclovia... todos os dias tem acidente e o trânsito para completamente”, pontua o administrador Felipe Barbosa, 36 anos, morador de um residencial situado no Tenoné.

Casado e pai de uma menina de 4 anos, ele afirma que a poeira que sobe com o trânsito intenso somado às obras na avenida chega até o seu imóvel. “Traz problemas respiratórios para nós, moradores, e muita sujeira para dentro de casa e nos nossos veículos”, reforça. “É um caos total no trânsito. Poeira, acidente e trânsito lento. Todos ficam irritados”.

RISCOS

O entregador Gerson Gemaque, 23, também sente na pele as dificuldades de trafegar sobre uma motocicleta naquele trecho da avenida. Funcionário de um depósito no bairro do Tenoné, ele faz entregas até Icoaraci e gasta cerca de uma hora no trânsito para fazer esse percurso. “A pista é muito estreita. Não dá nem para desviar dos carros e o risco de acidente é constante”, diz.

Caminhando à beira da pista, próximo aos veículos, a estudante Ariane Vieira, 18, passou a evitar sair a pé de casa depois que as obras do BRT chegaram àquela área. Moradora do Parque-Guajará, a jovem diz que, além do real perigo que é caminhar pela via, outra grande dificuldade é atravessar a avenida. “Temos de andar até os retornos para atravessar. Fecharam tudo para obra e não deixaram passagem para os pedestres. É muito complicado”, reclama.

Já o comerciante Jarbas Souza, 48 anos, que trabalha em um ponto comercial, sente falta de agentes da Superintendência de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) para orientar o trânsito nos cruzamento da avenida. Segundo ele, a ausência de guardas torna o trânsito mais caótico. “É um caos total e a gente não vê um guarda. Se antes eu demorava 40 minutos para vir da Marambaia até aqui, agora, às vezes chego a fazer o percurso em duas horas”, critica.

POPULAÇÃO É OBRIGADA A FICAR EM PARADAS FEITAS DE MADEIRA E COBERTAS DE ALUMÍNIO

Em meio ao transtorno das obras do Sistema BRT (Bus Rapid Transit), as paradas de ônibus ao longo da avenida Augusto Montenegro estão longe de ser ideais para uma abrigar passageiros do sol, chuva e da poeira causada com a construção. Os pontos fixados entre a pista e o que restou dos acostamentos foram feitos de restos de tábuas e cobertas com pedaços de alumínio.

Paradas improvisadas, de madeira, foram colocadas para os passageiros de ônibus. (Foto: Maycon Nunes/Diário do Pará)

Próximo da avenida Independência, sentido Icoaraci, já se observa a primeira parada de ônibus improvisada. O ponto ainda abriga a barraca de bombons de Sheyla Soares, 44. “Quando a chuva bate, é a lona da minha barraca que protege as pessoas da água”, conta.

Em frente ao ponto, uma placa informa o valor que será gasto com o viaduto do local, parte da obra do BRT, e causa revolta. “Mais de 41 milhões para não ter parada de ônibus decente”, observa a operadora de caixa Cristina Souza, 39 anos. No sentindo Icoaraci-Entroncamento, o ponto de ônibus, antes de chegar à Estrada do Bengui, está soterrado com o resto de entulhos das obras. Ao lado, foi feita uma barraca improvisada para a população. Além de não ter banco, parte da cobertura está faltando. Do mesmo lado da pista, há outro ponto feito de madeira e com cobertura de alumínio, que como sol deixa o ambiente mais quente.

Felipe Barbosa diz que poeira e caos no trânsito prejudicam a saúde dos moradores da Augusto Montenegro. (Foto: Maycon Nunes/Diário do Pará)

RESPOSTA

Por meio de nota, a Prefeitura de Belém informou que as obras do BRT Belém visam “proporcionar mais qualidade de vida para a população e maior mobilidade na região metropolitana de Belém. É natural que ocorram transtornos. Todavia, a prefeitura tenta, na medida do possível, minimizá-los, com ações de orientação”. Por sua vez, a Semob afirmou que mantém agentes atuando ao longo de toda a avenida Augusto Montenegro, com atuação especifica em pontos críticos de tráfego, em especial no trecho atualmente em obras.

(Pryscila Soares/Diário do Pará)

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