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Historiador lança hoje livro sobre a vida de Carlos Gomes

Com 300 páginas, o livro “Carlos Gomes, uma Nova Estrela - Sou e Serei Sempre Tonico de Campinas e Brasil - Volume 2”, do historiador campinense Jorge Alves de Lima, descreve os quatro últimos meses de vida do compositor Antônio Carlos Gomes, que ficou em

Com 300 páginas, o livro “Carlos Gomes, uma Nova Estrela - Sou e Serei Sempre Tonico de Campinas e Brasil - Volume 2”, do historiador campinense Jorge Alves de Lima, descreve os quatro últimos meses de vida do compositor Antônio Carlos Gomes, que ficou em Belém de maio a outubro de 1896, quando faleceu após a metástase de um tumor na língua. Um destes momentos foi a missa celebrada na Igreja da Sé, no dia em que um navio de guerra enviado pelo governo de São Paulo partiu da cidade, especialmente para fazer o traslado do corpo até o Sudeste, que o autor conta com detalhes como o de um passarinho que adentrou a igreja e pôs-se a cantar. A publicação será lançada hoje, às 19h, em Belém, no Theatro da Paz, onde o público também poderá encontrar o volume 1.

“O Pará todo chorou. Os seus últimos dias reservaram cenas apoteóticas. Na parte da manhã, do dia em que ele foi embora, houve missa solene na Catedral e quando estava completamente lotada, com o coro cantando e a sinfônica paraense tocando, entrou um passarinho, um rouxinol do Norte, pousou na cruz do caixão dele e ficou olhando para o compositor e cantou por 10 minutos. A orquestra silenciou, o coro parou de cantar. Depois, o pássaro saiu pela porta principal. Esta mesma cena se repetiu em Campinas, foi um canarinho da terra, fez a mesma coisa”, conta o autor.

Os livros são escritos em tom de memória, com narrações do próprio autor e a partir da voz de Carlos Gomes, em suas lembranças. Na obra que será lançada hoje, o autor escreve sobre a agonia do compositor e como a cidade acompanhou o caso, em torno da casa onde ele residia, na Quintino Bocaiuva com Travessa Tiradentes. “O dia todo e parte da noite, o povo de todas as classes sociais, dos mais altos escalões do governo aos humildes operários, camponeses, se irmanavam numa só voz nas orações dirigidas a Deus e todos os santos, sob a luz tremulante das velas colocadas ao redor de sua residência. Ali também viam-se os adeptos de todos os credos religiosos, desde os católicos, protestantes, espíritas e umbandistas, orando e chorando em preces suplicantes pelo restabelecimento da saúde do seu ídolo e herói: Carlos Gomes”, escreveu o autor.

Jorge Alves Lima pesquisou a vida do compositor por cerca de 20 anos e veio a Belém para consultar documentos oficiais, registros históricos e jornais do final do século XIX, como “A Província do Pará”, “Folha do Norte” e “A República” - de onde extraiu trechos completos para os livros. “A Província”, que à época pertencia ao intendente Antônio Lemos, grande amigo do compositor, designou um repórter especialmente para cobrir as últimas horas de vida de Carlos Gomes e Jorge Alves de Lima se baseou na narrativa da época para escrever essa parte.

“Belém tem importância fundamental na história dele. Em 1896 ele já veio e ficou doente. Antes, em 1882, ficou quase um mês e fez o maior sucesso com a ópera ‘O Guarany’ no Theatro da Paz. Depois veio em 1883, 1895 e no ano que faleceu, convidado para fundar o conservatório de música, do qual assinou o primeiro regimento. Tinha verdadeira adoração por Belém e pelo Pará. Era uma pessoa maravilhosa, de fácil trato, muito sério e honesto, uma pessoa muito firme”, diz o autor do livro.

Exotismo ajudou no sucesso

Composta em 1870, a ópera “O Guarany” alçou Carlos Gomes ao maior palco do gênero na Europa, o teatro Alla Scala, em Milão, na Itália. O historiador Jorge Alves de Lima lembra que o compositor italiano Verdi era o mais apresentado na casa, e em segundo lugar, vinham as obras do brasileiro.

O sucesso se deu pela sensibilidade ao apresentar as peculiaridades dos trópicos em sua música, com temáticas que abordavam a natureza exuberante e os povos indígenas. E também pelo apoio que o compositor recebia de Dom Pedro II.

“É a obra mais conhecida dele e foi tocada em quase todos os países da Europa, na época. Ele foi morar em Milão, de tanto sucesso. Representava a América e apresentou essa obra com base no livro de José de Alencar. Descrevia por música as florestas, os indígenas, a dança dos guaranis. E isso impressionou muito a Europa. Foi elogiado e consagrado”, diz Jorge.

LANÇAMENTO

“Carlos Gomes, uma Nova Estrela: Sou e Serei Sempre Tonico de Campinas e Brasil”, de Jorge Alves de Lima
Quando: Hoje, 19h
Onde: Theatro da Paz (Praça da República - Campina)
Informações: 4009-8750

(Dominik Giusti/Diário do Pará)

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