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Governo do Pará proíbe queima de fogos na Praça e revolta estivadores

O Governo do Estado do Pará mexeu num barril de pólvora e acendeu o estopim de uma polêmica: não quer que uma das mais tradicionais manifestações do Círio de Nazaré, a queima de fogos do Sindicato dos Estivadores do Pará, aconteça da forma como foi ide

O Governo do Estado do Pará mexeu num barril de pólvora e acendeu o estopim de uma polêmica: não quer que uma das mais tradicionais manifestações do Círio de Nazaré, a queima de fogos do Sindicato dos Estivadores do Pará, aconteça da forma como foi idealizado em 1949 e que ocorre na Praça dos Estivadores, próximo à Estação da Docas desde então. Alegando questões de segurança, o governo propôs ao sindicato que ela aconteça a partir de balsas estacionadas na baia do Guajará. No entanto, o sindicato anunciou com exclusividade ao DOL que não realizará sua tradicional homenagem caso a alteração proposta pelo governo seja mantida. A homenagem dos profissionais ocorre há 103 anos na Praça dos Estivadores (com a queima de fogos somente a partir de 1949) e o sindicato alega que a mudança descaracteriza o Círio, que é considerado patrimônio imaterial do Brasil.

O QUE DIZ O GOVERNO

O Governo do Estado afirmou ao DOL que a proposta de mudança do local era de conhecimento dos estivadores e foi decidida e aprovada por todos os envolvidos, inclusive representantes do sindicato da categoria. Nas reuniões, duas alternativas foram oferecidas aos romeiros segundo a Segup: a realização da homenagem no interior de balsas posicionadas na baía do Guajará ou próximo ao píer da praça. Nenhuma foi aceita pelos trabalhadores.
"Houve várias reuniões entre todos os órgãos de segurança envolvidos na festividade. Representantes do Sindicato dos Estivadores estiveram presentes e ouviram a proposta da mudança por conta da prevenção de acidentes. Eles levaram a proposta e aceitaram a mudança em assembleia", disse a Segup.

O QUE DIZ O SINDICATO DOS ESTIVADORES

O Sindicato dos Estivadores desmente a versão do governo e nega ter aprovado a alteração do local. “Houve assembleia sim, mas foi para reprovar essa decisão deles. Nós participamos de apenas uma reunião, onde já estava tudo decidido pelos órgãos de segurança, tudo armado", contesta Marcelo de Souza, Secretário Geral do Sindicato dos estivadores.

“Os nossos fogos são planejados até um ano antes da cerimônia. Daí há 10 dias fomos chamados para uma reunião em que isso já estava colocado. Não teve uma negociação, não tivemos a opção de negociar”, denuncia Moisés Lopes, presidente do Sindicato dos Estivadores.

O sindicato acredita que a diretoria da festividade decidiu pela alteração atendendo a outros interesses que não a prevenção de acidentes, e deixou um alerta: "A diretoria do Círio aprovou a decisão porque quer construir uma arquibancada no local onde fazemos nossa homenagem. Espero que não aconteça nenhum acidente ali, pois acredito que com essa mudança haverá mais pessoas no desespero ali naquela parte onde segurávamos", conclui o secretário geral.

O QUE DIZ O CÍRIO DE NAZARÉ

Fazendo coro ao argumento do governo, a organização do Círio de Nazaré informou que aprovou a alteração mediante conhecimento de todos os envolvidos, e que pensou primeiramente na "segurança dos fiéis". Antônio Souza, diretor de procissão do Círio de Nazaré, negou "qualquer tipo" de interesse comercial na Praça dos Estivadores.

"Temos como provar, ficou registrado em ata que a diretoria do Círio não tem interesse e não irá instalar nenhum tipo de arquibancada ou outro aparato comercial no local", afirmou o diretor, que reiterou o que definiu como prioridade para a direção da festividade religiosa.

"Temos que analisar os dois lados, tradição e segurança e chegar a uma solução para que todos façam suas homenagens sem colocar pessoas em risco. Não queremos que a homenagem dos estivadores seja prejudicada, mas o que nos importa é a população. A tradição e as homenagens são lindas e fazem parte da festa, mas a segurança dos fiéis é o ques sempre buscamos", finalizou a direção do Círio.

ASSEMBLEIA E PROTESTO

Na próxima quarta-feira (20), o Sindicato dos Estivadores realizará uma reunião para decidir qual será o posicionamento da categoria com relação à proibição, mas os profissionais não descartam realizar até mesmo um grande protesto.

“Ainda não é nada oficial, mas informalmente a categoria entende que até mesmo um protesto com centenas de estivadores pode ser feito. Isso será ratificado ou não na assembleia”, finaliza Moisés.

(Igor Wilson/DOL)

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