plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Previsão do Tempo 28°
cotação atual R$


home
NOTÍCIAS PARÁ

Ele é o responsável por investigar a banda podre da Polícia Militar

Na última terça-feira, 5 de setembro, a Polícia realizou o que foi, até agora, a maior operação de combate a atuação de milícias - grupos de matadores que contam com cobertura de policiais militares –no Estado do Pará. O trabalho foi fruto de 7 meses de i

Na última terça-feira, 5 de setembro, a Polícia realizou o que foi, até agora, a maior operação de combate a atuação de milícias - grupos de matadores que contam com cobertura de policiais militares –no Estado do Pará. O trabalho foi fruto de 7 meses de investigação e tem as digitais do promotor Militar Armando Brasil Teixeira, 47 anos. Católico, devoto de Nossa Senhora de Nazaré, leitor de Jorge Amado e fã da cantora Gaby Amarantos, ele é exímio atirador e alvo constante de ameaças de morte.

Tão logo a operação saiu às ruas, áudios interceptados pela polícia mostraram o ânimo da banda podre da Polícia Militar em relação ao promotor. “Bora avisar, bora avisar aí, pessoal, que bronqueou, bronqueou. Do grupo de nossos amigos aí, é... o Armando Brasil, aquele promotor safado, já solicitou 43 preventiva, pra polícia, ex-polícia pessoal que diz que é milícia, entendeu?”.

Estar no centro das atenções em ações que envolve a Polícia Militar não é novidade para esse filho dos donos de uma pequena mercearia em Belém, que pensava fazer vestibular para Medicina. Foi o medo da falta de dinheiro para uma residência fora de Belém que empurrou Armando para o curso de Direito. “Meus pais não teriam como me manter fora de Belém”, conta.

Funções

Mas Brasil nunca advogou. O primeiro emprego público veio aos 24 anos. Aprovado em concurso, exerceu, por pouco tempo, o cargo de auditor da Fazenda Estadual, onde ganhou intimidade com os números e com detalhes da administração pública. Em 1990, realizou o sonho de se tornar promotor de Justiça. E foi assim que passou por mais de 45 cidades do Pará, de comarca em comarca. Sete anos depois, graças à progressão funcional, pôde se fixar em Belém e escolheu então a Promotoria Militar.

Com regras específicas e um código penal próprio, a Justiça Militar é responsável pelo julgamento de integrantes da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. No Pará, o contingente chega a 49 mil porque, além do pessoal da ativa, a Justiça Militar alcança também os servidores da reserva. Responsável pela Promotoria Militar, Armando exerce as funções de delegado (investiga os crimes), promotor (faz denúncias à Justiça) e é também uma espécie de auditor, já que trata de temas como a escala de trabalho ou condições de trabalho nos quartéis.

Sob sua mesa de trabalho, casos que vão de denúncias de assédio sexual dentro da PM a reclamações por falta de água potável nas sedes do comando ou excessos na escala de trabalho. A ponta mais visível do trabalho, contudo, são os crimes rumorosos que têm assustado os moradores da Capital e que, para horror da população, contaram com a participação de PMs, como o caso da chacina da Terra Firme, que deixou 11 mortos após a exceção de um cabo da PM.

Nas folgas, leitura, malhação e tiro

Por conta da atividade, Brasil não é exatamente consenso dentro da corporação. Costuma ser acusado de limitar a atividade da PM pelas investigações que faz, e de perseguir desafetos. “Pessoalmente, não tenho nada contra ninguém, faço meu trabalho.

Se sentir que a parte pessoal vai interferir, me afasto. Minha função é apenas zelar pelo estrito cumprimento da lei”. O ofício impõe restrições ao promotor. Ameaçado de morte várias vezes, segue à risca um protocolo de segurança do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Entre os cuidados, além da segurança de praxe, recomendações para não frequentar lugares como bares ou shows onde haja aglomeração. Católico, evita ir à missa; devoto de Nossa Senhora de Nazaré, não participa do Círio. Quase não tem vida social em Belém. Passeios fora de casa, só nas férias quando viaja com a mulher, uma advogada – com quem ele evita fotos públicas – e o filho de 18 anos que também estuda direito, mas sonha em fazer cinema. “A família reclama, mais por preocupação. Sempre tivemos uma vida reclusa mesmo. Nem sei se sou recluso pela minha atividade ou se escolhi essa carreira porque tinha esse perfil.”

Nas horas de folga, o promotor se dedica à leitura de livros de direito, romances e auto-ajuda, como o best seller “A Cabana”. Bate ponto religiosamente na academia do prédio onde mora e descarrega a tensão nas aulas de tiro, onde é um aluno exemplar.

Os casos polêmicos investigados por Armando Brasil

Incêndio do PSM da 14 de MarçoArmando Brasil investigou e denunciou a omissão do alto comando do Corpo de Bombeiros na fiscalização do prédio onde funciona o PSM Mário Pinotti, na 14 de Março, o que resultou no incêndio no hospital. Quatro oficiais foram denunciados à Justiça, entre eles o então comandante da corporação, Nahum Fernandes da Silva.

Chacinas A promotoria militar investiga a participação de policiais nas mortes em série que têm sido registradas na periferia de Belém. Entre os casos, a chacina do Guamá e Terra Firme em novembro de 2014 e a da Condor, em junho deste ano.

Execuções em Pau D’Arco Brasil também participa da apuração da execução de trabalhadores rurais em uma fazenda em Pau D’Arco. Os policiais chegaram a afirmar que as mortes tinham sido resultado de um confronto com os posseiros, mas as investigações revelaram que houve execuções.

(Rita Soares/Diário do Pará)

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

Mais em Notícias Pará

Leia mais notícias de Notícias Pará. Clique aqui!

Últimas Notícias