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'Círio tomou uma proporção além das procissões', diz organizador

Responsável pela programação do Círio diz que está tudo preparado para a grande festa de Nossa Senhora de Nazaré e que haverá surpresas (Foto: Celso Rodrigues) O engenheiro Roberto Souza, 50 anos tem dedicado todas as suas horas livres ao trabalho de org

Responsável pela programação do Círio diz que está tudo preparado para a grande festa de Nossa Senhora de Nazaré e que haverá surpresas (Foto: Celso Rodrigues)

O engenheiro Roberto Souza, 50 anos tem dedicado todas as suas horas livres ao trabalho de organização e realização da festa religiosa mais importante da vida dos paraenses. Afinal, ele é o coordenador geral da Diretoria da Festa do Círio de Nazaré. Prestes a viver sua última procissão no cargo, ele faz um balanço positivo da experiência e afirma seguir para ocupar a posição de conselheiro consultivo, com a sensação de dever cumprido. Adianta ainda que a festa vai custar um pouco mais caro que o Círio passado, de R$ 3,4 milhões para R$ 3,6 milhões, e que as comemorações do encerramento devem surpreender a plateia.

Como o Círio já é no dia 8 de outubro, a gente fica com uma impressão de que a programação será mais curta esse ano. Isso influenciou no ritmo de trabalho da diretoria?
É realmente a data “mais cedo” possível de o Círio ocorrer. A gente está mais acostumado com as procissões serem mais perto da segunda quinzena do mês. Temos um calendário mais curto e há alguns eventos que não temos como antecipar, como a Feijoada do Papai. O planejamento precisa ser encurtado para dar conta de tudo. Mas tudo transcorre de forma tranquila, porque a equipe que assume a festa do ano seguinte é formada desde novembro do ano anterior.

Como está o ritmo de trabalho a pouco mais de um mês das procissões?
Temos realizado algumas ações que irão mudar um pouco as coisas para melhor. Por exemplo, a gente deve ter esse ano, graças à parceria com uma empresa privada, 30 banheiros químicos, em todo o percurso do Círio e da Trasladação, uma queixa de muitos anos daqueles que acompanham as romarias. No quesito segurança, temos trabalhado com os órgãos responsáveis para amenizar os riscos de alguns momentos que consideramos críticos. Um deles é na chegada do Círio, quando a imagem chega à Praça Santuário. Forma-se o cordão de isolamento na Generalíssimo com a Nazaré, porque não tem como deixar todo mundo amontoado esperando a imagem em um mesmo lugar. Também nos preocupamos com os fogos que partem ali da Praça dos Estivadores. Nos últimos anos temos procurado um diálogo com os órgãos de segurança para que o romeiro consiga manter uma distância segura daquela área durante a procissão.

O voluntariado também é importante?
Sim, pois tudo cresce no Círio. A romaria fluvial, por exemplo. Temos a preocupação constante com o crescimento do número de barcos que participam a cada ano. Tivemos alguns problemas no Círio passado, até com vídeos divulgados em redes sociais, e essas questões foram levadas à Marinha, para garantir que as pessoas continuem acompanhando as procissões com toda a segurança. Quando falei sobre a Praça dos Estivadores, há ainda outra preocupação ali com aquela área. Estamos bem no começo da romaria de domingo quando a corda passa ali, logo depois de sair de frente da Estação das Docas. Aquela subida rumo à Presidente Vargas é sempre um momento tenso, e perdemos espaço com a praça interditada. Estamos tentando que ela seja liberada, junto aos órgãos de segurança. Acredito que isso deve aliviar bastante esse momento tão crítico.

Como é o diálogo com a Arquidiocese no momento?
O arcebispo é nosso chefe maior. Há uma hierarquia que procuramos cumprir. Nossa presidência é de um padre barnabita, reitor da Basílica, mas nos submetemos às ordens da Arquidiocese, sempre. Qualquer alteração significativa, especialmente nos eventos em que a igreja precisa ser protagonista, é claro, passa pela aprovação deles. Eventos mais informais, como a Feijoada do Papai, que são voltados à arrecadação de recursos, a Arquidiocese não participa tanto.

A diretoria está concluindo um trabalho de quase um ano. Como vocês prestam contas?
Temos evento desde dezembro, prestando conts e apresentando relatório financeiro de todas as ações. Passado isso, a nova diretoria já começa o planejamento para o próximo ano. Estou aqui todos os dias, estamos muito próximos das datas mais importantes. O Círio tomou uma proporção que vai muito além das 12 procissões. Eu, particularmente, nesses últimos dois anos como coordenador geral da festa, tenho procurado fazer com que a diretoria participe de eventos voltados a ações sociais não necessariamente ligadas à quadra nazarena. Um deles foi com o Tribunal Regional do Trabalho, que tem um programa de combate ao trabalho infantil. Nós abraçamos a iniciativa, muito por conta da nossa romaria das crianças, que também tem um trabalho social forte e com uma agenda paralela bastante intensa. O próprio movimento jovem dentro da igreja é muito forte e se engaja nessas ações paralelas. Isso tudo é uma forma de evangelizar.

Como é coordenar uma festa tão tradicional em tempos tão modernos?
A gente tem procurado modernizar a linguagem do Círio, não necessariamente as tradições. Temos um trabalho forte, em termos de Comunicação mesmo, no sentido tentar, cada vez mais, levar o Círio ao público jovem, em uma linguagem que tenha a ver com eles, para que conheçam mais. E conseguimos isso, levando às redes sociais, aos aplicativos, deixando um pouco o extremamente religioso de lado. Reconhecemos que é necessária essa modernização, e que dá para fazer sem mexer na tradição. Sem Nossa Senhora, a festa não existe. Nunca vai deixar de ser uma festa religiosa, na essência.

Como foi, nesse ano de crise, para levantar os recursos de uma festa que não é barata?
Graças a Deus, conseguimos bastante apoio. Temos dois projetos, um de apoio e outro de patrocínio. E esse ano fizemos um terceiro, intermediário, que chamamos de “master”. Entre esses três, conseguimos até mais do que em 2016.

Pode-se já estimar quanto vai custar a programação do Círio 2017?
A festa vai custar cerca de R$ 3,6 milhões, um pouco mais que o ano passado, quando gastamos R$ 3,4 milhões. A gente entende esse aumento como se fosse uma correção da inflação. Temos procurado manter as mesmas despesas, mas quando contribuímos mais com alguns movimentos, com ações sociais como as que ocorreram no estacionamento do arraial, em que a gente ajuda com lanche, com som, esse custo vai se somando a tudo o que se gasta com a festa.

Como a diretoria vê a efervescência cultural que acompanha todo o período da quadra nazarena?
É muito positivo. Quem não acompanha e só vai para a procissão, não percebe muito que, entre sexta e domingo, a cidade não dorme. Ferve mesmo. A diretoria e a igreja vêem com bons olhos. Claro que nos preocupamos quando um desses eventos acabam fugindo ao que é a festa ou que fuja à cultura religiosa...

Como a Festa da Chiquita, por exemplo?
Sim, mas nós não podemos chegar e ter a pretensão de acabar. O que procuramos dizer é o seguinte, e quero deixar muito claro que não tenho nada contra a Festa da Chiquita: ela ocorre muito próximo, ao lado de onde acontece o Círio, então uma festa que dura a madrugada inteira atrapalha o nosso trabalho no dia seguinte. Porque as pessoas deixam lixo, garrafa quebrada, e no outro dia as pessoas vem, às vezes descalças... Quanto mais espaço disponível ao romeiro melhor, então buscamos ter um cuidado com esses eventos, mas sem ser contra, que fique muito claro. Existe um respeito.

Algo ainda preocupa nessa véspera de Círio ou é só a agitação dos preparativos finais mesmo?
Estamos na correria, e isso é natural, muita coisa ao mesmo tempo, mas temos uma equipe muito participativa de 33 casais na diretoria.

Há alguma coisa que deve surpreender os romeiros esse ano?
O encerramento será diferente esse ano. Em termos de espetáculo visual será algo como nunca foi feito antes. Estamos alinhando os detalhes finais para falar sobre isso mais à frent

(Carolina Menezes/Diário do Pará)

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