plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Previsão do Tempo 25°
cotação atual R$


home
NOTÍCIAS PARÁ

Pesquisa mostra santarenos com altos níveis de mercúrio no sangue

Décadas após o auge da atividade garimpeira na região oeste do Estado, um estudo realizado na Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) traz à tona, novamente, o grave problema da exposição da população ao mercúrio. Dessa vez, o foco gerador não é mai

Décadas após o auge da atividade garimpeira na região oeste do Estado, um estudo realizado na Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) traz à tona, novamente, o grave problema da exposição da população ao mercúrio. Dessa vez, o foco gerador não é mais o garimpo, durante anos considerado o principal responsável pela contaminação do meio ambiente por mercúrio. Hoje, atividades relacionadas ao uso do solo, como desmatamento, queimadas e construção de hidrelétricas, são as que mais contribuem para a contaminação.

Altos níveis de mercúrio no organismo humano podem causar diferentes tipos de danos à saúde. O Sistema Nervoso Central (SNC) é um dos mais afetados, mas fígado, rins, os sistemas cardiovascular, gastrointestinal e imunológico também podem ser prejudicados. Um dos efeitos mais graves é sobre mulheres grávidas e seus bebês. “Ele pode afetar diretamente os fetos, porque atravessa a placenta. Mesmo em casos de mães que apresentem sintomas mínimos, as crianças podem nascer com problemas neurológicos ou motores”, ressalta a bióloga Heloísa de Moura Meneses, responsável pelo estudo.

Em sua tese de doutorado, defendida em 2016, Heloísa avaliou os níveis de concentração de mercúrio no sangue de pessoas que vivem na região de Santarém. Ela analisou a exposição dessas pessoas ao metal através da ingestão de peixes contaminados com a substância.

Diferentemente da exposição a que estavam sujeitos os garimpeiros, chamada de ocupacional, a exposição pelo consumo de peixes é considerada ambiental e, nesse caso, obedece ao ciclo da natureza.

Os solos amazônicos são naturalmente ricos em mercúrio. Através de incêndios florestais, por exemplo, o mercúrio é liberado na atmosfera, tornando-se disponível para a contaminação. Pela ação do vento ou erosão do solo, favorecida pelos desmatamentos, esse mercúrio contamina águas e vegetações dos rios. Na água, sofre metilação, transformando-se em metilmercúrio, uma das formas mais nocivas da substância, capaz de se acumular nos organismos. É dessa forma que, por meio da cadeia alimentar, o metilmercúrio atinge os peixes e, consequentemente, os humanos.

METODOLOGIA

Em seu estudo, Heloísa caracterizou o perfil epidemiológico de 144 pessoas de ambos os sexos, com idade entre 18 e 81 anos, residentes na zona urbana de Santarém e na comunidade de Tapará Grande, localizada na área de várzea do município. Escolhidas aleatoriamente, as pessoas responderam a um questionário informando seus hábitos alimentares. Além disso, foram coletadas amostras de sangue de cada um. “Trabalhamos com a matriz sangue, que é diferente do cabelo. O sangue dá uma noção da exposição mais recente, atual. O cabelo mostra uma exposição de longa duração”, explica.

Após a coleta, a bióloga dividiu os participantes em dois grupos, de acordo com os hábitos de consumo de peixe. Os que declararam comer a proteína três ou mais vezes na semana formaram o grupo de alta frequência. Os que comiam peixe no máximo duas vezes por semana foram incorporados ao grupo de baixa frequência. “A maior parte das pessoas se encaixou no grupo de alta frequência, quase 78% dos entrevistados”, ressalta.

Dados do estudo mostram que as pessoas que informaram consumir peixe frequentemente possuem níveis de mercúrio mais elevados que as de baixo consumo do alimento.

(Diário do Pará)

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

Mais em Notícias Pará

Leia mais notícias de Notícias Pará. Clique aqui!

Últimas Notícias