Trabalhadores de supermercados podem entrar em greve em Belém

Trabalhadores de supermercados de Belém decidem na próxima sexta-feira (25), em assembleia geral, se param as atividades da categoria ou entram em estado de greve. Eles reclamam do atraso de 17 meses no reajuste salarial.

Na manhã desta quarta-feira (23), em frente a um supermercado na Avenida Augusto Montenegro, os representantes do sindicato realizaram uma mobilização.

Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores Empregados no Comércio do Pará, Virgílio Silvestre, que dá apoio ao movimento, a data base vence no mês de março. No entanto, desde o ano passado o reajuste não foi repassado.

Outro lado

O DOL entrou em contato com o Sindicato das Empresas de Comércio de Supermercado e Autosserviços do Pará (Sindespa), que através de comunicado informou que houve tentativa de negociação junto aos trabalhadores que perderam a data-base 2017 vencida em 1° de março.

Essa perda, segundo o Sindespa, ocorreu por falta de interesse, desídia por parte dos empregados.

"Nessas reuniões, o Sindespa nunca propôs a retirada de nenhum direito e ou benefícios dos trabalhadores. Pelo contrário, as empresas queriam mantê-los e oferecer reajuste salarial acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor", diz o comunicado que reitera não haver greve nos supermercados.

Leia os pontos do comunicado

• Os sindicatos dos trabalhadores em supermercados de Belém e de Ananindeua perderam juridicamente a data-base 2017, vencida no dia 1º de março, por desídia. Mesmo assim, o sindicato patronal se reuniu para ouvir as propostas dos trabalhadores.
• Nessas reuniões, o Sindespa nunca propôs a retirada de nenhum direito e/ou benefícios dos trabalhadores. Pelo contrário, as empresas queriam mantê-los e oferecer reajuste salarial acima do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).
• Os sindicatos dos trabalhadores é que instauraram o processo de dissídio coletivo, e como o sindicato patronal e as empresas respeitam a Justiça do Trabalho, estão aguardando a decisão do Tribunal Regional do Trabalho.
• Na reforma trabalhista aprovada pelo Governo Federal recentemente, a contribuição sindical obrigatória dos trabalhadores foi extinta. Os sindicatos dos trabalhadores propuseram que dentro do acordo coletivo fosse recriada uma contribuição obrigatória dos trabalhadores para os sindicatos laborais. As empresas não concordaram, porque acham que os trabalhadores só devem pagar ao seu sindicato o que desejarem, espontaneamente.
• O Governo Federal editou norma, também recentemente, que reconheceu que os supermercados, por venderem alimentos de primeira necessidade, são essenciais à população, como as farmácias, postos de combustíveis, feiras, aeropostos, entre outros, permitindo que a sociedade tenha aos domingos e feriados os supermercados abertos, situação que os sindicatos dos trabalhadores, esquecendo a população, querem sempre proibir ou limitar.
• Não existe greve nos supermercados, que estão funcionando normalmente. Se existisse greve, seria ilegal, pois é necessário aguardar o julgamento do processo de dissídio coletivo pela Justiça do Trabalho.
• Por último, sobre o funcionamento aos domingos ou feriados, fica a critério de cada empresa supermercadista definir seu horário, conforme a lei.

O DOL tenta contato e aguarda um posicionamento do sindicato dos trabalhadores. Uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) é aguardada sobre o dissídio.

(DOL)