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Como supremacistas brancos se vitimizam para obter protagonismo

Os protestos da cidade norte-americana Charlottesville, que ocorreram em agosto de 2017, trouxeram a tona um estudo feito no início do milênio. Na pesquisa, o sociólogo Mitch Berbrier estudou diversos grupos de supremacia branca para tentar entender com

Os protestos da cidade norte-americana Charlottesville, que ocorreram em agosto de 2017, trouxeram a tona um estudo feito no início do milênio. Na pesquisa, o sociólogo Mitch Berbrier estudou diversos grupos de supremacia branca para tentar entender como funcionam, e descobriu um padrão de vitimização.

Para os supremacistas, ser branco também é sofrer. Além disso, outras cinco crenças do grupo chamam atenção:

Crença #1: Brancos são vítimas de racismo
Segundo o artigo, pertencentes desses grupos acreditam que os movimentos sociais deram vantagens às “minorias”, o que desequilibrou a sociedade e a tornou injusta. Berbrier cita a organização de David Duke, a Associação Nacional para o Avanço do Povo Branco (NAAWP), posicionando-se como um contraponto à Associação Nacional para o Avanço das Pessoas Negras (NAACP).

“A NAACP promove a discriminação racial buscando políticas discriminatórias contra pessoas brancas no trabalho, nas promoções, nas bolsas de estudo e na admissão da faculdade e da união, enquanto a NAAWP procura oportunidades iguais para todos, com preferência pelos mais trabalhadores, talentosos e qualificados”, afirma a instituição.

Crença #2: Os direitos dos brancos estão sendo revogados
Esses grupos acreditam que é negado aos brancos o direito a suas próprias proclamações e defesa — um direito do qual gozam os grupos minoritários. Como o líder da Ku Klux Klan Thom Robb colocou em 1992, de acordo com o estudo: "O problema não é quem é superior ... Mesmo que nós [brancos] não fossemos senão uma raça de homens das cavernas, ainda temos o direito de preservar nosso patrimônio e cultura e de dar isso aos nossos filhos. Ninguém tem o direito de negar isso a nós. E isso é o que estão tentando fazer hoje.”

Crença #3: Brancos são estigmatizados se expressam “orgulho”
De acordo com a análise de Berbrier, os supremacistas sentem que se expressarem orgulho de seu passado são taxados de racistas. Ele escreve que seus eufemismos — como "preservação da herança" — são as chamadas "afeições étnicas destinadas a desestimular os supremacistas e separatistas brancos, sugerindo que são apenas mais um grupo étnico com necessidades semelhantes", quando já são parte da cultura que domina a sociedade.

Isso se reflete na obsessão com a cultura nórdica e a mitologia entre alguns dos supremacistas brancos de hoje.

Crença #4: Brancos estão sendo afetados pela perda de auto-estima
Berbrier mostra exemplos na literatura supremacista de que a incapacidade de expressar o orgulho por ser branco produz o sentimento de ser "esmagado" e o "espírito nórdico" é "destruído". Uma notícia do NAAWP apontou para uma alta taxa de suicídio entre os brancos. Os homens são um sinal desse suposto desespero. As conseqüências — mesmo as imaginárias — são essenciais à vitimização, de acordo com a teoria sociológica da "dramatização do prejuízo e da inocência".

Crença #5: A intenção final é a exterminação dos brancos
Supremacistas temem que a "raça" branca seja "eliminada" através do intercâmbio, imigração e baixas taxas de natalidade entre os brancos. A solução, para eles, é a segregação racial: um lugar seguro para se reproduzirem apenas entre os seus próprios povos. "Somente de forma isolada, tanto física quanto mental e genética, os caucasianos podem sobreviver aqui ou no mundo", escreveu um supremacista em uma carta, de acordo com Berbrier. "Chegou a um ponto de não ser uma questão de ‘supremacia branca’, mas sim de sobrevivência".

Como mostra o especialista, a vitimização é um poderoso mecanismo psicológico para recrutar membros, se agrupar em torno de uma causa e formar um grupo de apoio — para pessoas que realmente não precisam. Segundo ele, isso é o que essas pessoas necessitam para justificar episódios de violência.

(Com informações de The Atlantic.)

Leia mais:
+ Ataque de Charlottesville mostra que o terrorismo de direita está crescendo
+ A pouco conhecida luta de Einstein contra o racismo

Fonte: Revista Galileu

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