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Famílias retiram pertences em meio à demolição de casas

Um dia após a operação de reintegração de posse do terreno onde ficava a Ocupação Terra Prometida, no bairro do Jurunas, o clima era desolador. No chão, marcas de fogo e pedaços de paus espalhados. Equipes da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) des

Um dia após a operação de reintegração de posse do terreno onde ficava a Ocupação Terra Prometida, no bairro do Jurunas, o clima era desolador. No chão, marcas de fogo e pedaços de paus espalhados. Equipes da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) desmontavam as casas de madeira e ex-moradores ainda retiravam seus pertences. Caçambas e tratores cheios de entulhos entravam e saiam do local. A reintegração foi solicitada à Justiça pela Prefeitura de Belém.

Enquanto as casas estavam sendo demolidas, os rostos dos antigos moradores expressavam preocupação, tristeza e revolta. Com apenas a certeza de não saber para onde ir, o casal de autônomos Rui Costa, 30, e Ane Silva, 32, retirava os poucos móveis de sua antiga casa, para lavá-los a um porto na avenida Bernardo Sayão. O espaço foi cedido pelo responsável do local, que ainda na noite de quarta-feira, 2, foi à ocupação prestar solidariedade às famílias que ficaram sem teto. Os filhos de 10 e 4 anos aguardavam os pais na casa de uma amiga, até que a mudança fosse concluída. “Tenho que ir buscá-los mais tarde, mas para onde vou com eles, não sei. Estou perdida”, desabafa Ane.

A família foi para ocupação há quase 1 ano. Antes, o casal e os 2 filhos moravam de favor na casa dos pais de Ane. Porém, quando Rui ficou desempregado, souberam que o terreno estava sendo ocupado e garantiram um lote. “Pegamos o dinheiro da indenização e fizemos a casa. São R$ 6 mil sendo jogado fora”, relata Ane, que faz salgados para o esposo vender na rua. Sem renda fixa e local para cozinhar, ela diz que vive um dos piores momentos de sua vida. “Não temos condições de pagar outro aluguel. Não sei o que fazer, Deus!”, lamenta.

“Gastamos R$ 8 mil para fazer a casa e ainda estamos devendo”

Com a casa ainda de pé, os filhos de 1 e 4 anos da doceira Waldirene Cearas, 29, brincavam alheios à demolição das casas vizinhas. Eles moravam com a avó, que desde a reintegração não conversa com ninguém. “Minha mãe está depressiva. Gastamos R$ 8 mil para fazer a casa e ainda estamos devendo”, conta. Observando a inocência das crianças, Waldirene desespera-se: “Para onde vou com eles? Não posso ficar
na rua!”.

A família morava de aluguel no bairro. No entanto, no entusiasmo de realizar o sonho da casa própria, pegaram um lote do terreno que estava sendo ocupado e investiram todas suas economias para comprar madeira e construir o imóvel. “A prefeitura ficou de nos levar para um abrigo, vamos aguardar”, conta.

Ainda na noite de quarta-feira, dia da desocupação, várias famílias dormiram dentro de suas casas, mesmo sem energia elétrica.

Através de nota, a Prefeitura de Belém informou que está oferecendo toda assistência às famílias despejadas, inclusive atendimento psicológico e de assistência social, e cadastro no programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal.

(Roberta Paraense)

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