Comerciantes reclamam do descaso com feiras de Belém

Mesmo sendo considerados pontos importantes do comércio de Belém, o Complexo de Abastecimento do Jurunas e o Complexo de Feiras e Mercados do Guamá continuam apresentando problemas de infraestrutura, que dificultam o trabalho dos feirantes e afastam a clientela. Comerciantes culpam a Prefeitura de Belém pela falta de manutenção.

“Tá abandonado. Chove mais dentro do que fora e não tem segurança. A reforma nunca sai do papel”, reclama Lorivaldo Silva, 61, vendedor de frutas do Complexo do Jurunas. Quando perguntados sobre as condições do espaço, a 1ª coisa que os trabalhadores fazem é apontar para os buracos no teto. “É só olhar para cima. Isso aqui em tempo de chuva fica terrível”, reclama Edson Borges, 61, vendedor de peixe.

O ambiente reúne em um só espaço de barracas de frutas, grãos e legumes a bares e lanchonetes, além de açougues e pontos de venda de pescado. Do lado de fora, barracas improvisadas se acumulam de forma desorganizada em volta da estrutura. Os problemas de manutenção diminuem o movimento.

“Dá muito prejuízo. As pessoas preferem comprar em outro lugar. O que vão fazer aqui com o lugar desse jeito?”, lamenta Borges. A consumidora Lislene Lisboa, 52, funcionária pública, concorda que o complexo não é primeira opção. “Eu só venho às vezes, quando preciso”, diz. Prefiro ir em outros lugares. Aqui é sujo, molhado e não tem estrutura”, pontua.

Feirante mostra buracos no teto noComplexo do Jurunas. (Foto: Fernando Araújo/Diário do Pará)

GUAMÁ

Problemas parecidos são enfrentados pelos trabalhadores e frequentadores do Complexo do Guamá. O açougueiro Edinaldo Lobato, 27, reclama que a calha do prédio não dá conta de conter a chuva, entope e acaba alagando o interior do mercado. Além disso, ele se queixa da sujeira que se acumula pelos corredores.

“Não tem ninguém da Prefeitura designado para limpar isso aqui. É cada feirante cuidando do seu”. Segundo ele, algumas vezes os trabalhadores têm de tirar do próprio bolso para pagar alguém que faça a limpeza. “A tal da reforma que teve só ajeitou as grades ali da frente. Não fizeram praticamente mais nada”. Ele reclama ainda que as barracas destinadas para a venda de carne não receberam balcões.

Dono de um ponto de venda de pescado, Lorival Martins, 59, aponta para a parede de trás de seu balcão, onde algumas lajotas estão faltando, enquanto explica a precariedade da manutenção do espaço. “De que adianta reformar ou melhorar se não manter? A manutenção aqui precisa ser constante”, opina. Ele se queixa de ter de pagar para ajeitar a parede, pois só assim pode manter seu espaço de trabalho bem cuidado, já que não tem como esperar iniciativa da Prefeitura.

RESPOSTAS

Em nota, a Secretaria Municipal de Economia (Secon) informou que no último processo licitatório, realizado ano passado pela Secretaria municipal de Urbanismo (Seurb), nenhuma empresa foi habilitada e, por isso, uma nova concorrência para a recuperação do Complexo do Jurunas será feita. Enquanto isso, a secretaria garante que reparos emergenciais estão sendo providenciados para o conserto do telhado. Já a Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) afirmou que disponibiliza contêineres para o armazenamento do lixo produzido no Complexo do Guamá. Diz que a coleta é realizada diariamente e que há uma equipe fixa de limpeza que faz a varrição diária e lavagem semanal da área comum do mercado. (com Redação)

(Arthur Medeiros/Diário do Pará)