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Google Earth lança plataforma dedicada à Amazônia que vai além da cartografia

O chocolate de Dona Nena, da Ilha do Combu (parte insular de Belém) e o chef Thiago Castanho. Os Tembé da Terra Indígena Alto Rio Guamá, no nordeste do Pará. As castanheiras. Os Suruí de Rondônia e do Mato Grosso. O açaí. Os quilombolas. A cidade de Parag

O chocolate de Dona Nena, da Ilha do Combu (parte insular de Belém) e o chef Thiago Castanho. Os Tembé da Terra Indígena Alto Rio Guamá, no nordeste do Pará. As castanheiras. Os Suruí de Rondônia e do Mato Grosso. O açaí. Os quilombolas. A cidade de Paragominas. São alguns dos protagonistas no novo projeto do Google, “Eu Sou Amazônia”, lançado esta semana, em São Paulo, como uma plataforma interativa e que pretende dar voz aos povos tradicionais, por meio do Google Earth - promovendo uma experiência imersiva ao internauta. Disponível para desktops e dispositivos móveis por meio do link g.co/EuSouAmazonia, o projeto disponiliza imagens e vídeos em 360º, além de mapas, áudios e realidade virtual.

Os vídeos, disponíveis tanto na plataforma quanto no YouTube, têm direção do cineasta brasileiro Fernando Meirelles (“Cidade de Deus” e “Ensaio Sobre a Cegueira”). As onze narrativas, em tom documental, dividem-se em temáticas: Eu Sou Raiz, Eu Sou Água, Eu Sou Conhecimento, Eu Sou Alimento, Eu Sou Mudança, Eu Sou Inovação, Eu Sou Liberdade, Eu Sou Resistência, Eu Sou Liberdade. Podem ser acessadas em português, espanhol e inglês. E tudo começou quando, em 2007, Almir Suruí, de Rondônia, tomou conhecimento do Google Earth e foi bater na porta da empresa para propor uma parceria. Ele desejava criar mecanismos para proteger a área indígena.

“Almir propôs uma parceria ao Google, que resultou na criação do Mapa Cultural dos Suruí, o primeiro projeto liderado por um povo indígena para combater o desmatamento e mapear o estoque de carbono de suas terras. Os Suruí também foram os primeiros a receber fundos de preservação de suas terras. Aprendemos com o trabalho desenvolvido em parceria com os Suruí e ampliamos o projeto para 30 comunidades da Amazônia - e outras serão contempladas no futuro. Também integramos os territórios indígenas brasileiros ao Google Maps. Todos os 472 existentes”, escreveu Rebeca Moore, diretora do Google Earth, no blog do Google Brasil.

O chef Thiago Castanho, Luiz Braga, o ator Cauâ Reymond e o chef índigena Almir Suruí, com demais integrantes do projeto (Foto: Divulgação)

O chef Thiago Castanho, que esteve no lançamento e ofereceu aos convidados a musse de chocolate do Combu, conta que a iniciativa traz um tom de esperança, mas ainda assim pondera algumas questões sobre direitos e visibilidade - já que não apenas são destacadas as potencialidades da região, mas também problemas e conflitos. Tanto que na parte chamada Terras Indígenas, há um mapeamento de 580 terras no Brasil, por exemplo, sendo possível imergir em 20 delas. A ideia é também realizar conexões entre a Amazônia e o mundo, explicando que cosméticos, comida, etc, muita coisa tem origem na região.

“Estou na parte de alimentos e senti na apresentação da plataforma que há uma esperança de que agora se reconheçam as pessoas que moram aqui e como o desmatamento e outros tipos de degradação prejudicam os povos tradicionais. Esses povos não têm voz e agora a globalização chegou em suas casas. Fico imaginando no futuro como isso se dará em questões legais e de ética” pondera.

O fotógrafo Luiz Braga também esteve no lançamento, convidado para apresentar quatro fotografias na entrada do evento, ao lado das imagens de Sebastião Salgado. Ele também acha que a plataforma possibilita que se diga ao mundo que a Amazônia não é apenas uma área verde no planeta.

“As histórias que estão sendo contadas, enfim, vão dizer que não somos uma mancha verde no mapa, que aqui moram pessoas. Eu costumava usar o Google Earth quando ia ao Marajó e só aparecia rio, quando muito uma estrada, como se não morasse ninguém ali. A ideia é reverter isso. São 10 anos de trabalho, mandaram equipes para cá, principalmente com comunidades indígenas e quilombolas. Não é uma linguagem científica, mas humana, isso de certa forma dá uma luz. E foi o que ouvi de uma das diretoras, o Google Maps serve para se achar e o Google Earth para se perder. Qualquer pessoa sabe que tem que parar de derrubar a floresta”, comenta.

A plataforma foi desenvolvida com dados da base das ONGs Instituto Socioambiental (ISA), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e Equipe de Conservação da Amazônia (Ecam) e permite monitorar, via satélite e em tempo real, áreas da região. Estiveram no lançamento também Eligar e Elivar Tembé, filhos do cacique Naldo Tembé.

(Dominik Giusti/Diário do Pará)

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