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Para especialista em Marketing, o País vive uma crise na imagem dos políticos

Com um cenário político de crise, o fim do financiamento privado das campanhas e as discussões sobre reforma política, não há outro jeito: para conquistar o eleitor, a classe política terá de se relegitimar e se reinventar. “Só é possível alterar esse qua

Com um cenário político de crise, o fim do financiamento privado das campanhas e as discussões sobre reforma política, não há outro jeito: para conquistar o eleitor, a classe política terá de se relegitimar e se reinventar. “Só é possível alterar esse quadro com uma agenda positiva e com a mudança de paradigmas, forma de pensar e de fazer a política”. Essa é a opinião de Aurízio Freitas, 49 anos, um dos maiores especialistas em Marketing Político no Brasil. Ele esteve em Belém no início de junho ministrando, na Câmara Municipal de Belém, o curso “Eleição é todo dia?”, sobre Comunicação Política e Marketing Eleitoral, que teve como foco o marketing governamental e a democratização do acesso às modernas técnicas de comunicação, além de promover um debate sobre as eleições municipais de 2018.

Aurízio é consultor político e diretor da Associação Brasileira de Consultores Políticos (ABCOP) no Ceará. É graduado em Administração de Empresas, pós-graduado em Marketing Político e Eleitoral, Gestão e Finanças Públicas e Gestão da Comunicação e Marketing Institucional. Participou de mais de 70 projetos de consultoria política e de comunicação para candidatos, partidos, políticos com mandato, órgãos públicos e instituições, em diversos Estados brasileiros.

Em 2018, redes sociais terão um papel importante na pauta política das eleições (Foto: Divulgação)

Qual a importância de um político cuidar da sua imagem não apenas em ano eleitoral?
Em primeiro lugar é importante deixar claro que a imagem do político é fruto essencialmente das ações e dos resultados apresentados em favor da população. Portanto, a construção e consolidação da imagem pública só podem ocorrer de forma efetiva no médio e no longo prazo. Assim, quem exerce a atividade pública deve encarar sua imagem e seu conceito perante a sociedade como um verdadeiro patrimônio político, construído a cada dia, em um processo de trabalho permanente. Nessa construção não há atalhos, mas sim a necessidade de alicerces bem estruturados com investimento de muito tempo e esforço por parte do político, além de recursos humanos, materiais e financeiros.

Como a comunicação favorece isso?
A ausência da prática de prestar contas acaba possibilitando que aqueles que divulguem suas atividades se destaquem. Há dezenas de instrumentos de comunicação. Alguns mais simples como os pequenos impressos; outros mais sofisticados como os vídeos institucionais. Todos objetivam reafirmar e fortalecer o elo com a população, que concedeu ao político o seu mandato. Quem exerce função pública, remunerada pelo erário público, tem a obrigação de dizer, de forma eficaz, o que está fazendo.

As mídias sociais ganharam um papel relevante não apenas nas campanhas eleitorais, mas na política como um todo. Que importância elas têm dentro desse contexto?
Elas têm grande importância, pois a possibilidade de interagir com o público fortalece a atividade de prestação de contas, com os interessados podendo realizar perguntas e comentários sobre a atuação do mandatário, sugerir novas ações e compartilhar informações de forma rápida e permanente. As redes sociais também têm grande poder de mobilização, podendo despertar maior interesse em relação aos assuntos do mundo político e parlamentar. Atualmente quem não está conectado a este mundo já sai perdendo na disputa, certamente.

A imagem dos políticos, hoje, nunca esteve tão em baixa. Como mudar essa imagem nesse cenário de crise ?
A exposição sistemática de escândalos gerou o afastamento das pessoas da política. Só é possível alterar esse quadro com uma agenda positiva e com a mudança de paradigmas, na forma de pensar e de fazer a política. Os políticos têm de apresentar mais resultados para sociedade, ao invés de apresentar resultados para a própria classe política. É preciso que a classe política rompa com esse ciclo vicioso e se relegitime. Em paralelo, vejo muito gente nova e indignada, disposta a entrar na política para mudar o estado de coisas. Isso também é uma força que pressiona por mudanças dos atuais políticos, temerosos por perder espaço.

Então, essa percepção negativa sobre os políticos pode mudar?
O vínculo simbólico entre representante e representado se quebrou. É preciso mudar a forma como os políticos enxergam atualmente a atividade política, superando o formalismo e o distanciamento do cidadão comum. Por que os políticos não usam aviões de carreira? Por que não andam nas ruas e conversam com as pessoas? Por que não procuram saber in loco o que está afligindo o povo? E mais: com os avanços da tecnologia, por que não fazem encontros abertos online? As tecnologias da informação devem ser utilizadas para esclarecer a população como funcionam as instituições, para realizar a pedagogia da política e ampliar o envolvimento e o controle social. Em resumo: dar poder às pessoas, e não apenas receber.

Com as mudanças na legislação eleitoral e a Lava Jato, o que um político deve priorizar para conquistar o eleitor e o voto? Como serão as campanhas eleitorais daqui para frente?
Serão campanhas de diálogo com o eleitor, campanhas 3.0. Ou seja, campanhas mais interativas. Esta interação não deverá ocorrer apenas por meio da internet, mas sim em todas as atividades e em todos os momentos da campanha. O perfil de liderança na sociedade como um todo se modificou ao longo do tempo. Agora é a hora de um novo perfil de líder político. Portanto, nas campanhas, se destacarão aqueles políticos com habilidades interpessoais, capacidades de se relacionar e de expor com clareza o seu pensamento, ouvindo e respeitando as diversas opiniões e formulando sínteses.

(Luiz Flávio/Diário do Pará)

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