Riscos no caminho do Leão
O Remo já disputou nove rodadas de Série C e seu torcedor não consegue escalar o time. É bem verdade que este é um problema que aflige a maioria dos times da competição, mas cabe considerar que até uma semana antes do Brasileiro a escalação era conhecida por todos. A equipe que terminou o Campeonato Paraense podia não ser um primor de qualidade, mas tinha razoável entrosamento e os jogadores se conheciam.
As mudanças implantadas por Josué Teixeira ainda cobram um preço alto e estão na origem dos problemas enfrentados até aqui na Série C. Josué saiu, mas deixou como herança um arremedo de time, baseado em oito ou nove “reforços” indicados por ele e que despedaçaram o sentido coletivo e o conceito de superação que existiam no Parazão.
Oliveira Canindé está no comando há poucas rodadas e tem números razoáveis. Perdeu e empatou fora, ganhou em casa. É do último jogo, contra o Sampaio, em São Luís, que devem ser extraídas as lições mais valiosas para o confronto deste domingo (18h) diante do lanterna Salgueiro, no estádio Jornalista Edgar Proença.
A utilização de três volantes – João Paulo, Labarthe e Ilaílson – não trouxe a segurança defensiva esperada. O Sampaio, mesmo com sérias limitações, pressionou muito e levou sempre vantagem no duelo de meio-campo, principalmente porque os volantes remistas erravam muitos passes.
Eduardo Ramos não encontrou espaço para jogar, como já acontece desde os tempos de Josué. Marcado individualmente, busca os lados do campo, o que reduz sua margem de manobra e prejudica o eixo criativo da equipe.
Está óbvio que, para poder contar com seu camisa 10, o Remo tem que dividir os papéis no meio, de preferência posicionando outro meia para trabalhar na criação e diminuir a pressão sobre Ramos. Flamel é o nome mais indicado, pela experiência e capacidade de reforçar a linha de ataque.
O problema é que Oliveira Canindé, como boa parte dos treinadores, teme se expor defensivamente e acaba adotando estratégia que provoca exposição ainda maior. Quando utiliza volantes limitados, inferioriza o jogo na intermediária, compromete a transição e ainda cede todos os rebotes ao adversário, mesmo quando este não é lá muito qualificado. Contra o Moto essa situação ficou bem clara.
Acima de tudo, para manter volume ofensivo, Remo precisa de forte participação dos atacantes, laterais e meias. Contra o Sampaio, Canindé utilizou Edgar pela esquerda e Luiz Eduardo centralizado. Para hoje, o mais provável é que utilize três atacantes.
O esquema só dará certo se o ataque funcionar e abrir vantagem no placar, o que deixará a zaga menos sobrecarregada. Como sempre, a lição número um do futebol segue valendo: acertar o pé é o segredo do sucesso.
Papão em tempo de novos horizontes
A notícia acerca de possível lista de dispensas no Papão, surgida logo depois da renúncia de Sérgio Serra, sinaliza para dois horizontes. O primeiro diz respeito ao atendimento da necessidade urgente de melhorar o elenco. O segundo é quanto ao custo e ao nível das novas contratações.
É preciso, acima de tudo, evitar os erros recentes. Na Série B 2016, o Papão sofreu ao embarcar em apostas furadas, como Robert e Rivaldinho. A salvação só veio com a contratação de Tiago Luiz.
Um dos primeiros nomes anunciados pela nova presidência é uma “promessa” vinda do Sport-PE, Fábio. Gera sempre desconfiança esse tipo de investimento, pois é no mínimo desconcertante imaginar que o rubro-negro pernambucano abriria mão de um bom jogador.
De mais a mais, Leandro Carvalho também era a joia do Papão e foi descartado por ser problemático demais.
Bola na Torre
O programa terá comando de Guilherme Guerreiro, com participações de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião.
Começa às 21h, na RBATV.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar