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Um sonho difícil: ser mãe

Quase toda mulher que quis ou quer engravidar já ouviu da mãe ou de alguma parente próxima que o ideal é ter o primeiro filho antes dos trinta anos, “para evitar problemas”. Mas a verdade é que, enquanto a maioria acaba engravidando sem muita programação

Quase toda mulher que quis ou quer engravidar já ouviu da mãe ou de alguma parente próxima que o ideal é ter o primeiro filho antes dos trinta anos, “para evitar problemas”. Mas a verdade é que, enquanto a maioria acaba engravidando sem muita programação e até por descuido, outras precisam enfrentar verdadeiros testes de fogo para conseguirem realizar o sonho de iniciar a própria família - mesmo quando estão, teoricamente, em uma faixa etária adequada à fertilidade.

A auxiliar de consultório odontológico Amanda Helena da Silva, 33 anos, se programou para não fugir dessa, digamos, data-limite. Casada, resolveu parar o anticoncepcional aos 29 anos, depois de anos de uso, para “limpar” o organismo. Na mesma época, descobriu que tinha três miomas e ovários micropolicísticos. O medo e a angústia começaram a rondá-la. “Comecei a achar que tinha esperado demais”, lembra. Em fevereiro de 2015, ela teve um grande trauma.

Amanda tinha o que se chama de gravidez ectópica, que é quando a fecundação ocorre fora do útero. Ela precisou de uma cesariana de emergência e ainda perdeu a trompa esquerda. “Sair da maternidade sem o bebê foi das maiores dores que já tive. Dias e noites chorando”, relata. Ouviu da médica, aos 30 anos de idade, que outra gravidez só ocorreria mesmo por meio de fertilização in vitro.

Uma amiga, vendo de perto o sofrimento de Amanda, a incluiu em um grupo de WhatsApp com outras mulheres que passavam o mesmo que ela. “Foi a partir daí que me levantei e fui à luta. Aquelas pessoas são a minha segunda família”, reconhece.

NÃO DESISTIR

Nesse momento de recuperação, ao lado do marido Cleber Moraes, ela pesquisou tudo o que podia sobre inseminação artificial, fez vários exames e foi nessa época que ela descobriu que engravidar pelo método natural seria quase impossível: a trompa que restou estava obstruída. “Eu só pensava nisso, os custos assustaram, mas eu não ia desistir do meu sonho”, lembra. “Achei uma clínica especializada para começar o processo, mas acabou que nem precisei”, comemora.

Como não menstruou no dia esperado e havia sonhado com teste de gravidez um dia antes, ela não titubeou. “Comprei um de farmácia e fiz escondido do meu marido. E, quando deu positivo, entendi que Deus tinha feito um milagre na minha vida”, relata Amanda.

Agora, o Gabriel fez um ano de vida e segue completamente saudável. “Lógico que fiquei apavorada de ter outra gravidez ectópica, mas foram nove meses de tanta tranquilidade que nem parecia que eu estava grávida”, lembra. Ela diz que faria tudo de novo. “É doloroso, desgastante física, psicológica e financeiramente. Mas o Gabriel é minha vida e ser mãe é ser tomada por um amor inexplicável. Para quem está tendo dificuldades, eu digo: não desista!”, aconselha.

Adiar a maternidade pode ser um problema

A técnica de Enfermagem Débora Cristina, 35 anos, teve um caminho longo até conseguir ser mãe do Erick. Foram nada menos que 10 anos até ela finalmente conseguir engravidar. Débora casou bem cedo, aos 18 anos. No segundo ano de casamento, ela soube que o marido era infértil. “Meu mundo desabou. A gente não tinha dinheiro para pagar pela fertilização in vitro”, explica. Por conta disso, ela tentou se “desligar” do desejo de ser mãe por várias vezes. “Era doído demais a gente ir atrás de tratamento e não ter a certeza de que ia dar certo”, confessa.

O apoio dos amigos, da família e da religião foi fundamental para que ela decidisse procurar um médico. Ao contrário da gravidez de Amanda, a de Débora não foi nada simples. Hemorragias, necessidade de vários dias de repouso e um medo constante de que tudo desse errado. “ Mas, hoje, Erick tem 7 meses e está saudável. Aprendo com ele, nesse pouco tempo, mais do que já aprendi a vida toda!”, derrete-se.

Ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana, Nelson Santos explica que não existe necessariamente uma tendência de aumento no número de mulheres apresentando problemas para conseguir engravidar. No entanto, ele reconhece que a priorização da carreira profissional adia os planos da maternidade para depois dos 30 anos, deixando para descobrir problemas que, provavelmente, estavam ali desde a juventude - como ovários policísticos ou endometriose. “A mulher só procura um médico depois e descobre uma condição que provavelmente já existia e que nunca foi investigada porque engravidar não estava nos planos”, justifica.

Fora isso, o médico afirma que, estatisticamente, existe o que se chama de taxa de gravidez em casais normais, que varia entre 20 e 22%. Dentro desse universo, 10% apresentam problemas que são tratados em consultório, seja por fertilização in vitro ou inseminação artificial. E há também os casos de doenças inflamatórias pélvicas, cujo tratamento é suficiente, na maioria dos casos, para acabar com qualquer impedimento para uma gravidez.

(Carolina Menezes)

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