Pouco mais de 40 dias após o massacre que vitimou 10 trabalhadores rurais na Fazenda Santa Lúcia, em Pau D'Arco um líder camponês do acampamento palco da chacina foi assassinado a tiros na noite da última sexta-feira (7).
Segundo a ONG (organização não governamental) Justiça Global, a vítima foi um trabalhador rural chamado Rosenildo, mas que era conhecido pelo apelido de "Negão". Ele foi morto com três tiros na cabeça por volta das 22h. O crime aconteceu na cidade Rio Maria, a 61 km de Pau D'Arco, para onde a vítima tinha fugido nessa sexta após suspeitar de movimentações estranhas.
Na última quinta-feira (06), ele já teria sido procurado por pessoas estranhas, que talvez tenham ligação com sua morte. O líder era integrante da Liga de Camponeses Pobres, entidade que assiste o acampamento.
Rosenildo integrava o grupo de trabalhadores rurais que decidiu novamente acampar na fazenda dias após o massacre para cobrar reforma agrária da área. Ele não estava no grupo de presentes no dia da ação policial que resultou em 10 mortes e dois feridos.
Ainda de acordo com a ONG Justiça Global, ele e outras três lideranças do acampamento estavam marcadas para morrer. Depois de receber a informação de que estava ameaçado, Rosenildo foi à cidade de Rio Maria, onde iria passar o fim de semana. Ele iria se reunir com a Liga dos Camponeses Pobres para definir medidas que iriam tomar de segurança.
Por causa do crime, organizações e movimentos de direitos humanos estão novamente se mobilizando para cobrar uma ação urgente do Estado para resolver o conflito agrário.
A chacina
Em 24 de maio, dez trabalhadores rurais foram assassinados por policiais militares na Fazenda Santa Lúcia, em Pau D'Arco. A chacina só perde para o episódio que ficou conhecido como Massacre de Eldorado de Carajás, em 17 de abril de 1996, onde 19 trabalhadores sem-terras morreram em confronto com a policia.
Na última semana, a Polícia Federal começou a reconstituição dos caso, para tentar comprovar se houve um ataque e execuções cometidas pelos policiais ou se houve confronto entre eles e os trabalhadores.
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(Com informações do portal UOL)
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