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Belém para em dia de greve geral

Agências bancárias fechadas, ônibus sem circular, protestos e trânsito engarrafado. Foi esse o cenário enfrentado pela população da Região Metropolitana de Belém (RMB) já na manhã de ontem, quando diversas categorias realizaram uma greve geral, sobretudo

Agências bancárias fechadas, ônibus sem circular, protestos e trânsito engarrafado. Foi esse o cenário enfrentado pela população da Região Metropolitana de Belém (RMB) já na manhã de ontem, quando diversas categorias realizaram uma greve geral, sobretudo contra as reformas da Previdência e Trabalhista. A estimativa é de que 1 milhão de pessoas tenham ficado sem ônibus em Belém, Ananindeua e Marituba.

Veja imagens da greve geral

A avenida Almirante Barroso, em Belém, estava com uma movimentação diferente já por volta das 9h. Somente carros particulares, vans e motos estavam nas ruas. Nenhum ônibus era visto circulando. O mesmo foi observado na avenida Augusto Montenegro, onde as paradas permaneceram lotadas mesmo após o horário de pico. Já esperando um ônibus por cerca de 50 minutos, o vigilante Gledson Rodrigues, 30 anos, tentava encontrar uma forma de chegar ao trabalho, em São Brás. Por mais que ele não desviasse o olhar do horizonte, só via carros menores e vans do transporte alternativo.

Quando paravam na frente de uma parada de ônibus, as vans eram logo preenchidas pelos passageiros. Apesar de cobrarem de R$4 a R$5 da Augusto Montenegro até São Brás, não era difícil ver vans circulando lotadas de passageiros, sentados e em pé. Os mototáxistas também aproveitaram a falta de transporte coletivo para fazer uma renda extra.

Agências bancárias estavam fechadas (Foto: Wagner Santana)

Em atividade desde as 6h, o mototaxista Rodrigo de Freitas, 31, já havia feito mais de 30 corridas até por volta das 10h. “Hoje (ontem) é um dia bom para a gente porque não tem ônibus nenhum mesmo”, disse, ao informar que ontem o preço da corrida da José Malcher até o Comércio estava custando R$10, sendo que em dias comuns o valor cobrado é R$7.

A aposentada Leni Duarte, 74 anos, teve duas surpresas logo no início da manhã. Ao se dirigir até a parada de ônibus, ela percebeu que nenhum coletivo circulava na cidade. Já ao chegar a uma agência bancária para resolver uma pendência, o atendimento também foi impossibilitado. “Como o ônibus não passava, eu vim ao banco resolver uma coisa importante, mas tomei outro susto”.

Nas fachadas de várias agências das avenidas Almirante Barroso e José Malcher, adesivos indicavam que era dia de greve. Em uma agência da Caixa Econômica Federal na José Malcher, apenas os caixas eletrônicos estavam funcionando. O comerciante Ivan José de Souza, 37, também ficou frustrado ao perceber que os serviços bancários estavam suspensos em decorrência da paralisação. Ele saiu de carona de Barcarena no início da manhã apenas para tentar resolver uma demanda no banco. Porém, teve de voltar para casa. “Eu faltei serviço só para vir resolver esse problema e está tudo fechado. Agora só segunda-feira”, reclamava.

SINDICATO

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setrans-Bel) afirma que os ônibus foram impedidos de circular, inclusive com piquetes na entrada das empresas. O Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT8) determinou, ontem, que pelo menos 50% da frota de coletivos circulasse em Ananindeua e Marituba, atendendo a pedido da Federação das Empresas de Transportes Rodoviário da Região Norte.

O pedido foi acatado pelo desembargador do trabalho, Vicente José Malheiros da Fonseca. O DIÁRIO não conseguiu falar com o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte de Passageiros dos Municípios de Ananindeua e Marituba (Sintran) para saber se a decisão foi cumprida. Segundo Otacílio Monteiro, diretor de comunicação do Sindicato dos Rodoviários de Belém, os ônibus voltaram a circular na capital no início da tarde de ontem.

Um grande boneco do governador Jatene foi levado para a manifestação (Foto: Fernando Araújo)

Manifestantes fazem caminhada por ruas de Belém

Com bandeiras, faixas, cartazes e carro som, manifestantes caminharam da Praça da República até o Mercado de São Brás, em Belém. O ato começou por volta das 11h30, com 10 mil pessoas, segundo os organizadores. A Polícia Militar (PM) não fez estimativa de público.

As categorias protestaram contra diversas situações, sobretudo contra as reformas previdenciária e trabalhista. Manifestantes também cobravam reajuste salarial, melhores condições de trabalho e reclamavam do sucateamento de setores como educação, saúde e segurança pública. O protesto foi organizado por centrais sindicais de todo País, que convocaram mais uma paralisação dos trabalhadores. A greve geral no Pará reuniu rodoviários, professores, estudantes, bancários, portuários, trabalhadores da construção civil, funcionários públicos, entre outras classes, que também cobraram do governador do Pará Simão Jatene e do prefeito de Belém Zenaldo Coutinho uma resposta.

EDUCAÇÃO

Os manifestantes inclusive levaram um boneco de Jatene para o protesto. Os marítimos também pararam as atividades no Porto de Miramar.

O universitário Heitor Pinheiro, 25, cobra uma educação de qualidade. “As escolas estão sucateadas. Os alunos sofrem”.

A coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde (Sindsaúde/ PA), Miriam Andrade, destaca a falta de investimentos no setor no Estado. A categoria denuncia o não reajuste salarial nos últimos 2 anos. “É uma vergonha. Temos 2 representantes cassados: o governador do Pará e o prefeito de Belém”.
Professores e alunos denunciam também as condições precárias nas escolas do Estado. Segundo Alberto Andrade, coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Pará (Sintepp), cerca de 80% dos colégios precisam de reformas, no Pará. Na altura da Secretaria Municipal de Administração (Semad), em Nazaré, os manifestantes gritaram “fora Zenaldo”. A caminhada terminou por volta das 13h30.
“Tivemos sucesso, pois várias categorias disseram sim à greve geral. Não aceitamos nenhum direito a menos”, disse o secretário de organização da Central Única dos Trabalhadores, Martinho Souza.

O centro comercial de Belém estava com pouco movimento (Foto: Fernando Araújo)

CENTRO COMERCIAL

No Centro Comercial de Belém, a falta de ônibus deixou o movimento fraco. Por volta das 10h30, ruas como João Alfredo e Santo Antônio estavam tranquilas. O vendedor de roupas Júnior Santos, 38, mora no bairro do Tapanã. Ele saiu de casa às 5h30 e demorou quase 3 horas para chegar ao trabalho. “Não teve nenhum ônibus. Peguei uma van lotada”. Carlos Reis, 30, conserta aparelhos de celular na Santo Antônio. Ele, que mora no bairro da Terra Firme, não teve dificuldades de chegar ao trabalho, pois tem uma motocicleta. Porém, o autônomo reclamava do pouco movimento. No Ver-o-Peso, as paradas de ônibus estavam vazias. Algumas barracas não abriram.

(Diário do Pará)

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