Ônibus voltam a circular, mas apenas em Belém

É dia de Greve Geral nesta sexta-feira (30) em várias capitais e cidades brasileiras, e em Belém não foi diferente.

Nas primeiras horas da manhã, a população já sentia os efeitos da manifestação em vários lugares: paradas de ônibus superlotadas, vias completamente desertas, lojas fechadas e protestos em vários pontos da região metropolitana.

Por volta das 10 horas, manifestantes iniciaram uma caminhada com saída da Praça da República, no bairro da Campina, em direção ao Mercado de São Brás.

O cenário mudou um pouco durante a tarde, quando alguns ônibus que fazem linha na capital paraense - e cujas garagens estão localizadas em Belém - começaram a circular nas ruas.

SEM ÔNIBUS A MAIOR PARTE DO DIA

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), cerca de 1 milhão de pessoas foram atingidas com a falta de ônibus em Belém, Ananindeua e Marituba.

Os trabalhadores rodoviários que aderiram à Greve Geral e cruzaram os braços se concentraram em frente às garagens das empresas, impedindo a saída dos coletivos.

(Foto: via Whatsapp)

Por volta das 16h30, apesar das muitas reclamações da população, o secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Pará, Willém Ribeiro, informou que os ônibus já voltaram a circular em Belém.

"Acontece que os motoristas também precisam do transporte público para chegar nas garagens. Mas os ônibus já estão circulando", afirma.

O DOL também entrou em contato com o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Ananindeua e Marituba (Sintram), Cleiton Miguel, que informou que os ônibus continuavam dentro das garagens.

"Os ônibus de Ananindeua e Marituba não saíram da garagem o dia todo. Foi uma decisão dos próprios motoristas", afirma.

Segundo o representante do Sindicato dos Carreteiros do Pará, Edilberto Ventania, os trabalhadores também protestam devido aos recentes casos de violência e outros ao qual a categoria vem sofrendo.

TRANSPORTE ALTERNATIVO

(Foto: Wagner Santana)

Para não deixar de ir trabalhar, parte da população recorreu ao transporte alternativo, mas precisou desembolsar um dinheiro a mais.

Nas redes sociais, os usuários de vans e mototáxis reclamaram da cobrança abusiva de preços, muito acima da média em dias normais, com vans cobrando até R$ 7 e mototáxis, até R$ 25, em corridas que geralmente custariam R$ 12.

ALMIRANTE BARROSO

(Foto: via Whatsapp)

Uma das manifestações ocorreu na Avenida Almirante Barroso, próximo ao Entroncamento, no sentido Ananindeua-São Brás.

Segurando faixas e cartazes contra as reformas trabalhista e da previdência, os manifestantes montaram uma barricada na via, queimando pneus.

A via foi liberada por volta de 10h.

ARTHUR BERNARDES

Na rodovia Arthur Bernardes, manifestantes também realizaram protestos no início da manhã.

Segundo a Polícia Militar, os manifestantes interditaram dois pontos da rodovia, nos bairros do Barreiro e Miramar, este último no distrito de Icoacari.

O tráfego na via também foi liberado por volta de 10h.

AUGUSTO MONTENEGRO

(Foto: via Whatsapp)

Nas primeiras horas da manhã, a população ficou parada nos pontos de ônibus, esperando principalmente por vans e mototáxis ao longo da Avenida Augusto Montenegro para tentar chegar ao trabalho.

CENTENÁRIO E INDEPENDÊNCIA

(Foto: via Whatsapp)

Um grande engarrafamento se formou ao longo das avenidas Centenário e Independência, que são vias alternativas e que ligam as avenidas Julio Cezar e Augusto Montenegro, e também a rodovia Mário Covas.

Em nota, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (SETRANSBEL) esclarece que os ônibus foram impedidos de circularem durante todo o dia, inclusive, com piquetes na entrada das empresas, o que não permitia a saída dos coletivos.

A entidade ainda esclarece que acionou as vias judiciais para garantir o direito de ir e vir da população com a normalidade do serviço. Por fim, o SETRANSBEL reitera seu compromisso de melhor atender ao público.

(DOL)