Aposte no seu negócio e vire seu próprio patrão

Comprar no próprio bairro tem grande importância para a economia. Quando você compra na mercearia da esquina e contrata os serviços daquela vizinha que é costureira, não apenas tem a vantagem de estar perto de casa, mas contribui para fazer circular o dinheiro no comércio local, além de apoiar o setor de pequenos negócios, que representa mais de 95% do total de empresas brasileiras e responde por 27% do Produto Interno Bruto (PIB) do País. No especial “Compre no seu bairro” de hoje, o DIÁRIO apresenta os microempreendedores que fazem a diferença no bairro do Jurunas.

Abrir o próprio negócio pode ser a oportunidade que faltava para ter mais qualidade de vida, aumentar a renda familiar e crescer profissionalmente. Foi nisso que pensou Gerllane Lopes, 35 anos, quando começou o próprio negócio há 10 anos. Na época, ela trabalhava como promotora de vendas e o marido, Jadson Lopes, 35, era gerente de uma franquia de fast-food. Quando Jadson perdeu o emprego, o casal encontrou o impulso que faltava para começar a empreender. Eles decidiram iniciar um comércio de hortaliças e frutas na Apinagés, entre São Miguel e São Silvestre. Estudaram o setor de hortifrutas e pesquisaram também o mercado do Jurunas.

DINÂMICA

Ao perceberem que pelas redondezas não havia esse tipo de comércio e depois de estudarem bem o ramo, inauguraram a J. L. Hort Fruit. “Fomos conquistando a clientela aos poucos e, agora, apostamos na qualidade e na gestão para levar o negócio à frente”, conta Gerllane. Com apenas 2 funcionários, hoje o casal tem uma rotina dinâmica: às 3h eles vão a Central de Abastecimento do Pará (Ceasa) comprar produtos, de 6h às 14h atendem os clientes na frutaria e à tarde fazem entregas e gerenciam o estoque e as finanças.

APÓS 2 ANOS, UM NEGÓCIO PARA CHAMAR DE SEU

João Pedro diz que o começo é difícil, mas vale a pena. (Foto: Wagner Santana/Diário do Pará)

João Pedro França, 26 anos, pensou na autonomia e no conforto quando deixou de ser funcionário para ser chefe de si. Desde os 18 anos, atuava como operador de caixa em um supermercado. Depois de 6 anos no cargo, decidiu abrir o próprio negócio. O pai e o tio já trabalhavam com a venda do açaí e ele escolheu seguir o mesmo caminho. Por 2 anos juntou dinheiro e comprou aos poucos o maquinário necessário. Quando reuniu o suficiente para o pontapé inicial, pediu demissão e abriu o Açaí do João, na Apinagés entre São Miguel e São Silvestre. “No início é sempre difícil, mas para quem pensa em melhorar de vida vale a pena manter o foco e lutar para abrir o próprio negócio”, aconselha. Hoje, ele tem clientela fiel e ainda pode fazer seu próprio horário, contando com a ajuda de um funcionário.

UM LUGAR ONDE SE ENCONTRA TUDO

Érica e Daniel: Mercantil Tradição é conhecido pela vizinhança. (Foto: Wagner Santana/Diário do Pará)

Daniel Neves, 50, e sua esposa Érica Soares, 34, também decidiram dar um passo à frente e ter o próprio negócio. Ele sempre trabalhou com comércio e fazia distribuição de ovos quando comprou um pequeno mercado na Tupinambás com São Silvestre em 2002. O atual Mercantil Tradição é conhecido pela vizinhança por vender de tudo. Lá, o consumidor encontra desde alimentos e produtos de limpeza a cosméticos, papelaria, artigos para casa e sandálias. Daniel admite que a concorrência com os grandes supermercados é difícil, mas o atendimento diferenciado, a praticidade de ter tudo no mesmo lugar e a vantagem de funcionar também aos domingos e feriados mantém a clientela fiel. “Outro diferencial é que vendemos também pela quantidade que o cliente quer, como somente meio quilo de arroz”, destaca Érica.

(Alice Martins Morais/Diário do Pará)