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Famílias de pacientes são vítimas de golpe

Nos últimos meses, cerca de dez ocorrências do chamado "Golpe do hospital" foram registradas pela Polícia Civil, que investiga os casos. O golpe, uma forma de estelionato, é feito quando algumas pessoas, aproveitando o momento de fragilidade dos pacientes

Nos últimos meses, cerca de dez ocorrências do chamado "Golpe do hospital" foram registradas pela Polícia Civil, que investiga os casos. O golpe, uma forma de estelionato, é feito quando algumas pessoas, aproveitando o momento de fragilidade dos pacientes, oferecem vantagens em troca de algum valor. Pela necessidade do tratamento, muitas vezes os familiares realizam tais procedimentos e só depois percebem que caíram em um golpe.

De acordo com a Agência Pará, alguns locais que já foram utilizados para golpes foram a Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV); Hospital Jean Bittar; Hospital Regional Público do Leste (HRPL), em Paragominas, e até mesmo a Fundação Hemopa.

Segundo o delegado Neyvaldo Silva, diretor da Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe), os hospitais públicos do Estado fazem parte do Sistema Único de Saúde (SUS) e os serviços prestados são totalmente gratuitos. Não há qualquer tipo de cobrança, pois todos os procedimentos são por conta do Estado ou do município. "Se houver alguma abordagem ou pedido de valores para a realização de atendimento ou exames complementares a pessoa tem que desconfiar sempre", alertou.

Ainda segundo o diretor da Dioe, os golpistas podem realizar as ligações de fora do Estado, inclusive de dentro de cadeias, utilizando contas de "laranjas" – pessoas que emprestam seus dados para intermediar transações ilegais – para o depósito de valores. A Polícia Civil do Pará já conseguiu inclusive prender uma quadrilha do Mato Grosso que agia aqui no Estado praticando esse tipo de crime. O crime de estelionato prevê pena de 1 a 5 anos de reclusão e a punição é aplicada em dobro se o delito for cometido contra idoso.

Casos

Entre os casos mais recentes está o de pacientes internados no Hospital Jean Bitar, em Belém. De acordo com a direção da instituição, familiares de pacientes receberam ligações de supostos funcionários cobrando por procedimentos que precisavam ser feitos com urgência. O caso só foi descoberto a partir de notificações feitas pelas famílias envolvidas no Serviço de Atendimento ao Usuário (SAU), no início desta semana.

Uma das vítimas foi o senhor A. G. S, que estava com a cunhada internada. Segundo ele, um homem ligou pela manhã se passado por médico e informou que a paciente precisava fazer exames complementares, pois teriam identificado a possibilidade de câncer no sangue. "Ele falou que o hospital não teria o equipamento necessário para a realização e por isso teria um custo. Pediu R$ 1.500 que deveria ser depositado em conta bancária. Desconfiado, imediatamente fui até a direção hospital pedir mais informações e descobri que tudo não passava de um golpe", relatou.

A desconfiança veio em função da gravidade da doença detectada, pois a paciente foi internada por problemas na vesícula, e por o estelionatário se identificar como médico de uma clínica e não da equipe que estava atendendo a família. "Tive a calma de prestar atenção nesses detalhes e de procurar checar antes com o próprio hospital, mas outras pessoas infelizmente não tiveram o mesmo pensamento. É importante estarmos atentos, mesmo em momentos difíceis, para não cairmos nesse tipo de golpe e sempre procurarmos a polícia para ajudar a prender estes criminosos", destacou a vítima.

De acordo com o diretor executivo do HJB, o administrador hospitalar Giovani Merenda, já estão sendo adotadas todas as providências para coibir essa prática criminosa, inclusive com Boletim de Ocorrência para iniciar as investigações. “Até onde sabemos, foram três famílias vítimas dos estelionatários e infelizmente uma delas chegou a depositar dinheiro em conta bancária. As outras duas desconfiaram das cobranças e procuraram a unidade hospitalar para esclarecer a situação”, comentou.

Logo após a denúncia feita no hospital, a coordenação do SAU, com apoio do Serviço Social, iniciou imediatamente ações de esclarecimento junto aos colaboradores, familiares e acompanhantes de pacientes atendidos na unidade hospitalar, por meio de palestras e distribuição de material educativo com afixação de cartazes, em locais estratégicos, reforçando a informação da gratuidade dos serviços de saúde do SUS, produzido pela Secretaria de Estado de Comunicação (Secom) ano passado, em situação bem parecida com essas, em outras unidades de saúde pública do Estado.

Situação semelhante também foi descoberta na Fundação Hemopa, há pouco mais de um mês, quando usaram indevidamente o nome do hemocentro para obtenção de patrocínio. Uma pessoa se passando por servidor do Hemopa entrou em contato com uma instituição privada que presta serviço ao hemocentro para pedir um valor em dinheiro para aquisição de produtos esportivos para um suposto maratonista paraense. O golpe foi evitado graças ao gestor da empresa privada ter consultado a Fundação Hemopa para conferir as informações.

Segundo a Agência Pará, o hemocentro informou que suas parcerias são firmadas, imprescindivelmente, através de ofício assinado pela presidente da instituição, Ana Suely Leite Saraiva. Ainda assim, toda e qualquer solicitação de apoio e/ou parceria deve ser verificada junto ao hemocentro. Assim como no Jean Bitar, todas as providências cabíveis foram tomadas para coibir a prática criminosa.

Em 2016, a família de um paciente internado na Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV) também foi alvo de uma tentativa de estelionato. Um homem se fazendo passar por médico da instituição cobrou para realizar um procedimento no local. A tentativa de extorsão foi descoberta depois que a situação foi comunicada à enfermeira chefe do setor onde o paciente estava internado. No mesmo ano o golpe foi aplicado em quatro famílias de pessoas internadas no Hospital Regional Público do Leste (HRPL), em Paragominas.

Denuncie

Caso haja esta suspeita, pacientes ou mesmo seus familiares devem entrar em contato com médicos responsáveis ou mesmo com a direção da instituição de saúde para saber se de fato o procedimento é correto. O mesmo é válido para atendimento em hospitais particulares.

A informação também pode ser denunciada por meio do serviço 181, Disque-Denúncia. A ligação é sigilosa e anônima.

(Com informações da Agência Pará)

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