Estação São Brás começa a funcionar

Após 10 meses de obras, ontem, foi aberta ao público, em caráter experimental, o terminal do Bus Rapid Transit (BRT), no bairro de São Brás, em Belém. Os serviços de embarque e desembarque do ônibus biarticulado, que estavam sendo feitos na estação da Antônio Baena, também na avenida Almirante Barroso, agora acontecem no novo terminal. Mesmo com vários fiscais e servidores da prefeitura orientando os usuários neste novo sistema, a população ainda está confusa com o funcionamento da estação.

Entre as principais reclamações, está a falta de informação nas paradas de ônibus próximas, como a da frente da Praça do Operário, que era ponto das linhas Icoaraci-São Brás-Paracuri I; Icoaraci-São Brás-Paracuri II; Itaiteua-São Brás e Outeiro-São Brás, que agora passaram a ter o embarque e desembarque no novo terminal de integração.

Na manhã de ontem, a cozinheira Socorro Nunes, de 51, estava indo para Icoaraci. Ela esperou quase 40 minutos o coletivo na antiga parada. “Eu comentei que estava demorando muito. O vendedor de bombons que me informou que estavam parando no terminal”, critica. A chefe de cozinha, Celeste Dias, 30, fez a mesma reclamação. Depois de meia hora esperando o coletivo para chegar em Outeiro, ela ficou sabendo que o seu ônibus estava parando dentro do terminal. “Já que o BRT não serve para irmos até o nosso destino, o terminal está bom como parada. Mas falta a população saber disso”, observa.

TEMPO

A autônoma Érika Chagas, 40, elogia o terminal, no entanto, critica a falta de funcionalidade do BRT. “O ônibus está bonito, as paradas também, mas ninguém anda neles. Ele vai só até o Mangueirão”, lamenta. Para ela, que mora em Icoaraci, o sistema atenderá suas necessidades, porém, até hoje, ela apenas espera que isso aconteça. “É um sonho, mas quanto tempo vai demorar? Até agora o ônibus só passa vazio”, questiona.

A obra, estimada em mais de R$ 400 milhões, se arrasta desde o mandado do ex-prefeito de Belém Duciomar Costa. O projeto prevê um corredor exclusivo para ônibus de São Brás até o distrito de Icoaraci, além da integração de 54 km de vias com o transporte fluvial.

Já com 60 anos, o autônomo José Silva, não paga passagem de ônibus. Mas, com filhos e netos indo à escola, ela sabe o valor que pesa no bolso. “Se fosse mais organizado, valeria a pena. Mas está caro para o serviço demorado”, diz. Junto ao terminal de São Brás, a Prefeitura de Belém informou que seriam entregues as estações Império Amazônico e Tavares Bastos, que ontem ainda estavam em obras.

Na avenida Almirante Barroso, estão funcionando apenas as estações da Júlio César, Curuzu e Antônio Baena. As da frente do Bosque Rodrigues Alves, Humaitá e Mauriti estão em fase de implantação dos cabeamentos das catracas.

ELEVADOR ESTÁ PARADO NA ESTAÇÃO MANGUEIRÃO

O ônibus BRT segue do terminal de São Brás até o do Mangueirão, que está com as escadas rolantes e os elevadores parados. Na prática, a mudança mais visível com a inauguração do terminal de São Brás é a utilização das outras 4 linhas, que passam ter embarque e desembarque integrados no local.

Nesta fase, os usuários fazem o pagamento das passagens do lado de fora do veículo, na catraca, ainda no terminal. O valor do coletivo normal é de R$ 3,10, mas o passageiro pode comprar o passe expresso, no valor de R$ 4, que depois pode ser recarregado. Ele é vendido nos terminais de São Brás e Mangueirão.

PRÓXIMA ETAPA

Na próxima fase do projeto, as linhas de ônibus sairão de seus pontos de origem apenas até o Terminal Mangueirão, onde vão alimentar o BRT e retornarão aos bairros, não chegando mais até São Brás.

Os usuários poderão optar por entrar no Terminal São Brás, pegar um ônibus BRT e seguir até o Terminal Mangueirão como ponto final ou de lá acessar uma das outras linhas que operam com integração no local.

(Roberta Paraense/Diário do Pará)