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R$ 0,31. É quanto você vale, por dia, para Jatene

Quando se trata de baixo investimento, o governador Simão Jatene só tem um concorrente: ele mesmo. No ano passado, Jatene destinou a investimentos apenas 4,37% de tudo o que gastou. Foi o pior índice dos governadores paraenses, nos últimos 21 anos. E quem

Quando se trata de baixo investimento, o governador Simão Jatene só tem um concorrente: ele mesmo. No ano passado, Jatene destinou a investimentos apenas 4,37% de tudo o que gastou. Foi o pior índice dos governadores paraenses, nos últimos 21 anos. E quem foi desbancado do pódio foi o próprio Jatene: o pior índice, até agora, também era dele (4,51%, em 2011). Quando divididos pelos 8,2 milhões de paraenses, os R$ 939 milhões investidos pelo governador, no ano passado, significam um investimento de apenas R$ 113,55 por habitante, para o período de 12 meses. Ou somente 31 centavos por dia, por paraense. Dinheiro que só dá para comprar um quinto de picolé, na periferia de Belém (R$ 1,50). Nem mesmo um pão careca é possível comprar com 31 centavos.

Ainda mais impressionante é que nenhum governador paraense teve tanto dinheiro quanto Jatene. Nos últimos 6 anos, passaram pelas mãos dele quase R$ 132 bilhões (em valores atualizados pelo IPCA-E de março). É mais que o dobro das receitas do ex-governador Almir Gabriel, em seus 8 anos de governo: R$ 63,8 bilhões. No entanto, a média de investimentos de Almir, somados seus dois governos, ficou em 11,97% da despesa, contra os 6,12% desses seis anos de Jatene. Idem para a ex-governadora Ana Júlia Carepa, com receitas de R$ 66 bilhões e média de investimentos de 8,87%. Daí a pergunta que não quer calar: aonde é que foi parar o dinheiro de investimentos do Estado do Pará?

CONTRADIÇÃO

Nenhuma só vez, nos últimos anos, Jatene conseguiu destinar a investimentos nem ao menos 10% dos bilhões que torrou. No entanto, foi ele mesmo quem afirmou, em abril de 2011, no lançamento de sua agenda mínima: “Um governo que não se dispuser a usar pelo menos 10% do que tem nos cofres em investimentos não terá feito absolutamente nada”. Mas dos quase R$ 132 bilhões em receitas, de 2011 a 2016, ele investiu menos de R$ 7,8 bilhões, ou 5,90%. Então, em que é que ele torrou os R$ 5,5 bilhões que ficaram faltando, para chegar a 10%?

Mas esse baixo investimento, por anos a fio, não gera apenas um caos no presente: ele também compromete o futuro, já que aumenta os déficits dos serviços públicos e as carências sociais. Em 2010, mais de 1,2 milhão de paraenses, ou 16,74% da população, viviam em favelas. Também em 2010, o Atlas do Desenvolvimento mostrou que o Pará possui o 3º pior índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do País.

Com menos dinheiro, um dos setores que mais sofre é a Educação. (Foto: Elcimar Neves/Diário do Pará)

BAIXO INVESTIMENTO PIORA SERVIÇOS PÚBLICOS

Sem investimentos, não há como melhorar os serviços públicos e a qualidade de vida da população. É simples assim. E quando o que se tem é um baixo investimento, por anos a fio, em um Estado pobre e cuja população não para de crescer, como é o caso do Pará, o resultado é o caos: escolas, hospitais, delegacias de polícia vão ficando cada vez mais sucateadas, superlotadas e sem equipamentos básicos. Isso porque é com o dinheiro de investimentos que é construído, ampliado e modernizado tudo aquilo que é público: postos de saúde, quartéis, presídios, repartições, estradas, sistemas de água e saneamento. E é também com esse dinheiro que são comprados os veículos, máquinas, móveis e equipamentos existentes nesses locais.

TODOS OS EX-GOVERNADORES FIZERAM MAIS, COM MENOS RECURSOS

Quando se divide o dinheiro total do Governo, em cada ano, pelo número de habitantes do Estado, o resultado é a receita per capita (por pessoa). Ela é um dos melhores indicativos da quantidade de dinheiro à disposição de Jatene. Com base nessa receita, não dá para ele dizer que faltou dinheiro para investir porque o crescimento da população acabou “anulando” o aumento dos recursos financeiros. Pelo contrário: o que a per capita mostra é que todos os ex-governadores paraenses, com muito menos dinheiro disponível, fizeram muito mais do que Jatene.

Em 1998, mesmo com a venda da Celpa, a receita per capita do governo de Almir Gabriel (do mesmo partido de Jatene) ficou em apenas R$ 1.636,02. Mesmo assim, ele investiu 16,57% de tudo o que gastou. Em 2010, a per capita de Ana Júlia foi de R$ 2.452,24. Mas ela investiu 11,15%. Na mensagem que enviou à Assembleia Legislativa (Alepa), em 15 de fevereiro de 1991, o ex-governador Hélio Gueiros aponta investimentos de 24% no ano anterior – apesar de uma receita per capita de apenas R$ 491,10 (atualizada pelo IPC-A de março). Já os investimentos do ex-governador Jader Barbalho, ficaram entre 17,9% e 21%, entre 1991 e 1993. No entanto, a maior receita per capita dele foi de apenas R$ 833,76, em 1992.

(Ana Célia Pinheiro/Diário do Pará)

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