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MP investiga se PMs participaram de chacina

O Ministério Público do Estado (MP), por meio da Promotoria Militar, instaurou, ontem, Inquérito Policial Militar para apurar a participação de PMs na chacina que deixou 5 mortos e 14 feridos, entre eles duas crianças, na noite de terça-feira, 6, no bairr

O Ministério Público do Estado (MP), por meio da Promotoria Militar, instaurou, ontem, Inquérito Policial Militar para apurar a participação de PMs na chacina que deixou 5 mortos e 14 feridos, entre eles duas crianças, na noite de terça-feira, 6, no bairro da Condor, em Belém.

Segundo informações preliminares, são cada vez mais claros os indícios de participação de homens da Polícia Militar (PM) na matança, que mais uma vez assustou a população da capital. Por volta de 21h, intervalo do jogo entre Paysandu e ABC, pessoas encapuzadas chegaram em caminhonetes, fecharam o quarteirão e atiraram a esmo.

Crianças que ensaiavam uma quadrilha junina na rua correram para uma loja, mas, mesmo assim, duas foram atingidas. Entre os indícios da participação de policiais estão o uso de armas calibre 40, de uso exclusivo da PM, coletes à prova de bala e a forma de agir, que contava com um tipo de comando dado por um “líder”. Testemunhas dizem, ainda, que a polícia só chegou ao local meia hora depois. Entre as provas, havia um vídeo de cerca de dois minutos que mostraria a ação do bando e ajudaria a identificar os envolvidos, mas a Polícia Civil (PC) mantém a investigação sob sigilo.

DEPOIMENTOS

A série de indícios motivou a abertura do inqúerito, que tem prazo de 40 dias para ser feito, mas poderá ser prorrogado. “É uma investigação muito complexa”, disse o promotor Armando Brasil, responsável pela investigação. Ele não quis dar mais detalhes sobre a apuração do crime.

Ele confirmou, contudo, que entre as pessoas chamadas a depor estão policiais militares. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (Segup) informou que, dos 14 feridos, 9 receberam alta e 5 continuam internados, sendo uma criança. Sobre a apuração, informou que a Divisão de Homicídios está fazendo o trabalho de campo, “visando levantar novas informações sobre os fatos ocorridos no bairro Condor”.

O promotor Armando Brasil diz que inquérito deve ser concluído em até 40 dias. (Foto: Fernando Araújo/Diário do Pará)

A missão é buscar câmeras de segurança da área que possam ter registrado a ação criminosa. Sobre a possibilidade de participação de policiais na chacina, a nota informa que não está descartada “qualquer possibilidade sobre a motivação da ação criminosa”.

CHACINA
Na terça-feira. 6 de junho, 5 pessoas foram assassinadas no bairro da Condor. Os homicídios ocorreram por volta das 22h, na Rua Nova II. Morreram no local Rodney Vasconcelos Silva, 26 anos; Jairo Lobato Pimentel, 38 anos; e Sebastião Souza Pereira, 46 anos. Já Evandro dos Santos Sá chegou a ser socorrido e levado ao PSM do Guamá, mas não resistiu aos ferimentos. Na manhã de quarta-feira (7), a quinta vítima, Ricardo Botelho, faleceu no PSM da 14 de Março.

CRIME QUE DEIXOU CINCO MORTOS COMPLETA UMA SEMANA

Na Rua Nova II, no bairro da Condor, o medo ainda se faz presente, uma semana após a chacina que deixou 5 pessoas mortas e 14 baleadas. Antes, na mesma via, moradores entravam a madrugada brincando e jogando conversa fora. Atualmente, às 18h, poucos têm coragem de sair. As marcas de balas ainda estão nas paredes das casas e no carrinho de lanche estacionado ao lado do bar onde estavam as vítimas. O estabelecimento está de portas fechadas.“Era tiro, muito tiro. As pessoas gritavam, se jogavam no chão. Foi um pânico total”, lembra uma pessoa que não quis ser identificada. Na terça-feira (6), era mais uma noite em que os amigos se reuniam para ver um jogo do Paysandu. As crianças, nos ensaios para as festas juninas. As atividades foram interrompidas, por cerca de 15 pessoas encapuzadas, que chegaram atirando.“Acordo assustada no meio da madrugada. Tudo passa pela minha cabeça e começo a chorar”, conta, emocionada.
VÍTIMASEla conhecia os homens assassinados e reforça: “Nenhum deles era bandido. Eles trabalhavam, não se metiam em confusão”.

Na casa de outra pessoa, uma criança está traumatizada. “Os tiros assustaram. Agora, a criança não pode mais ouvir nenhum barulho que chora”, conta uma parente. “Já levei para benzer, porque só Deus nas nossasvidas”, completa.

Segundo relatos, depois de terça-feira, viaturas da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam) passam pelo local com mais frequência no período da noite. No entanto, até agora ninguém da área da Segurança Pública do Estado procurou os familiares das vítimas. Este ano, já foram registradas 4 chacinas na Grande Belém, com 49 pessoas assassinadas.

(Rita Soares e Roberta Paraense/Diário do Pará)

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