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Pará é o 5º Estado mais violento do Brasil

O Pará está entre os 5 Estados mais violentos do País e Altamira é apontada como a mais violenta entre as 304 cidades com mais de 100 mil habitantes. O triste retrato da violência no Estado reflete diretamente o descaso de ações efetivas de segurança públ

O Pará está entre os 5 Estados mais violentos do País e Altamira é apontada como a mais violenta entre as 304 cidades com mais de 100 mil habitantes. O triste retrato da violência no Estado reflete diretamente o descaso de ações efetivas de segurança pública a favor da população e foi revelado ontem no lançamento do Atlas da Violência 2017, que traz dados consolidados de 2005 a 2015 em todas as unidades da Federação.

Produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com apoio do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pelo Ministério de Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, o estudo apontou que o Pará está acima da média da violência no Brasil em praticamente todos os quesitos avaliados. E deixa claro o descaso do atual governo paraense. Basicamente durante todos os anos à frente da gestão no Pará - de 2005 a 2015 -, o número de homicídios no Estado cresceu mais que a média nacional.

Procurada para responder sobre os números do Ipea, a Secretaria de Estado de Segurança Pública do Pará (Segup) informou que a área de Inteligência e Analise Criminal “prossegue na avaliação do estudo”.

Segundo o Atlas da Violência, o Pará chegou a 2015 com uma taxa de 45 homicídios para cada 100 mil habitantes, aumento de 62,7% em relação a 2005. “É como se tivesse caído um boeing por mês no Estado, levando paraenses, principalmente jovens e negros”, comparou Daniel de Castro Cerqueira, diretor de Estudos e Políticas do Estado, do Ipea.

DESCASO

Para ele, os indicadores revelam um descompromisso por parte das autoridades nos níveis federal, estadual e municipal com a complexa agenda da segurança pública. “Além das óbvias consequências fatais, tal tragédia traz implicações na saúde, na dinâmica urbana e, por conseguinte, no processo de desenvolvimento econômico e social”, constata o especialista do Ipea.

AUSÊNCIA DO ESTADO NA SEGURANÇA PUNE PRINCIPALMENTE A JUVENTUDE

Outro dado devastador apontado pelo Mapa da Violência mostra que a juventude está sendo dizimada pela falta de ações ordenadas de combate à violência no Pará. Se considerada a população jovem, fica evidente pelos dados do Ipea que o pico da taxa de mortalidade por homicídios se dá na faixa entre 15 e 29 anos.

E, se no Brasil essa taxa já é alta e preocupante, de 60 por 100 mil habitantes nessa faixa etária, no Pará a situação é mais grave: 84,2, um aumento de 63,5% entre 2005 e 2015. No total, a realidade fica ainda mais chocante: 1.936 homicídios, ou seja, mais da metade dos crimes ocorridos no ano de 2015 no Estado do Pará atingiram jovens de 15 a 29 anos.

O professor da Universidade Federal do Pará (UFPA) Assis da Costa Oliveira, graduado em Ciências Jurídicas, vê com indignação e preocupação o aumento do índice de violência do Pará. Para ele, a liderança de Altamira no ranking das cidades com maior taxa de homicídio, ao lado de outros cinco municípios paraenses, é reflexo da ausência de políticas públicas do Governo do Estado. “Não há prioridade do Estado no apoio a projetos preventivos, voltados para a inclusão social e redução de desigualdades”, critica.

ENTRE AS CIDADES, ALTAMIRA LIDERA O RANKING DA VIOLÊNCIA

O Atlas da Violência do Ipea mostra em números a realidade que o paraense já conhece, apontando Altamira no topo da violência em uma lista de 304 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes. Com o total de 116 homicídios em 2015, o que representa uma taxa de 107 por 100 mil habitantes, Altamira supera em mais de três vezes a média nacional de 28,9 homicídios por 100 mil habitantes.

Município sofre com a falta de investimenos em segurança pública por parte do Governo do Estado. (Foto: J.R. Avelar/Diário do Pará)

Em contraste com Jaraguá do Sul (SC), considerado o mais pacífico do levantamento, com taxa de 3,7 homicídios por 100 mil habitantes, há diferenças claras nas condições sociais de cada um. Pelo menos 68,7% da população com mais de 18 anos tem ensino fundamental completo, enquanto em Altamira apenas 46% estão na mesma condição. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Jaraguá do Sul é de 0,803, enquanto de Altamira é de 0,665.

PROMESSAS

Daniel de Castro Cerqueira, diretor de Estudos e Políticas do Estado, do Ipea atribui a classificação de Altamira nesse ranking à forma como se deu o crescimento rápido e desordenado da cidade, no rastro da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, sem anteparo dos aparelhos públicos prometidos e não entregues a contento e dentro do prazo pelo Governo do Estado, como escolas, hospitais e segurança. “Quando as transformações urbanas e sociais acontecem sem as devidas políticas públicas, não só com relação à segurança mas também ao ordenamento urbano, educação, cultura e saúde, podem afetar diretamente a taxa de criminalidade”, detalha.

A Prefeitura de Altamira critica a falta de atenção e ação do governo e, por meio de sua assessoria de comunicação, diz que os recursos de R$ 100 milhões do consórcio construtor da Usina de Belo Monte, repassados ao Governo do Estado para melhorias na região, não se converteram em ações efetivas em Altamira. “O município vai cobrar mais apoio do Governo do Estado, sobretudo na área de segurança pública, que é atribuição estadual, com investimentos em infraestrutura, capacitação e inteligência”, afirmou o assessor Madson Rabelo.

(Kelly Lima e Lívia Ferrari/Diário do Pará)

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