Pane deixa embarcação à deriva na baía do Guajará

A embarcação Jarumã, da empresa Arapari, ficou à deriva na baía do Guajará por mais de 30 minutos, na tarde deste domingo (28). A informação foi confirmada pela Capitania dos Portos.

A lancha partiu do porto de Camará, no município de Salvaterra, na ilha do Marajó, com destino a Belém. Segundo relatos de alguns passageiros, por volta das 16h50 o motor parou. “Quando perguntamos o que estava havendo, o comandante disse que o motor esquentou demais”, relata Odivan Ramos, um dos passageiros.

“O pânico foi geral, pra piorar estava chovendo muito e a maré estava muito agitada, o que acabou colocando a maioria em desespero, disputando coletes salva vidas”, conta a passageira Angélica Conceição Ramos.

CAPITANIA INVESTIGA COMANDANTE E EMPRESA

Após o motor voltar a funcionar, a embarcação entrou em pane novamente, desta vez próximo à Orla de Icoaraci, distrito de Belém, foi então que a Capitania dos Portos chegou ao local.

O Cabo Araújo, da capitania, informou que uma equipe foi enviada ao local onde a lancha estava após a segunda pane. A Capitania dos Portos informou ao DOL que foram feitos os procedimentos iniciais para garantir a segurança dos passageiros, e que deu apoio à embarcação até seu local de destino, no Terminal Hidroviário de Belém.

A Capitania destacou ainda que uma investigação está em curso para saber se houve ou não negligência por parte do comandante da embarcação e da empresa Arapari.

MAIS UM CASO ENVOLVENDO A MESMA EMPRESA

Passageiros preocuparam-se com a quantidade de água no interior da embracação (Via Whatsapp)

Mais uma denúncia envolvendo embarcações da empresa Arapari foi registrada por passageiros na tarde deste domingo (28). A lancha Lorena-Mayra teria enchido de água durante a viagem do Porto Camará em Salvaterra com destino a Belém (foto acima).

Passageiros contaram ao DOL que vieram em pé durante a viagem, pois as poltronas próximo às janelas ficaram completamente molhadas pela água que escorria durante a chuva.

O catamarã tem capacidade para 78 pessoas e apesar de não estar lotado é apertado e não dispõe de um local suspenso para colocar bagagem, o que obriga cada um a levar a sua no colo. O que se pode notar é que essa lancha está mal conservada, desde os bancos até o piso e as janelas.

Para a administradora Renata Costa, que veio pela pela primeira vez de São Paulo para conhecer o Marajó, a situação é lamentável. "É um transporte sem segurança e sem estrutura. É inadmissível a entrada de água no barco, é muito desagradável! Eu, sinceramente esperava algo um pouco melhor. Fico pensando nas pessoas que fazem a rota diariamente e têm que se submeter a isso", pondera a turista.

Já o fazendeiro Getúlio Bonneterre Guimarães, que faz a rota há mais de 25 anos se entristece ao falar na situação, que segundo ele, é recorrente. "Durante todo o tempo que eu viajo de Soure ou Salvaterra para Belém, é sempre assim, colocam o que tem de pior para o Marajó e nós, sem opção temos que nos sujeitar e conformar com isso", lamenta.

Embora essa não seja a única empresa que faz o trajeto, nos horários disponíveis para viagem, há sempre um revezamento entre as empresas, o que deixa a população sem poder de escolha.

Registro feito por um passageiro mostra as condições precárias que se encontra a embarcação Lorena Maya, da empresa Arapari (Via Whatsapp)

Neste domingo, a embarcação (foto acima) saiu de Salvaterra às 14h30 e a viagem, que demoraria cerca de 1h30, durou 2h10.

A tripulação não quis se pronunciar oficialmente sobre o ocorrido, mas afirmou que todos os problemas serão reportados à Arapari Navegação. A Capitania dos Portos informou que não recebeu nenhum registro do caso.

O DOL tentou contato por telefone com a empresa Arapari em busca de um pronunciamento sobre as duas ocorrências, porém as chamadas não foram atendidas.

(DOL)