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"Chacina foi responsabilidade do Governo", diz MST

"Foi um ato criminoso. A polícia tinha que ter a competência necessária para esse tipo de ação, e não realizar assassinatos como os que ocorreram. Foi um massacre, e de inteira responsabilidade do governo do Estado de Jatene". A afirmação do coordenador d

"Foi um ato criminoso. A polícia tinha que ter a competência necessária para esse tipo de ação, e não realizar assassinatos como os que ocorreram. Foi um massacre, e de inteira responsabilidade do governo do Estado de Jatene". A afirmação do coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Ulisses Manaças, exemplifica o sentimento em relação às mortes de 10 trabalhadores rurais no município de Pau-D'Arco, no sul do Pará, ocorrido nesta quarta-feira (24), durante uma ação policial de reintegração de posse em uma fazenda da região: revolta, insatisfação e falta de crença na ação do poder público.

Segundo o Governo do Estado, dois delegados, 24 policiais militares e quatro guarnições do Grupo Tático de Redenção foram até a Fazenda Santa Lúcia cumprir mandados judiciais contra 30 pistoleiros que haviam ocupado o espaço, acusado de homicídio e tentativa de homicídio. Segundo a versão oficial, os policiais foram recebidos com tiros pelos acusados, precisando reagir. 10 ocupantes foram mortos, e nenhum policial foi ferido.

Para Ulisses, entretanto, a versão do governo do Estado apresenta incongruências. "Estamos desconfiando severamente desse relato apresentado. Primeiro, é estranho eles dizerem que houve um confronto, mas não há um policial sequer ferido, só os trabalhadores mortos. Além disso, depois da chacina, eles retiraram os corpos em um caminhão, modificando a cena do crime e tirando toda a possibilidade de investigação", afirmou o coordenador do MST. "Estamos descofiados pela forma como as pessoas morreram. Esperamos que o laudo do IML possa atestar se eles estavam em situação de confronto ou não".

Ulisses ainda afirma que, independente da reação ou não dos trabalhadores, o caso demonstra o despreparo do Estado para lidar com esse tipo de situação. "Se fossem cumprir os mandados judiciais, que levassem uma equipe policial especializada, não policiais sem preparo específico. Ainda mais policiais de rua para uma ação no campo, é colocar todos em risco. Irresponsabilidade desse governo, que carrega completamente a culpa por esse massacre", afirmou. "Se teve excesso dos trabalhores, se cometeram crimes, devem pagar na Justiça, e não com a vida".

O ocorrido foi classificado pela Comissão Pastoral da Terra como similar à chacina de Eldorado dos Carajás, ocorrida em 17 de abril de 1996, que resultou na morte de 19 trabalhadores rurais. Para o MST, ambas as ocorrências possuem similaridades. "Todas foram ações feitas por um governo irresponsável. O que está ocorrendo hoje é um reflexo da situação polícia calamitosa. O serviço agrário foi desmontado, o Incra não tem recursos para assentar as famílias. Além disso, ações sem preparo do governo do Estado tem dado margem para uma explosão na situação do campo", completou Ulisses.

Nesta sexta-feira (26), o MST e a Comissão Pastoral da Terra deverão ser reunir com outras entidades em Marabá, no sudeste paraense, para discutir ações para investigar o caso. Entre as medidas planejadas, estão pedidos de apoio para a comissão de Direitos Humanos do Congresso Nacional e de uma intervenção da União dos Estados Americanos. "O Sistema de Segurança Pública está falido, e vivemos nessa situação, em que o próprio Estado promove o massacre", concluiu Ulisses.

(DOL)

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