A sessão da Câmara da manhã de ontem em Marabá, no sudeste paraense, teve tumulto, pancadaria e intervenções da Guarda Municipal e da Polícia Militar. Estava sendo votado o projeto de lei que altera itens importantes do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) dos trabalhadores da educação municipal de Marabá. O projeto de reajuste foi aprovado por 17 votos a favor e 4 contra.
Depois de ter sido adiada por alguns minutos, a sessão da Câmara de Marabá foi reiniciada, sob clima de tensão e nervosismo. Antes de convocar a segunda sessão, já que a primeira foi suspensa devido a confrontos entre seguranças da Câmara e professores, o presidente da Casa, vereador Pedro Correa (PTB), pediu a presença de mais policiais e guardas municipais para garantir o andamento da votação.
Antes do início da sessão, a classe dos educadores já lotava no plenário da Câmara. Os ânimos estavam exaltados e tudo indicava que seria uma sessão tensa. Alguns educadores usaram nariz de palhaço em protesto pela aprovação do projeto de lei.
No decorrer da votação, já prevendo o resultado positivo do reajuste do projeto, os trabalhadores entraram na galeria de honra da Câmara iniciando um grande tumulto. Spray de pimenta foi jogado para dispersar a multidão e uma senhora acabou passando mal, com isso a sessão foi suspensa começando uma confusão generalizada. Professores, insatisfeitos com o resultado, se reuniram na entrada da Câmara gritando palavras de ordem.
Aproximadamente uma hora depois de toda confusão, a sessão foi retomada com um grande aparato policial. Com o voto da maioria dos vereadores, o projeto foi aprovado e a sessão encerrada por volta de 14h.
O vereador Pedro Correa mencionou que expôs para o Executivo a importância de ceder em alguns pontos da matéria. “Cabia a mim resguardar a segurança da Casa, já prevendo que essa situação iria acontecer e só chamamos a Guarda Municipal após haver invasão, fazendo a segurança, não somente dos vereadores, mas de todos”, disse.
A professora municipal Kátia Amorim saiu revoltada da Câmara após a votação. “Eu sou graduada, tenho nível superior, sou concursada, tenho 3 graduações, mas escolhi ser professora porque eu amo o meu trabalho”, disse. “Eu fui pra fora do Brasil e poderia ter ficado lá, mas escolhi ficar no meu município para defender a família e os filhos do meu município para hoje o prefeito dizer que R$ 3 mil é suficiente para sustentar a sua família”, desabafou.
PARA ENTENDER
- A prefeitura diz que não pode arcar com o pagamento dos salários dos professores se o PCCR continuar do jeito que está, com previsão até mesmo de colapso financeiro na secretaria.
- O Diretor de Finanças do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Púbica do Pará (Sintepp), Wendel Bezerra, afirma que o sindicato é contrário a qualquer maneira de corte do plano de carreira dos trabalhadores.
(Diário do Pará)
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar