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Jovens afirmam que foram vítimas de racismo

Um grupo de quatro jovens conta ter sido barrado por seguranças da Universidade Federal do Pará (UFPA). Eles alegam que o motivo foi um: racismo. O relato foi feito pelo estudante de Engenharia Elétrica da instituição, o rapper Daniel Costa. “Na peneira

Um grupo de quatro jovens conta ter sido barrado por seguranças da Universidade Federal do Pará (UFPA). Eles alegam que o motivo foi um: racismo.

O relato foi feito pelo estudante de Engenharia Elétrica da instituição, o rapper Daniel Costa. “Na peneira da segurança, que decide pela aparência quem pode e não pode entrar na Universidade, eu e meus amigos não passamos. Enquanto todo mundo entrava sem nenhum questionamento nós fomos logo cercados por três seguranças pedindo nossa documentação”, escreveu ele em um post nas redes sociais.

Em conversa com o DOL, Daniel acredita que ele e os amigos foram alvos de racismo. “Três pretos com cabelos afros”, disse.

O caso aconteceu na sexta-feira (19), por volta das 18h, quando o grupo entrava pelo segundo portão do campus do Guamá, em Belém. Rappers da crew TQSS, eles iriam prestigiar artistas de hip hop de um evento que acontecia na universidade.

“Inclusive, um companheiro nosso iria cantar. Todo mundo estava entrando normalmente, sem nenhum questionamento. Quando estávamos entrando, três seguranças foram logo cercando a gente, pedindo documentação de forma rude e perguntando onde íamos”, relatou.

Daniel teve que comprovar que era aluno da instituição. “Mostrei uma declaração de vínculo e o superior da segurança falou ‘isso não vale, qualquer pessoa pode falsificar um papel desses’”. Segundo o universitário, a todo o momento o segurança dizia que eram "ordens da reitoria".

Os jovens foram liberados, mas Daniel foi alertado pelos seguranças caso alguma acontecesse no campus. “Ele insinuou que iríamos causar algum tipo de problema na universidade e como eu era aluno, eu iria me responsabilizar se qualquer coisa acontecesse”.

Situação como essa foi a primeira vez que o estudante passou na UFPA, mas após a publicação do relato no Facebook, outros casos semelhantes de racismo foram postados nos comentários. “Um dos amigos que estava comigo, que é musico, foi cantar varias vezes na UFPA e em quase todas foi barrado. Tenho relatos de pessoas próximas também e todas são negras”.

Veja os relatos na postagem do estudante:

Os rapazes fizeram uma denúncia na cultural que estava sendo realizada e Daniel deve fazer também uma denúncia formal. “Estou vendo com a advogada ainda. Eu não fiz o B.O (Boletim de Ocorrência) na hora que aconteceu. Vou ver com ela como devo proceder a partir de amanhã (22)”.

Além do racismo, o universitário afirma ainda que foi vítima de agressão física. “Fui agredido por um dos seguranças, que me deu uma cotovelada no peito e escondeu o crachá para eu não ver seu nome”, relatou.

“O racismo me fez ser impedido de entrar na UFPA, mas todos os dias o racismo mata pretxs na periferia”, completou o rapper que ainda mandou um trecho da canção Sessentaesete. "Ae isso não é parque de diversão// Resistência é Rosa Parks se recusando a levantar// Pretos não se rendam a frustrações// Somos mais que tudo que querem padronizar".

Ouça:

DCE repudiou o racismo institucional

O Diretório Central dos Estudantes da UFPA divulgou uma nota nas redes sociais repudiando o fato. “Mais do que um caso isolado, o fato ocorrido reafirma a cultura e mentalidade racista presente no imaginário social e que, infelizmente, reproduz-se com muita força no espaço acadêmico”, diz um trecho.

“É necessário, dessa forma, que pautemos práticas que não criminalizem os indivíduos pela sua cor de pele, cabelo, forma de falar ou de se vestir, mas que a respeitem naquilo que elas têm de mais essencial: suas individualidades e liberdade. Caso contrário, continuaremos contribuindo para que 94,4% dos mortos por arma de fogo no Brasil sejam os jovens negros e que o povo negro continue a ser tratado de forma indigna no meio social”.

O DCE propõe ainda um debate sobre “Racismo Institucional e Segurança Pública na UFPA”, para que a comunidade acadêmica reflita sobre os acontecimentos.

UFPA

O Instituto de Ciências Jurídicas (ICJ) e a Faculdade de Direito (FAD) da Universidade informaram através de nota que condenam os danos ao patrimônio e que não admitem manifestações racistas sob hipótese alguma e que como espaço acadêmico, será promovido amplo debate com o corpo docente, discente e técnico a partir desta quarta-feira (24), quando o ICJ receberá a Anistia Internacional para o lançamento da campanha “Jovem Negro Vive”, às 16 horas, no auditório Hailton Correa. O Centro Acadêmico de Direito Edson Luís (CADEL) também promoverá no dia 30 de maio, às 16 horas, o Cine debate “Discriminação racial” no mesmo auditório.Os discentes que se sentirem lesados de alguma forma podem procurar orientação jurídica na Clínica de Atenção à Violência, que funciona no Núcleo de Prática Jurídica (NPJ).

(Antônio Santos/DOL)

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