Faça uso consciente do cartão de crédito

Há um ano, a autônoma Sheila Portal, 40 anos, adotou novos hábitos na hora de fazer compras usando o cartão de crédito. “Pago uma parte no dinheiro, outra parte eu parcelo. E somente para contas mais altas”, afirma. Ela só passou agir assim depois de pagar R$ 200 de juros em parcela atrasada e não conseguir administrar todos os gastos dos vários cartões que tinha. “Como não tenho uma renda fixa, acabou fugindo do meu controle”, justifica.

Para o economista Marcus Holanda, conselheiro do Conselho Regional de Economia, o cartão de crédito é uma forma de pagamento que substitui o dinheiro físico e o cheque, tendo uma principal vantagem: parcelar a dívida sem juros. No entanto, o problema surge quando o usuário não consegue, por algum motivo, pagar as parcelas. É nesse momento que ele passa a pagar o valor mínimo do boleto, uma das causas do endividamento do brasileiro.

“É necessário o uso consciente do cartão de crédito”, orienta o economista, ao acrescentar que, se o consumidor deseja adquirir algum bem ou serviço e não pode pagar à vista, que parcele desde que coloque no orçamento e pague o total da fatura mensal. Segundo ele, o consumo consciente requer planejamento e deve comprometer até 30% da renda mensal do usuário. “Esse percentual deve ser destinado às dívidas, para mantê-las controladas”, explica. “Se as dívidas comprometerem 40% do orçamento, é perigoso. Se ultrapassar disso, fica quase impossível de honrar todas as dívidas, que se tornarão uma bola de neve”, acrescenta.

(Michelle Daniel/Diário do Pará)