plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Previsão do Tempo 27°
cotação atual R$


home
NOTÍCIAS PARÁ

Mães compartilham suas rotinas e histórias na rede

Tem quatro anos que comecei a brincar disso, durante a licença-maternidade do meu caçula, postando no ‘Insta’ pessoal. Um amigo que me disse: ‘Por que tu não cria um blog? É tão legal o que tu escreve, ajuda pra caramba’. Decidi criar um Instablog, de man

Tem quatro anos que comecei a brincar disso, durante a licença-maternidade do meu caçula, postando no ‘Insta’ pessoal. Um amigo que me disse: ‘Por que tu não cria um blog? É tão legal o que tu escreve, ajuda pra caramba’. Decidi criar um Instablog, de maneira despretensiosa, até que percebi que foi tomando proporção maior. Então criei um blog bem caseiro. Começou a surgir parceiros, convite, gente de fora daqui. Eu levei um susto!”, conta Thaís Torres, 38, mãe da Gabriela, 11, e do Diego, 4, psicóloga e criadora do Instablog “Mamãe Full Time”.

Como ela, várias mães viram na rede uma possibilidade de contar um pouco da sua rotina com os filhos. Entre elas, Roberta Rios, do “Educando Quatro”. Na internet elas trocam informações com pessoas que tem o mesmo interesse: a vida pós-maternidade. Thaís trabalhava fora e começou a ver que não tinha muito tempo para se dedicar ao perfil. “Na licença-maternidade, amamentando, eu tinha tempo de sobra. Trabalhava como psicopedagoga há 11 anos em escola de ensino fundamental I, então sempre me aprofundei na questão da criança. E aí quando começaram a me procurar, além de fazer algo que gosto muito, percebi que podia começar a trabalhar com isso”.

Hoje, uma empresa de Brasília assessora a Thaís na manutenção do “Mamãe Full Time”, ajudando ela a expandir para um canal no Youtube, um blog informativo, perfil no Linkedin e no Soundclound, além de dar uma repaginada no Instagram e no Facebook. “Eu acabei de vir de um Encontro Materno Internacional, em São Paulo, então tô com um monte de informação nova. Tô louca pra colocar no ar. Semana que vem, todas essas novidades já devem estar no ar, em todos esses canais”, comemora.

No blog "Mamãe Full Time", Thaís compartilha um pouco da rotina com os filhos Diego (4 anos) e Gabriela (11 anos). (Foto: Divulgação)

Ela também conta que as publicações tinham motivação bem pessoal quando começou. “Eu tava na verdade falando das minhas necessidade, angústias, medos. Apesar de ser o segundo filho, tinha uma diferença de sete anos desde a última gestação. Queria ouvir a experiência de outros. ‘Olha, aconteceu isso também com o meu’, ‘Pode ajudar dessa maneira e tal’. Mas também começou a vir coisas como: ‘legal, tá me ajudando’. É como uma terapia de grupo”, diz Thaís. Por essas trocas, ela conta que passou a ler muito sobre o tema. “A verdade é que se eu pudesse viver só de ser mãe eu viveria, ia ser milionária (risos). E o objetivo do ‘Mamãe Full Time’ é esse, passar pra todos os pais, mães, cuidadores, que a maternidade – maternar, cuidar do outro – isso é de um valor absurdo, imensurável”, diz Thaís. E por incrível que pareça, ela conta que passou a ter mais tempo com os filhos após se dedicar à vida de blogueira. “Eles estavam comigo no evento em São Paulo e estavam adorando”.

COMPARTILHANDO CONQUISTAS, E NÃO LÁGRIMAS

Com um Instablog bem mais novinho, iniciado há duas semanas, outra paraense, Andressa Carvalho, 38, mãe do João, 4, e engenheira florestal, também decidiu compartilhar suas experiências com o filho, diagnosticado autista. “O que eu quero passar é o que a gente vive no dia a dia, avanços, evolução, mas também desafios, de maneira sutil. Não é pra derramar lágrimas”. Ela conta que quando surgiram as dúvidas dela sobre autismo, ela fez muitas buscas na internet a respeito. E não achava nada. “Quando acho é muito passado. Queria trazer um pouco de informação, ou até oferecer um espaço pra conversar. Desde que lancei o blog passo noites e noites no privado conversando com as pessoas que querem tirar dúvidas de como foi com João, as terapias que ele fez, se funcionou”. Por lá, ela compartilha o contato de profissionais que a ajudaram, como fonoaudiólogos, lugares onde tem material adaptado, escolas. “Tem mãe que compra de São Paulo, Rio, e não sabe que tem em Belém”, comenta.

Andressa Carvalho iniciou um instablog após o filho João ser diagnosticado como autista. (Foto: divulgação)

E como ela ainda dá conta de manter um blog junto à rotina profissional e de mãe? “Na primeira semana eu apaguei oito da noite porque fiquei muito sugada da coisa (risos). Assim, fui a procura de como viabilizar isso de maneira melhor. Tem aplicativo que você programa a publicação. Toda noite eu tento preparar um texto, deixo a foto e programo pra publicar. Eu meio que tô me disciplinando pra fazer isso”, conta.

DAR CONTA DE QUATRO? ROBERTA CONSEGUE

E se dar conta de ser uma mãe blogueira com um filho para cuidar já parece difícil, imagine quatro filhos! Com apenas 35 anos, Roberta Rios consegue. Ela já tinha dois filhos, o Matheus e o Davi, de 9 e 5 anos respectivamente, quando engravidou dos gêmeos Luca e Alice, de 1 ano e 10 meses. “Todo mundo começou a perguntar: ‘como é?’, ‘é muito difícil?’. Mesmo com mais filhos, eu dava conta. Não era o fim do mundo. O meu desejo quando criei o blog foi compartilhar um pouco disso, falar um pouco sobre educação, família”, conta Roberta, que também é psicóloga e hoje dá palestras sobre o tema.

A pergunta que mais fazem a ela até hoje é: ‘como é que você dá conta?’; seguida de uma sequência de outras muito parecidas como ‘como você coloca pra dormir todo mundo?’, ‘como você não enlouquece?’, ‘quem te ajuda?’. “E minha rede de apoio é pequena porque não sou daqui”, diz ela, que nasceu em Goiás e vive no Pará há 17 anos. “Não tem babá que durma em casa. Ela fica até 17h. No final de semana é só a gente, eu e meu marido. E apesar disso digo que não é difícil. Eu brinco com os seguidores que ‘dá até pra dormir de tarde”.

Um, duas, três, quatro inspirações para essa blogueira. (Foto: divulgação)

E o que se percebe pela rotina que Roberta publica na sua página no facebook – “Educando Quatro” – é que quando você consegue organizar a rotina e tratar tudo de forma mais leve, sem entrar em desespero, as coisas vão bem. “Hoje mesmo falando com uma mãe, comentei que a gente se desespera muito com choro. O choro é pra gente verificar o que tá acontecendo. O bebê só tem a linguagem do choro. Precisas aprender a lidar com ele. O que acontece é que chora um, chora outro, se eu me desespero, eles se desesperam mais ainda. Manter uma energia tranquila é uma das coisas que fazem a diferença”, diz ela.

Thaís, do “Mamãe Full Time” destaca ainda que esses espaços em rede são bons para compartilhar experiência, mas que cada mãe é que sabe do seu ninho. “Acabei de postar uma série falando do cuidado comigo mesma, que tô começando a me libertar mais, ter horários mais meus. Elas (mães) querem fórmula. Não tem fórmula. Foi no meu tempo. A Esperança (editora aqui do caderno Você) diz que tem mais tempo hoje pra ela do que antes de nascer o Ricardo, que ainda não tem nem um aninho. Cada maternidade é de um jeito. Por isso é bacana você se encontrar no relato de outras mães, mas preservar tua individualidade”.

(Lais Azevedo/Diário do Pará)

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

Mais em Notícias Pará

Leia mais notícias de Notícias Pará. Clique aqui!

Últimas Notícias