Buracos em calçadas dificultam vida de pedestres

Quem faz exercícios físicos nos locais públicos de Belém tem encontrado grandes dificuldades. Além de os espaços serem pouco e concentrados na região central da cidade, nos tradicionais pontos usados para caminhadas e corridas, falta manutenção e sobram reclamações dos usuários.

Referência quando o assunto é lazer e prática de esportes, o belenense logo pensa no Bosque Rodrigues Alves, no bairro do Marco. A área verde em meio ao trânsito caótico da capital atrai muitas pessoas que praticam esportes logo pela manhã ou no fim da tarde. Mas quem se exercita no local deve redobrar a atenção para desviar dos buracos e pedras portuguesas soltas no calçamento. Todos os dias, o aposentado Jorge Amoras Castro, de 72 anos, vai ao calçadão do Bosque fazer caminhadas. Ele chega por volta das 8h, quando o movimento de pessoas já não é muito intenso.

“Temos de andar olhando o chão, para não cair nos buracos. Com muita gente fica pior”, explica. O idoso que anda lentamente, faz caminhadas por motivos de saúde. Ele reclama das pedras soltas e do lixo que fica espalhado pelo chão. Além disso, o desnível do piso dificulta o exercício de Jorge. “Fiz uma cirurgia no coração, por isso tenho muito cuidado e medo de andar por aqui”, argumenta o aposentado.

Não são apenas os idosos que reclamam da situação. A assistente social, Isabela Moura, de 27 anos, também observa o descaso. “Já vi gente torcendo o pé e, se não tiver atenção, caímos, independente da idade”, reclama. O autônomo Arildo Teixeira, de 54 anos, atenta para outro perigo. No calçadão o piso é escorregadio, devido ao acúmulo de limo no chão. “Não sabemos se olhamos a paisagem ou para o chão”, lamenta.

Na avenida Marquês de Herval, no bairro da Pedreira, o lixo se acumula na caçada e dificulta a vida dos pedestres. (Foto: Mauro Ângelo/Diário do Pará)

No local, as lixeiras estão quebradas. Na esquina da travessa Lomas Valentinas, com a Almirante Barroso, a calçada está praticamente sem pedras portuguesas. Pela avenida 25 de setembro, é possível ver as grades que cercam o local quebradas.

CALÇADAS DA MARQUÊS DE HERVAL ESTÃO SÓ LIXO

A avenida Marques de Herval, no bairro da Pedreira, é outro local frequentado por quem se exercita. Por lá, o lixo e o mato alto tomam conta dos canteiros. Na esquina da travessa Humaitá, os dois lados da pista estão com entulhos e sacolas amontoadas. Em algumas partes da via, o mato chega à altura dos bancos e brinquedos. “Aqui é bonito, mas está abandonada. O caminhão de lixo passa, no outro dia já está cheio de lixo”, reclama a doméstica Rosalva Lima, 33.


De bicicleta ou a pé, o servente Wagner Antônio Reis, de 52, passa diariamente na via “É complicado fazer caminhada e ir desviando do lixo. Essa é uma das melhores ruas da Pedreira. É bom para se exercitar, mas tem parte que fede de tanto lixo”, conta. No trecho entre as travessas Lomas Valentinas e Enéas Pinheiro, há um acúmulo de sacolas, muitas delas rasgadas. Nos canteiros, há latinhas de refrigerante e cerveja, papéis e pedaços de madeira.

CALÇADAS IRREGULARES

A caminhada ou corrida nas ruas devem ser feitas com cuidado e atenção, pois representam riscos à saúde, principalmente com o piso desnivelado. O preparador físico Amarildo Silva, 40 anos, explica que o sobe e desce e os desvios de buracos, podem causar sérias lesões na coluna, joelhos, pés e tornozelos de pessoas que não são preparadas para os impactos - principalmente os idosos. “Hoje, os calçadões de Belém estão irregulares. Sempre indicamosprocurar pisos deconcretos para se exercitar”, orienta o profissional.

(Michelle Daniel/Diário do Pará)