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Greve contra reformas mobiliza Belém

A companhando a greve de diversos setores, que aconteceu, ontem, em diversas cidades brasileiras, milhares de trabalhadores paraenses, representantes de sindicatos e movimentos sociais também foram às ruas, em Belém. Na capital, o trânsito ficou travado p

A companhando a greve de diversos setores, que aconteceu, ontem, em diversas cidades brasileiras, milhares de trabalhadores paraenses, representantes de sindicatos e movimentos sociais também foram às ruas, em Belém. Na capital, o trânsito ficou travado pela manhã, período que durou o protesto. Em outras cidades paraenses, manifestantes também foram às ruas, protestar contra as reformas na Previdência Social e nas leis trabalhistas propostas pelo Governo Federal e também contra o governador do Pará, Simão Jatene, e o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho.

Veja a galeria de imagens das manifestações

Vários pontos da Região Metropolitana ficaram bloqueados pela manhã. Mesmo sem aula nas escolas públicas e particulares, o trânsito ficou complicado. Em Belém, as manifestações iniciaram às 6h, no bairro de São Brás. Ônibus ficaram atravessados no início da avenida Almirante Barroso, à altura da avenida Ceará. Outro grupo interditou, com ajuda de um trio-elétrico, a avenida José Bonifácio, na praça Floriano Peixoto. Com bandeiras e carro de som, os trabalhadores também protestavam contra o sucateamento dos órgãos públicos estaduais e municipais, as péssimas condições de trabalho e a falta de reajuste salarial desde 2015.

Além dos diversos piquetes que bloquearam o trânsito na capital, a concentração maior do protesto foi na Praça da República. “Estamos na luta por nós, pelos nossos filhos e netos”, disse a defensora pública Rosa Lívia Magalhães, 56.

A criatividade também fez parte dos protestos. Caixões foram usados para mostrar o luto em algumas áreas. (Foto: ROGÉRIO UCHÔA/Diário do Pará)

Às 10h, os manifestantes iniciaram uma caminhada pacífica até o mercado de São Brás. As pessoas cantavam, gritavam palavras de ordem contra e levantavam bandeiras dos movimentos. A multidão que tomou conta da avenida Nazaré fez uma parada à porta da sede do INSS. “Não podem aumentar o tempo mínimo de aposentadoria. Isso não é justo”, reclamou a pedagoga Ana Martins Neves, 35. Entoando o coro “Fora Zenaldo”, os trabalhadores também fizeram uma parada na frente da Secretaria Municipal de Administração (Semad). O ato terminou por volta de 12h30, no mercado de São Brás.

Servidores da saúde criticam o prefeito Zenaldo Coutinho

Revoltados com a atual gestão de Belém, os trabalhadores municipais da saúde se reuniram em frente ao Instituto de Previdência e Assistência do Município de Belém (Ipamb), no Marco. Eles denunciavam o sucateamento do órgão, a falta de medicamentos, o não nivelamento do salário base com o salário mínimo atual e corte das gratificações.

“Estamos diante de uma gestão péssima do prefeito Zenaldo Coutinho. Nosso plano de saúde está sucateado. Faltam médicos e equipamentos”, acusou o coordenador jurídico do Sindicato dos Trabalhadores de Saúde (Sindsaude), Mairraule Souza. Os servidores também criticam o aumento do desconto do Ipamb, de R$127 para R$ 139.

Policiais e educadores fazem denúncias


Praça do Operário, em São Brás, foi o ponto de concentração. (Foto: Fernando Araújo/Diário do Pará)

“Viemos dizer não às reformas e também, ao sucateamento da Polícia Civil”, alegava José Pimentel, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Pará (Sindpol). “O Governo diz que somos um serviço essencial, mas cadê os investimentos na segurança pública? Não tem”, questiona. Os policiais reclamam também do sucateamento em delegacias, sobretudo no interior do Estado, e da falta de mão de obra. Segundo a Associação dos Delegados do Pará (Adepol), hoje o efetivo de delegados para atender a uma população de mais de oito milhões de habitantes no Pará é de 585, incluindo os que estão afastados. Ontem, as delegacias funcionaram apenas para flagrantes e com 50% do administrativo.

ESCOLAS

Professores aderiram à greve geral em função da luta por melhorias na educação pública. “Esse é um ato que demonstra a insatisfação do povo. Não vamos ficar calados”, argumenta Alberto Andrade, coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Pará (Sintepp). Há três dias, eles decidiram aderir à greve diante do não pagamento do piso por parte do governador Simão Jatene. No próximo dia 3, os professores farão um ato em frente ao Palácio dos Despachos. “Vamos, mais uma vez, tentar uma negociação. Nossos salários não têm reajuste desde 2015. Estamos em greve por tempo indeterminado”, acusou.

Andrade observa que as escolas no Pará estão funcionando em condições preocupantes. “Das mil instituições que temos, 800 delas, precisam de reformas”, revelou.

Cercados por manifestantes, ônibus tiveram pneus furados

Durante a greve geral, Belém sentiu um movimento incomum. O centro comercial teve pouco movimento, a exemplo de outros estabelecimentos em vários pontos da cidade.

A tranquilidade, no entanto, encontrou exceção nos muitos dos protestos realizados na cidade durante o dia. Um grupo de rodoviários e outros manifestantes exclamavam palavras de ordem e chegaram a, inclusive, cercar ônibus e furar os pneus do transporte para evitar a continuidade da rota, já que os rodoviários não aderiram à greve.

Acompanhando de longe, a estudante Louise Brandão, 21, apoiava a manifestação e acreditava ser uma ferramenta para lutar pelos direitos trabalhistas. “Acho bem representativo porque traz a democracia para as mãos do povo”, disse.

Em Marituba, a BR-316 foi bloqueada

Paus e pneus foram queimados e usados para fechar a rodovia. (Foto: Ney Marcondes/Diário do Pará)

Cerca de 300 manifestantes atearam fogo em pneus e bloquearam a rodovia BR-316, em frente à Alça Viária, no sentido Marituba-Belém. Não houve confrontos. Duas horas depois após ter iniciada a interdição, um agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF), com apoio de policiais militares, fez uma tentativa de negociação para a liberação parcial da via. Homens do Corpo de Bombeiros foram acionados para debelar as chamas.

De acordo com o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais do Brasil (Contag), Carlos Augusto Silva, a maior parte desses manifestantes é de trabalhadores rurais do Estado. “Queremos chamar a atenção para esses trabalhadores que serão os mais atingidos por essas reformas da Previdência e Trabalhista”, critica. A pista foi desobstruída por volta de 13h.

(Roberta Paraense, Wal Sarges e Alice MArtins Morais/Diário do Pará)

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