Não haverá greve dos rodoviários de Belém, nesta sexta-feira (28). A decisão foi tomada em assembleia geral realizada no início da noite desta quinta-feira (27).
Os trabalhadores decidiram aceitar a proposta dos empresários, que além do índice de inflação, que será divulgado no início do mês de maio, concedeu 1% de ganho real no salário e no tíquete alimentação.
"Pelo momento de recessão econômica do país, e acompanhando as negociações em outros estados que a categoria não consegue ganhar nada, os rodoviários de Belém avaliaram positivamente este reajuste", considerou o sindicato dos rodoviários.
A proposta foi levada para assembleia geral da categoria e, caso não aceitassem, entrariam em greve a partir das 00h desta sexta-feira (28).
Leia também:
- TRT determina frota mínima de 50% dos ônibus em Belém, Ananindeua e Marituba
- Veja quais categorias já aderiram à greve em Belém e região metropolitana
ANANINDEUA E MARITUBA DECIDEM NA SEXTA
A decisão não abrange os rodoviários de Ananindeua e Marituba, que devem reunir com representantes do sindicato dos empresários na manhã desta sexta-feira (27), também na Superintendência Regional do Trabalho (SRT).
De acordo com Rosivan Soares, diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários em Empresas de Transportes de Passageiros de Ananindeua e Marituba (Sintram), a expectativa dos rodoviários é ganhar um reajuste igual ao da categoria de Belém, com 1% de ganho real.
ÔNIBUS PODERÃO PARAR DURANTE MANIFESTAÇÃO DA GREVE GERAL
Embora os trabalhadores tenham garantido que não pretendem aderir à greve, os sindicatos dos rodoviários admitem a possibilidade de que alguns veículos parem durante o ato pela greve geral nacional.
"Veja bem, o que nós garantimos, se houver o reajuste, é que não faremos greve", explica Rosivan. "Entretanto, durante o ato nacional, alguns veículos podem paralisar por causa do movimento."
O sindicato dos rodoviários de Belém expressa a mesma posição. "Não haverá greve da categoria, mas durante a manifestação pela greve geral, pontualmente, alguns ônibus podem parar", disse o sindicato.
ANTES DO ACORDO, MUITA CONFUSÃO
Na quarta-feira (26), a reunião entre o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel) e o Sindicato dos Rodoviários do Pará, na sede do Setransbel, acabou sem acordo.
O advogado do Setransbel, Mário Tostes, e o representante dos rodoviários, Altair Brandão, se desentenderam e o clima ficou tenso. A reunião tentava um acordo entre rodoviários e empresários do transporte público em relação à data-base da categoria.
Um dos momentos mais tensos da reunião foi o desentendimento entre Altair e Mário.
Segundo o representante dos rodoviários, "Mário Tostes chamou os trabalhadores de palhaços. Não podíamos permanecer numa reunião onde o advogado dos empresários nos trata com desrespeito. Estávamos falando que eles obtiveram esse ano reajuste de tarifa e poderiam nos oferecer um aumento de salário digno, mas ele retrucou e perdeu a razão, por isso fomos embora", explicou Brandão.
Leia também:
- Cosanpa nega mensagens sobre paralisação nas redes sociais
- Trabalhadores de supermercados podem paralisar durante a greve geral
PROPOSTA DE AUMENTO IRRISÓRIA
De acordo com Roberto Sena, supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA), devido ao momento de inflação baixa, que não deve ultrapassar 5%, esse reajuste não contempla os anseios da categoria.
"O que os empresários ofereceram pouco muda a realidade. O aumento no tíquete alimentação, por exemplo, aplicada a inflação, adiciona pouco mais de R$ 20", explica o economista.
SINDICATO OFERECE REAJUSTE POR INFLAÇÃO
Por outro lado, o Setransbel esclareceu, por meio de nota ao DIÁRIO, que, "mesmo diante do processo de recessão ao qual vive o país, manteve a proposta que vinha sendo acordada nos últimos três anos, que é a reposição das perdas inflacionárias, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC)."
(DOL e Michelle Daniel/Diário do Pará)
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar