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Ferrogrão começa a sair do papel

Começa a sair do papel, nas próximas semanas, um dos maiores projetos de infraestrutura do País, que trará um boom de investimentos – e empregos – para o Estado do Pará: a Ferrogrão. Assim é conhecido o projeto greenfield da Estrada de Ferro 170, que liga

Começa a sair do papel, nas próximas semanas, um dos maiores projetos de infraestrutura do País, que trará um boom de investimentos – e empregos – para o Estado do Pará: a Ferrogrão. Assim é conhecido o projeto greenfield da Estrada de Ferro 170, que ligará Sinop, no Mato Grosso, a Itaituba, no Pará. A rodovia estará à beira do Tapajós, cruzando outros três municípios paraenses (Rurópolis, Trairão e Novo Progresso). O Governo Federal pretende realizar, nas próximas semanas, a primeira das duas audiências públicas previstas para que o leilão de concessão da ferrovia possa ocorrer ainda no segundo semestre deste ano. As obras irão gerar 116 mil empregos ao longo do traçado. Durante a operação, serão mais 5 mil empregos divididos entre o Pará e o Mato Grosso.

“O Arco Norte é absolutamente estratégico para a competitividade nacional, e é fundamental que nós consigamos viabilizar os seus componentes, como portos, rodovias e ferrovia”, afirma o ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho. “São conjuntos de ações que permitem que o escoamento da produção nacional possa seguir o rumo do Norte do País, e particularmente do Pará, consolidando o Arco Norte”, afirma, completa.

Economia

A competitividade do mercado brasileiro é outro fator importante para que a Ferrogrão saia do papel, afirma o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella. “A ferrovia proporcionará maior capacidade e menores custos de transporte, ampliando a competitividade das commodities brasileiras, com geração de emprego e renda para a região”, diz o ministro.

A Ferrovia tem como principal objetivo facilitar o escoamento da produção brasileira de grãos aos portos do Norte do País. Ela oferecerá rota alternativa, mais segura, mais rápida e mais econômica à atual, que não passa pela região Norte e ainda à rota rodoviária, que também vinha sendo estudada.

“A rodovia BR-163 é constantemente comprometida pelo alto índice de chuvas na região, e sua camada asfáltica, além de bastante debilitada, não comportaria o elevado fluxo de caminhões previsto com o aumento do transporte de grãos por essa rota nos próximos anos”, avalia o consultor da MacroLogística, Olivier Girard. Ele destaca que a Ferrovia poderá transportar, em seu retorno ao Mato Grosso, fertilizantes e combustíveis, o que contribuiria para reduzir o custo do frete. Estimativas indicam que seria possível chegar a uma economia superior a 30% comparando a alternativas rodoviárias de escoamento. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Arco Norte é o “fluxo natural” para escoar a produção de grãos do Centro Oeste. “Naturalmente, um percurso acima de mil quilômetros deve sempre envolver outros modais que não o rodoviário, pela economicidade e também pela preservação ambiental”, garante o especialista de Política e Indústria da CNI, Matheus Castro. Castro lembra que não só o valor do frete cai com a priorização da ferrovia, mas o número de dias rodados. Isso contribui com custo, segurança nas estradas, e o impacto gerado pelo combustível é reduzido. “Além disso tudo, a queda do fluxo de caminhões na rodovia contribui para maior economia na manutenção delas. Isso é economia pública”.

Projeto garante a preservação socioambiental

O projeto é de grande porte: São R$ 12,6 bilhões estimados para a construção de acordo com os estudos de viabilidade técnica para o projeto, iniciados em 2014, por meio de Proposta de Manifestação de Interesse (PMI). “É um projeto diferenciado, por já possuir uma demanda por transporte existente e em crescimento. Hoje o Brasil produz cerca de 100 milhões de toneladas de soja, dos quais 72 milhões são exportados. Destes, cerca de 7% utilizam o corredor de transporte da BR-163”, calcula o ministro dos Transportes Maurício Quintella. Segundo especialistas, a maior parte dos recursos será destinada às obras em território paraense, não só pelo percurso maior, mas também por conta da dificuldade do trajeto. São pontes, túneis, passagens de nível. Essas “dificuldades” elevam em até três vezes o custo total da obra, ante a média internacional admitida para uma ferrovia em piso plano, de US$ 1 milhão por km. Além disso, o projeto teve o cuidado de evitar áreas povoadas e reservas nacionais para garantir a preservação socioambiental. “O único trecho em que foi inevitável cruzarmos por um Parque Nacional, o do Jamanxim, tivemos o cuidado de fazer o traçado beirando a faixa da já existente BR-163, e por isso mesmo, não afetando os limites do Parque”, explicou Roberto Meira, gerente Administrativo Financeiro de Projetos da EDLP (Estação da Luz Participações), empresa responsável pela estruturação do projeto.

Investidores estrangeiros darão sustentação financeira às obras

Considerada uma das principais estruturadoras de negócios de logística e infraestrutura de transportes do Brasil, a EDLP se juntou para estruturar a Ferrogrão às maiores tradings de agronegócio com atuação no Brasil: ADM, Amaggi, Bunge, Cargill e LDC. Nos bastidores do setor, no entanto, são aguardados investidores estrangeiros para compor o grupo e dar sustentação financeira ao aporte de recursos. Três grupos chineses, dois russos e até um italiano já demonstraram interesse no projeto, segundo fontes do setor. Porém, as negociações parecem estar mais avançadas com pelo menos dois grupos chineses: um deles, a Pengxin Group, já reforçou até mesmo ao Palácio do Planalto seu interesse em novos investimentos no Brasil, em especial nesse projeto.

O grupo chinês atua no Brasil como controlador da Fiagril, empresa que processa e exporta grãos. O segundo grupo também interessado seria a gigante chinesa Communications Construction Company (CCC), que comprou 80% do capital da brasileira Concremat Engenharia. O conglomerado chinês, com negócios em infraestrutura, equipamentos pesados e serviços de dragagem, estava em busca de uma empresa de engenharia para ter as certificações e tocar projetos no Brasil.

Roberto Meira, da EDLP, porém, não confirma o favoritismo das duas empresas e diz que todas as conversas por enquanto foram “embrionárias”, mas até o momento do leilão a parceria já estará concretizada. Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), Vicente Abate, as concessões previstas pelo Governo Federal no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) em torno de R$ 25 bilhões irá contribuir para a manutenção de empregos e melhora na renda dos trabalhadores. Em um ano de crise, como 2016, a indústria ferroviária cresceu 6,5%, sobre 2015, atingindo a um faturamento de R$ 6,6 bilhões.

(Erica Ribeiro e Kelly Lima/Diário do Pará)

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