Na rua da Felicidade, obra inacabada gera revolta

Felicidade é o nome da rua. Porém, os moradores da via localizada no residencial São Gaspar, no bairro do Tapanã, em Belém, não estão nada satisfeitos. Por lá, o sentimento é de revolta por causa da situação precária da rua. Na entrada, uma placa de obra anuncia drenagem, pavimentação e iluminação pública.

Contudo, a pista está tomada por buracos. O mato ocupa quase toda extensão da via. Na região, não há saneamento básico. À noite, os moradores ficam com medo de sair de casa porque nos postes de energia elétrica não há lâmpadas, o que deixa o local bem inseguro. A obra é fruto de um convênio entre o Governo do Estado e a Prefeitura de Belém. O prazo de entrega é de 12 meses. Porém, a placa não informa sobre a data do início dos trabalhos. Segundo os moradores, a placa foi colocada na via antes das eleições do ano passado.

No entanto, no local não existe nenhum indício de obras. “Vieram, colocaram uma tubulação e não voltaram”, reclama Douglas Portal, 28. O gestor ambiental mora na passagem São Pedro, via que fica perto da rua Felicidade. “Toda essa região está abandonada. Isso foi o início de obra eleitoreira. Agora, não há interesse em terminar”, observa.

Foto: Mauro Ângelo

LIXO

Por causa da falta de pavimentação da rua Felicidade, os caminhões de coleta de lixo não entram. “Os carros ficam atolados e, para tirá-los, é complicado. Tem 2 meses que aqui não tem coleta”, lembra Douglas. As esquinas das passagens Belchior e São Pedro, com a rua Felicidade, estão cheias de lixo. “Não aguentamos mais conviver com o mau cheiro. Isso faz mal para a saúde”, reclama a técnica de enfermagem Sandra Ferreira, 41. “O sentimento é de indignação com o abandono. Cadê o dinheiro da obra? Cadê a obra?”, questiona a moradora.

O segurança Sales Silva, 51, diz que, quando os caminhões de lixo passam, acabam tendo de trafegar sobre a tubulação da via, que está exposta. “Não colocaram asfalto, não há qualquer proteção. E o peso desses carros pode quebrar a tubulação”, destaca. A dona de casa Margarete Monteiro, 45, vive há 20 anos na rua Felicidade. Ela relata que, quando chove, a situação piora. “Fica um rio. Nem de carro dá para passar”, lamenta. Como a via é inclinada, a água escorre e fica acumulada na entrada da pista.

A Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) afirma que a obra é em parceria com o Governo do Estado, que os projetos estão sendo analisados e que o serviço será retomado em breve. Sobre mato e lixo, diz que uma equipe verificaria a situação e realizaria os reparos.

(Roberta Paraense/Diário do Pará)