Palhaços trovadores reapresentam espetáculo

O grupo Os Palhaços Trovadores apresentam, de hoje até domingo, às 20h, no Teatro Universitário Claudio Barradas, a terceira temporada do espetáculo “A Vingança de Ringo”. Com direção de Marton Maués, a peça ganhou o Prêmio de Experimentação, Pesquisa e Divulgação Artística da Fundação Cultural do Pará em 2016 e dá continuidade às comemorações dos 18 anos do grupo.

Criado como um dramalhão circense, de autor desconhecido, “A Vingança de Ringo” é inspirado nos filmes de bang-bang das décadas de 1960 e 1970, tempo em que era comum artistas circenses escreverem peças inspiradas em filmes, canções e novelas de rádio de sucesso, que eram montadas em circos e repassadas de pai para filho.Na adaptação dos Palhaços Trovadores, o dramalhão se transforma em palhaçada e imprime aos personagens suas essências cômicas.

A história se passa em uma área de garimpo, dominada pelo cangaceiro Corisco. O centro dos acontecimentos é um bar de beira de estrada, o Boteco do Matias, onde o proprietário trabalha juntamente com sua filha Maria. É no bar que Corisco mata o dono das terras do garimpo, Juvêncio J. Torres, pai de um jovem que segue para os Estados Unidos, acompanhando a mãe que está doente. Sete anos depois, o jovem volta, agora como o vingador Ringo, um caubói chegado do Arizona e por quem Maria, a filha do dono do boteco, se apaixona. Após muitas peripécias, Ringo revela quem é e o que veio fazer ali, matando o fascínora Corisco num duelo. Como prêmio, além das terras que foram de seu pai, Ringo ganha a mão de Maria. Mas a peça reserva ainda uma grande surpresa, com uma revelação de Matias antes do casamento da filha.

Distante das cores fortes e vivas tão características da figura do palhaço, inclusive o nariz vermelho, a cenografia e o figurino deste espetáculo surgem em tons terrosos e de sépia, para construir esse ambiente do garimpo, meio em clima de Velho Oeste. Para os Palhaços Trovadores, a montagem é diferente de tudo o que já fizeram antes. Não há instrumentos e as canções ao vivo dos espetáculos anteriores, que tinham como modelo os folguedos populares e que justificavam o título de “trovadores” escolhido para o grupo. Os atores-palhaços também não ficam mais o tempo todo em cena, como na estrutura dessas representações populares. Dividido em três atos, “A Vingança de Ringo” se constrói com cenário, entradas e saídas dos personagens, onde ocorrem dramas, brigas e tiroteios, tudo com muita graça.

(Diário do Pará)