Moradores caminham na BR contra lixo nesta terça

Após Simão Jatene ter supostamente descumprido um acordo, em que se comprometeu a dialogar com os moradores do município de Marituba, sobre o aterro sanitário instalado na cidade desde 2015, um ato está sendo organizado para esta terça-feira (4) pelos cidadãos. Os moradores pedem um basta ao mau cheiro e aos problemas de saúde que estariam sendo causados pelo lixo.

O resultado da insatisfação: mais uma concentração, prevista para as 7h dessa terça, na Praça Matriz de Marituba. Em seguida, a intenção do grupo é caminhar, utilizando as duas vias da BR-316, até a entrada do aterro sanitário, próximo a Alça Viária.

Quando os moradores do município, localizado na Região Metropolitana de Belém, bloquearam as duas vias da BR, e a entrada do aterro sanitário da cidade no último dia 23, protestando contra as más condições que o local está trazendo para a saúde da população, Simão Jatene, através de sua assessoria, teria comprometido-se a dialogar a questão. Na ocasião, os habitantes decidiram confiar na palavra do governador, e retiraram-se do local.

O tempo passou e o tão esperado encontro não aconteceu, e, segundo a comunidade, sem nenhuma justificativa por parte do poder público.

Cansados de esperar, os maritubenses resolveram avançar com o novo ato, exigindo o fechamento do aterro, que recebe todo o lixo das cidades de Belém e Ananindeua.

OCUPAÇÃO CONTRA O LIXO

Moradores prometem permanecer com o protesto até o governador se manifestar (Reprodução)

“A primeira vez que protestamos, quando o poder público percebeu que estávamos dispostos a acampar o tempo que fosse necessário, nos disseram que o governador viria pessoalmente conversar conosco sobre este lixão. O tempo passou, e nenhuma resposta foi dada, queremos falar com o governador para estabelecer uma data limite para fechamento disso”, determinou Valdirene Lira, que mora nas proximidades do aterro.

Outro morador que participará do ato é Rodrigo Araújo, que conta sobre o odor insuportável que toma conta do município. “Tenho duas crianças em casa, não conseguimos respirar normalmente há um ano. O mal cheiro é tanto, que mesmo com a casa toda fechada, precisamos usar máscaras e incensos, queremos que todos saibam da situação que estamos passando”, indigna-se.

Segundo Valdirene e Rodrigo, o ato não tem líderes, é uma iniciativa popular, resultado da insatisfação de todos, e sem horário determinado para terminar. “Da última vez que caminhamos pela BR para denunciar a situação, deu aproximadamente 15 mil pessoas. Como não temos liderança, só saberemos o número de participantes durante o ato, mas esperamos que tenha uma adesão maior”, conta Rodrigo.

MAL CHEIRO CHEGA EM ANANINDEUA E BELÉM

A situação agravou-se com o período de chuvas nas cidades. O cheiro de chorume intensificou-se, chegando em bairros e conjuntos como o Icuí e a Cidade Nova, em Ananindeua, e na entrada da cidade de Belém, em bairros como Castanheira e Guanabara.

Tanto as prefeituras de Belém e Marituba, como o Ministério Público, comprometeram-se a fiscalizar com mais rigor os métodos utilizados pela empresa que gere o aterro, porém, até o momento, o mal cheiro vem se espalhando por mais partes de Belém e regiões metropolitanas.

Devido ao horário, o DOL enviou solicitação de posicionamento ao Governo via e-mail e atualizará a reportagem assim que tiver um retorno.

Na última vez em que se posicionou sobre o tema, o Governo do Pará, por meio de sua Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas), prometeu 20 medidas para amenizar os problemas, entre elas atendimento médicos, e meios para a não contaminação do ar e de nascentes próximas ao aterro. Mas até agora nada foi feito.

(DOL)