Espaços de lazer estão abandonados em Ananindeua

Espaços públicos de lazer em Ananindeua estão em situação de abandono. Basta andar por algumas ruas para constatar esta situação. No Complexo Esportivo da Cidade Nova 8, no bairro do Coqueiro, o lamaçal tomou conta das duas quadras. O local, frequentado por pessoas que fazem caminhadas e corridas, está com o piso desnivelado; as calçadas, com buracos e lixo.

O industriário Paulo Bernardes, 53 anos, todos os dias vai se exercitar ali e reclama das precárias condições do espaço. “É inseguro”, critica. Durante o dia, moradores de rua dormem entre as árvores. O operador de painel Mauro Boulhosa, 53, nem pensa na possibilidade de usaro local como lazer.

Os brinquedos estão quebrados, assim como as lixeiras, sem as grades. Há gangorras até dentro de poça de lama. A sarjeta é tomada por uma água esverdeada e de mau cheiro. “Precisamos que a Prefeitura de Ananindeua cuide das nossas praças. Elas estão abandonadas”, lamenta a autônoma Gleice Melo, 19.

Nas lembranças da infância de Ramon Vieira, 25, estão as tardes de brincadeiras na Praça Nonato Sanova, no conjunto Cidade Nova 6.

“Todas as crianças da vizinhança vinham para cá. Era divertido”, conta o consultor de vendas, olhando para o local que hoje, está cercado de mato. O logradouro, que fica na frente da ex-granja do Governo do Pará, atualmente é conhecida como ‘praça do urubu’, devido à quantidade de lixo que é depositado ali.

INSEGURANÇA

Quem trafega no espaço, além de temer a insegurança - apesar de ficar perto da delegacia da Cidade Nova -, tem medo de cair nas calçadas cobertas de limo ou nos bueiros sem tampas.

“Com o abandono, temos assaltos constantes. É sujo. Uma triste realidade”, completa Ramon. Os brinquedos estão danificados, alguns amarrados por arames e pedaços de corda. As árvores têm galhos podres e são viveiros de cabas, uma situação que afasta os visitantes, principalmente as crianças.

“Tenho netos e não os trago aqui”, diz o eletricista Jonis Clessios, 40. A praça passou por uma restauração em 2007, na gestão do ex-prefeito Helder Barbalho.

O empresário Gió Figueira lembra que o espaço ficou preservado até o atual prefeito de Ananindeua, Manoel Pioneiro (PSDB), assumir o cargo. “Com a reforma ficou bem movimentada. Agora, está um deserto”.

Mato e outros problemas afastam visitantes do local. (Foto: Fernando Araújo)

Perto do Abacatão, mato e buracos

Na avenida Dom Vicente Zico, onde fica o Ginásio Municipal de Ananindeua, o Abacatão, a praça está tomada pelo mato, que já chega na altura dos bancos. Por ali, quase ninguém trafega e há muitas sacolas de lixo jogadas próximos aos bueiros sem tampas.

Na entrada do ginásio, que tem os seus muros pinchados, a buraqueira dificulta a locomoção dos frequentadores. Sentado sob uma árvore, o taxista João Evangelista, 62, critica a falta de cuidados com as ruas no entorno. “Os carros ficam acabados de tanto buraco”, observa João.

A Secretaria de Saneamento e Infraestrutura (Sesan), da Prefeitura de Ananindeua, informa que a praça citada na matéria vai passar por uma reforma geral a partir de junho. Sobre o mato e o lixo, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Seurb) afirma que vai mandar uma
equipe fazer uma limpeza emergencial na praça.

(Roberta Paraense/Diário do Pará)