No bairro da Cidade Velha, em Belém, uma casa bonita cheia de azulejos e pinturas em tom azul celeste deixa claro: ali mora uma torcedora bicolor. Um escudo do Paysandu, que brilha quando aceso pelo interruptor, apaga todas as dúvidas – não é apenas uma torcedora, mas uma fanática que ali mora. “Eu nasci, cresci, vivi a minha vida inteira acompanhando e torcendo pelo Paysandu! Eu torço tanto pro time que o único pedido que eu fiz pra minha família, para quando eu morrer, é uma grande bandeira do Paysandu para ser enterrada enrolada nela”, comenta entusiasmada Alcina Conceição Leal, aos 87 anos de vida e de Payxão.
Apenas 16 anos mais nova que o clube do coração, Dona Conceição, como é conhecida, já não sabe nem dizer exatamente quando começou a torcer. “Ainda bem cedo me acostumei a assistir os jogos de futebol no antigo campo do Norte Brasileiro. Gostei do jogo e decidi que iria torcer”, informa. “Escolhi o Paysandu, pra desgosto de parte da família que torce pelo Remo”, relembra Conceição. Com uma família bem dividida entre azulinos e bicolores, a família até hoje evita se reunir em dias de Re-Pa para não ter confusões.
RELÍQUIAS
Conceição guarda consigo algumas relíquias de torcedora. Um bottom comemorativo dos 7 a 0 que data de 1975! Ela também ostenta um pequeno alfinete de ouro com a bandeira bicolor na ponta que é ainda mais antigo – tem 64 anos de idade! “Esse presente me foi dado pelo Giorgio Falângola, ex-presidente do Paysandu e que trabalhou comigo na recebedoria de rendas, da Receita Federal. Guardo como um tesouro! Posso perder tudo, mas não perco ele!”, garante.
(Taion Almeida)
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