Chamusca estuda opções para enfrentar o Remo

Se em um de seus grandes sucessos, o compositor carioca Noel Rosa indagava com que roupa iria a um samba para o qual havia sido convidado, bem distante do bairro carioca de Vila Isabel, berço do poeta, na Curuzu, o técnico Marcelo Chamusca convive com outro dilema. Ele não sabe com que time irá encarar o Re-Pa de domingo (26), o segundo da temporada. De uma coisa, porém, ele tem certeza: que o Paysandu precisa, como prometia Noel em sua composição, mudar de conduta.

A dúvida passou a povoar a cabeça do comandante bicolor desde que viu o Papão jogar com autoridade e vencer, com folga, o São Francisco, em Santarém, mesmo utilizando uma equipe recheada de jogadores reservas e alguns poucos titulares, entre eles o goleiro Emerson, que, em princípio, seria poupado, mas que acabou pedindo para entrar em campo.

Após a partida em Santarém, Chamusca admitiu que a atuação do time bicolor alternativo, como vem sendo chamado, lhe deixou algumas dúvidas na cabeça. “Ganhamos opções para todas as posições”, constatou. O treinador rendeu homenagens especiais à zaga, formada por Perema e Pablo, ao lateral-direito Hayner e, em menor grau, aos demais atletas. “Não temos 11 jogadores, mas um elenco que nos oferece alternativas”, festejou.

Chamusca preferiu não adiantar nada quanto à formação para o clássico, mas sinalizou, nas entrelinhas, que fará mudança na equipe titular que vinha jogando até a partida contra o Galvez-AC, pela Copa Verde. Independente de quem seja escalado, o técnico deve cobrar de seus jogadores a mesma postura que o grupo teve no “Barbalhão”, quando foi à luta para se aprumar, do mesmo modo prometido por Noel na letra do samba “Com que Roupa?”, de 1929, até hoje sucesso nas rodas de bambas.

Vitória em Santarém fortaleceu a confiança

A vitória diante do São Francisco trouxe um ambiente de paz ao Paysandu, dando ao técnico Marcelo Chamusca e seus atletas a tranquilidade necessária para a preparação do time com vistas ao Re-Pa, de domingo (26), no Mangueirão. Não bastasse ter afastado o ambiente carregado, causado pelas fracas atuações anteriores do time, em que pese as vitórias, o Papão também tem a seu favor o fato de ter garantido, antecipadamente, sua classificação à semifinal do Parazão.

“Um resultado como esse, sem dúvida, que fortalece a confiança do grupo”, avaliou o treinador, logo após o triunfo em Santarém. “A vitória traz um ambiente de vestiário muito bom”, completou. Segundo o comandante bicolor, o resultado atingiu a todo o elenco do clube. “Foi importante para a comissão técnica e para os jogadores”, avaliou, referindo-se, claro, ao fato de o grupo ser menos cobrado pelos torcedores.

PENDURADOS

O Paysandu tem para o clássico Re-Pa ao menos três jogadores ameaçados de não defenderem o time na penúltima fase do Parazão. O zagueiro Gilvan, o volante Rodrigo Andrade e o atacante Leandro Carvalho estão pendurados com dois cartões amarelos e, caso sejam escalados pelo técnico Marcelo Chamusca para encarar o maior rival, terão de tomar todos os cuidados possíveis para que não venham a ser premiado com o terceiro cartão.

ATLETAS LOCAIS

O time do Paysandu que bateu o Leão santareno teve formação com a maioria de jogadores locais. Na equipe que iniciou o confronto, cinco atletas são locais, no caso os zagueiros Pablo e Perema, o lateral-esquerdo Andrelino, o volante Jhonnatan e o atacante Wil. Dois deles com início de carreira na base do próprio clube: Pablo e Will. A lista de jogadores “papas-chibés” é ainda maior, levando em consideração os atletas que entraram no decorrer do jogo. O técnico Chamusca utilizou Aslen, Juninho e Samuel, nos postos Andrelino, Rodrigo Andrade e Daniel Sobralense, respectivamente. Com isso, a relação de atletas locais nos 90 minutos da partida chegou a nove profissionais

(Nildo Lima/Diário do Pará)