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Sobrecarregados, PC pode entrar em greve, no Pará

Ao longo de toda a avenida Presidente Vargas até a praça da República, no centro de Belém, aproximadamente 300 agentes da segurança pública participaram, ontem de manhã, da Caminhada da Paz, promovida por entidades que representam policiais civis do Pará.

Ao longo de toda a avenida Presidente Vargas até a praça da República, no centro de Belém, aproximadamente 300 agentes da segurança pública participaram, ontem de manhã, da Caminhada da Paz, promovida por entidades que representam policiais civis do Pará. Os manifestantes se reuniram para cobrar do Governo do Estado mais segurança, repudiar a criminalidade e exigir a valorização da Polícia Civil. Com cartazes e carro-som, eles reclamaram das condições de trabalho que enfrentam na capital e no interior do Pará, além dos salários. Se as reivindicações da categoria não forem atendidas após uma reunião marcada com as autoridades no fim deste mês, pode haver uma greve de policiais civis no Estado.

Segundo o presidente da Associação dos Delegados de Polícia Civil do Pará (Adepol), Maury Marques, um dos principais problemas da categoria é efetivo reduzido. Ele lembra que a população paraense quase dobrou nos últimos 15 anos, mas o número de servidores da corporação não acompanhou o crescimento. “Tínhamos 3 mil policiais em 2002, agora somos 2.600, sendo que apenas 2 mil estão ativos para atender a uma demanda de mais de 8 milhões de paraenses”, comparou. “Seria necessário o mínimo de 10 mil policiais”, acrescentou.

LEIS NÃO CUMPRIDAS

Outra reivindicação dos policiais civis é o cumprimento das leis complementares estaduais (094/2014 e 095/2014) que tratam da carreira dos delegados e da incorporação do abono salarial. Além disso, o delegado Maury diz que os policiais civis estão “em situação de insalubridade comprometida”, devido aos plantões remunerados. “O Estado paga o plantão e deixa de contratar policiais, mas também prejudica a saúde dos servidores que, às vezes, dobram as jornadas”, acusa o presidente da Adepol.

Já o presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sindpol), José Pimentel, diz que sem as condições necessárias, como efetivo e salarial, a sociedade acaba penalizada. “Não por culpa dos policiais, mas, quando os crimes muitas vezes não são esclarecidos, é por falta de investimento do Governo. Somos vítimas desse Governo, assim como toda a população”, acusou.

Condições de trabalho são precárias

Na última sexta-feira (17), representantes das entidades dos policiais civis percorreram algumas delegacias da Grande Belém para fiscalizar o descumprimento das jornadas de carga horária, atribuições legais, não cumprimento dos plantões remunerados, servidores administrativos exercendo o ofício de escrivão e também para orientar os agentes sobre a mobilização do comitê unificado.

Durante a vistoria, foram encontradas várias irregularidades. Na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), apenas uma escrivã e uma investigadora estavam de plantão. Na seccional da Marambaia, que funciona como central de flagrante a partir das 18h nos finais de semana e feriados, várias pessoas aguardavam para fazer ocorrências porque o único escrivão estava concentrado em um flagrante.

Em Marituba, a sala de ocorrências está com infiltrações, um problema que já havia sido denunciado ao Governo, mas até o momento segue sem soluções

Números

17 mortes - é o número de agentes da segurança pública assassinados no Pará somente este ano, segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sindpol), José Pimentel.

Até os próprios servidores se assustam com tanta violência no Estado

Miguel Pinto, que é investigador de polícia há 38 anos, atua na delegacia do Comércio, em Belém, onde denuncia a falta de estrutura. “Policiais adoecem por causa do trabalho excessivo e não há reconhecimento de dar melhores condições. Ainda estamos sem o cumprimento das leis e nossas reivindicações não foram atendidas”, acusa.

Há 27 anos como papiloscopista, Sebastião Oliveira avalia o atual cenário do sistema de segurança pública como histórico. Segundo ele, “nunca houve tanta violência no Pará. Queremos paz, segurança”.

Resposta do Governo

- A Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) informou que o Governo fará um estudo técnico-financeiro para saber das possibilidades de ajuste salarial da categoria.
- Segundo a Segup, até julho deste ano os candidatos aprovados no último concurso da Polícia Civil estarão sendo convocados

(Michelle Daniel/Diário do Pará)

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