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Descaso com calçadas do Bosque oferece riscos

Com a chegada do chamado “inverno amazônico” em Belém, fica difícil encontrar rua ou calçada da cidade que não tenha pelo menos um buraco ou outra falha de estrutura que coloque em risco qualquer pessoa que passa por esses locais. E com um dos principais

Com a chegada do chamado “inverno amazônico” em Belém, fica difícil encontrar rua ou calçada da cidade que não tenha pelo menos um buraco ou outra falha de estrutura que coloque em risco qualquer pessoa que passa por esses locais. E com um dos principais pontos turísticos e históricos da cidade de Belém, o Jardim Botânico Bosque Rodrigues Alves, não é diferente.

A reportagem do DOL fez imagens das calçadas do Bosque e registrou trechos completamentes quebrados em todas as laterais do local. Em frente a uma parada de ônibus do Bosque, por exemplo, um enorme buraco é um perigo em potencial para usuários do transporte público, principalmente idosos e deficientes.

Confira galeria de foto das calçadas que cercam o Bosque Rodrigues Alves.

TRANSEUNTES SOFREM

De acordo com o vendedor de lanches Reinaldo da Silva, 42 anos, que trabalha na calçada do entorno do Bosque há aproximadamente três anos, o buraco localizado em frente à parada de ônibus existe há pelo menos dois anos, mas a situação tem se agravado de lá para cá.

Reinaldo conta que os principais prejudicados pela situação são deficientes físicos, como usuários de cadeiras de rodas, que geralmente acabam precisando de ajuda para passar daquele local, situação que compromete a independência desses cidadãos.

Além disso, o vendedor alerta para outro perigo das pedras soltas na calçada do Bosque: os objetos acabam sendo utilizados em brigas de gangues na avenida Almirante Barroso e adjacências.

Outro vendedor de lanches, Adbias Lobato, que trabalha há quase 12 anos na avenida Almirante Barroso com a Lomas Valentinas, opina que os idosos são algumas das principais vítimas das péssimas condições das calçadas. “Aqui tem muita pedra solta. Vemos muitas senhoras caindo. Há dois ou três anos isso está assim, não tem nada melhorando. Só piora”, comenta Abdias.

Outra reclamação do vendedor é a pouca iluminação da ruas dos entornos do Bosque. “Aqui assaltam direto. Toda noite quase tem um caso”, relata.

DEFICIENTES RECLAMAM

A falta de estrutura nas calçadas e ruas, em Belém, não é exclusividade do entorno do Bosque. No entanto, os buracos no local dificultam e às vezes mesmo restringem o acesso de grupos a um dos principais cartões-postais da cidade. Os cegos, por exemplo, sofrem riscos constantes ao andar por lá.

“Primeiro que não há faixa tátil na frente do Bosque. Além disso, a calçada é toda esburacada, o que não proporciona um bom acesso ao lugar. As cegas que andam de salto alto podem facilmente cair e torcer o pé. Com a acessibilidade bem complicada, o local se torna um perigo”, relata Raimundo Sales, presidente da Associação de e para Cegos do Pará (Ascepa).

Segundo o presidente da associação, isso, inclusive, restringe um direito constitucional dos cegos. “O direito de ir e vir fica suprimido, o que é inconstitucional. Sabemos que a situação ainda piora, e muito, na época de chuva. A água fica empoçada e acaba sendo um agravante”, conclui Raimundo.

CORREDORES ENTRE CARROS

Além dos transeuntes que passam pelo Bosque e os que visitam o Jardim Botânico, outro grupo têm sentido as consequências diretas dos buracos nas calçadas: corredores e outros praticantes de atividades físicas que utilizam o espaço para corridas e exercícios funcionais.

Um dos grupos de corrida é o do treinador Célio Lobato. Eles se reúnem em um dos cantos do Bosque e fazem trajetos que passam pelas calçadas do local. Segundo Célio, a quantidade de pedras soltas no entorno é grande e oferece risco real para os corredores.

“Tem muita pedra solta nas calçadas do Bosque. A situação ainda não está tão ruim quanto as das praças de Belém, como a Batista Campos e a da República. A estrutura nesses locais está uma coisa absurda. Alguns alunos nossos já caíram durante as atividades”, comenta Célio.

Reclamações semelhantes são ouvidas entre os corredores do projeto HapVida + 1K, que treinam de segunda à quinta-feira, durante a noite, ao redor do Bosque.

Segundo Brenda Furtado, uma das treinadores dos grupos, os buracos e o fato das calçadas ficarem muito lisas com as chuvas fazem que muitos corredores prefiram se aventurar entre os carros, nas ruas e avenidas, do que percorrer o calçamento do entorno do Bosque.

“Fica uma situação muito complicada. Nós orientamos para que os alunos tenham cautela ao correr pela calçadas, mas nem sempre temos controle. Acabamos tendo casos de acidentes, de pessoas tropeçando”, comenta Brenda.

“Em um desses casos, um aluno pisou em uma pedra solta e teve uma torção. Ele deixou de participar de algumas corridas e isso acabou influenciando no treino dele. Ele voltou receoso de correr ali, mesmo o Bosque sendo a opção mais próxima da casa dele”, continua a treinadora.

A pouca iluminação de algumas ruas nos arredores do Jardim Botânico também é um problema enfrentado pelos praticantes de atividades físicas: Brenda cita o caso da travessa Perebebuí, no trecho entre a avenida Almirante Barroso e a avenida 25 de Setembro.

“Naquele trecho o movimento é menor, não há muitas residências, é um espaço bom para praticar atividades físicas, mas justamente por ter pouca movimentação é um ponto que chama atenção de criminosos’, conta a treinadora.

Assim como o vendedor Reinaldo, ela também aborda as brigas entre gangues - que usam inclusive as pedras quebradas das calçadas do Bosque - como um motivo de preocupação entre os alunos.

“Logo no começo tinha muita gente frequentando, mas problemas como esses fazem com que alguns alunos deixem de aproveitar o espaço para fazer atividade”, diz Brenda.

Apesar da falta de estrutura, a treinadora diz que prefere perseverar e seguir aproveitando o espaço do Bosque. “Nós vamos na cara e coragem mesmo. A gente vê as dificuldades, mas como priorizamos a saúde, tomamos um cuidado extra e continuamos. Deixar de fazer a atividade ia ser mais prejudicial do que deixar de enfrentar os buracos”, opina a treinadora.

Em nota, a Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb) informou que está providenciando os procedimentos de um novo processo licitatório para dar continuidade aos serviços de manutenção das calçadas. As calçadas onde haviam árvores que tombaram também devem ser recuperadas assim que o processo for aprovado.

(DOL)

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