Ovo de Páscoa caseiro adoça o bolso

A quarentena pode servir mais que uma preparação espiritual para a Semana Santa: pode ser um período para se organizar e ganhar dinheiro com a Páscoa, que este ano será comemorada no dia 16 de abril.

Em 2015, quando estava desempregada e não viu as contas fecharem no fim do mês, a biomédica Myllena Reis, 27, fez um curso de preparação de ovos de chocolate. Mesmo não se considerando ter afinidade com a culinária, ela se arriscou e deu certo. Agora, Myllena vai para o terceiro ano nas vendas do produto.

A preparação os ovos inicia pelo menos um mês antes da data. E, nesta época em que recebe as encomendas, ela cria novos sabores e temas para os ovos, que pesam quase 0,5Kg de puro recheio.

Mesmo com várias marcas dos produtos disponíveis no mercado, a biomédica não teme a concorrência. “Temos de ir sem medo. Se arriscar. Eles têm mais conteúdos e são mais baratos”, compara.

As guloseimas custam R$ 30, disponíveis em oito sabores. Além disso, há os personalizados, e este ano ela prefere fazer surpresa sobre os temas e anunciar apenas às vésperas. “É de uma série de TV, mas eu ainda estou testando”, despista.

RETORNO FINANCEIRO

Myllena diz que conseguiu ganhar um bom dinheiro com a venda dos produtos. O preparo leva, em média, uma hora. “Já estou empregada, mas não vou deixar de fazer. Essa renda vai me ajudar bastante”, argumenta.

Sem ter uma loja fixa, ela anuncia os ovos nas redes sociais e já tem uma clientela fiel. “Tem pessoas que já perguntam e querem reservar o seu”, finaliza.

Já Aluísio Lima, 28, trabalha na produção de bolos, e afirma que, nesta época, ganha ao menos R$ 3 mil extras com a produção de ovos de páscoa.

Há 3 anos, ele passou a fazer os produtos e oferecer nas redes sociais. A procura foi tão grande, que este ano ele pretende aumentar a produção em 50%. Os tradicionais sabores são casadinho, brigadeiro e uva. “Vou aumentar as opções, fazer de paçoca, leite ninho e maracujá”, adianta.

DOCERIA VIRTUAL

Há cinco anos no mercado, a empresa virtual Doce Sophia trabalha com várias encomendas para o período. “Temos bolos, biscoitos amanteigados e cupcake”, explica a proprietária Aline Rodrigues.

Com o aumento dos valores dos produtos de confeitaria, a empresária tentará amenizar os reajustes aos clientes, em 2017. Ano passado, sua produção foi de 300 itens. Ela espera que esse número aumente em 30%. “Para alimentação, pouco se vê crise”, diz.

Os produtos oferecidos pela Doce Sophia variam de R$ 14, um cupcake que vem em embalagem para presente, até um bolo de R$ 200, que dá para toda a família. Os mais procurados são os ovos meia banda, nos sabores de churros, doce de leite e brigadeiro, além dos regionais, com cupuaçu, bacuri e castanha-do-pará. Em média, as guloseimas custam de R$ 25, de 150g, a R$ 70, de meio quilo.

(Roberta Paraense/Diário do Pará)