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Enquanto Zenaldo viaja, Belém continua sob o lixo

Mesmo com o fim do ato de moradores que bloquearam a entrada do aterro sanitário em Marituba, Belém ainda sofreu com o excesso de lixo nas ruas, no fim de semana. Na última sexta-feira, a população liberou o portão da empresa Revita, que ocupava desde qua

Mesmo com o fim do ato de moradores que bloquearam a entrada do aterro sanitário em Marituba, Belém ainda sofreu com o excesso de lixo nas ruas, no fim de semana. Na última sexta-feira, a população liberou o portão da empresa Revita, que ocupava desde quarta. Assim, os caminhões de coleta de lixo voltaram a circular região metropolitana da capital. Mesmo assim, o ritmo de trabalho de recolhimento e a quantidade de dejetos nas calçadas foram criticados pelos moradores.

Da feira principal do Conjunto Cordeiro de Farias até as ruas centrais dos bairros do Marco e de Fátima, os sacos de lixo tomavam a paisagem na frente das casas e vias públicas. “Zenaldo e os prefeitos de Marituba e Ananindeua deveriam tomar as providências para que esse caso fosse solucionado”, afirmou a dona de casa Rosimeire Miranda, 73 anos, que mora na Antônio Barreto com a 3 de Maio, no bairro de Fátima. “Tá tudo sujo. Aqui, o vento bate e a gente sente o mau cheiro dentro das nossas casas.”

O aposentado Fabiano do Vale, 74, disse que encontrou, no início da manhã de ontem, alguns garis e eles teriam dito que fariam a retirada dos sacos de lixo da frente de sua casa, entre as travessas Antônio Barreto e a 14 de Abril, somente no fim do dia. “Com a demora, o lixo é levado pelas águas das chuvas, entupindo os bueiros e dificultando o escoamento de canais”, lembrou o idoso, que mora próximo ao canal da 3 de Maio.

Rosimeire mostra a frente da sua casa, tomada de lixo. (Foto: Fernando Araújo/Diário do Pará)

Ainda nesse perímetro, uma propriedade comercial insiste na venda de frango no local, mesmo sendo afetada. “Não dá para sentir o cheiro tão forte aqui dentro, mas lá fora os clientes têm evitado comprar”, relata a comerciante Délia Santiago, 40. Até colchão tinha anteontem, segundo relatos de moradores da passagem Vileta, localizada na travessa de mesmo nome, no Marco. “Ontem tinha uma montanha de lixo na frente da vila”, mostrou a dona de casa Orlinda Cunha, 56.

REUNIÃO

Hoje, uma comissão de moradores de Marituba deve se reunir na empresa Revita para acompanhar o andamento do acordo feito entre eles e diversos órgãos, no qual constava o fechamento do lixão naquele município. A comunidade protestou contra os problemas decorrentes da instalação do aterro sanitário no local, como o forte odor e a ocorrência de problemas respiratórios entre os moradores. Eles pedem que o espaço, que recebe todo o lixo produzido na região metropolitana de Belém, seja desativado. Hélio Oliveira integra a comissão que protestou em Marituba. Ele credita a continuidade do lixão, sem tratamento, à ausência de gestão pública.

E O ZENALDO? PASSEANDO PELAS BELAS RUAS DE FLORIANÓPOLIS

E, enquanto a população sofre com o acúmulo de lixo, o prefeito passeou, sem se importar com a população que o reelegeu. Zenaldo Coutinho esteve em Santa Catarina, conforme nota confirmando, enviada pela Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Belém. A nota diz que o prefeito “não está de férias”, mas tem o direito de viajar quando quiser. “Ele viajou com a família durante o feriado de Carnaval”, diz a nota, que completa: “Em viagens inferiores a 15 dias não é necessária prévia autorização pela Câmara”.

Zenaldo está alheio aos problemas de Belém. (Foto: Fernando Araújo/Diário do Pará)

Ainda na nota, a assessoria afirma que, mesmo ausente da cidade, “o prefeito não deixou de cumprir nenhum ato de gestão”. O jornal enviou à Prefeitura um pedido de esclarecimento sobre o retorno de Zenaldo a Belém, cuja data não era informada na nota divulgada, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.

No entanto, uma fonte garantiu ao jornal que Zenaldo chegou ontem e retoma suas atividades nesta segunda-feira.

RESPOSTA

A Prefeitura de Belém informou que já executou o recolhimento do lixo domiciliar em mais de 60% dos roteiros de coleta em Belém e distritos e que os primeiros caminhões iniciaram a coleta pelos hospitais, unidades de saúde e feiras. Ainda no sábado, a coleta já havia sido normalizada no hospitais e diversos bairros, continuando pela madrugada de domingo. A Prefeitura prometeainda que, hoje, os carros retomarão a coleta programada, conforme horários de cada via.

(Wal Sarges/Diário do Pará)

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