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Patrimônio público depende de ações particulares

Mesmo em meio a um acelerado processo de urbanização de Belém, ainda é possível perceber a presença de casarões e prédios antigos com sinais de resistência da história. Dentro desses locais, os guardiões do patrimônio são pessoas comuns e empresas, que de

Mesmo em meio a um acelerado processo de urbanização de Belém, ainda é possível perceber a presença de casarões e prédios antigos com sinais de resistência da história. Dentro desses locais, os guardiões do patrimônio são pessoas comuns e empresas, que decidiram assumir o desafio de preservar parte da memória contada pela arquitetura em Belém.

De frente para as portas abertas da Igreja do Rosário, o casarão localizado na esquina das ruas Padre Prudêncio e Aristides Lobo prende o olhar de quem passa. Colorida por um amarelo vivo e pelo azul das portas e janelas, o que a fachada guarda, mais do que os pertences de seu morador, é uma boa história de recuperação do patrimônio. “Na época em que a casa entrou a venda estava bastante detonada. Antes funcionava uma pensão aqui”, conta o pesquisador na área florestal Milton Kanashiro, 62 anos, proprietário do imóvel.

Foi necessário 1 ano de reflexão para que Milton decidisse pela compra. “Se eu usasse o dinheiro para comprar a casa, eu não teria para reformar”, lembra, ao explicar que, por fim, uma negociação envolvendo outro imóvel possibilitou celebração do negócio.

Um trabalho intenso de ‘lapidação’ proporcionou que parte das linhas originais da arquitetura do imóvel fosse recuperada. Milton faz questão de destacar o trabalho de profissionais, como o artista plástico Osvaldo Gaia, o arquiteto Marcos Nascimento e o engenheiro Marcelo Aranha. “Em meados de 2006 eu ainda andava meio desesperado sem saber o que fazer. Somente outro louco compraria uma casa naquelas condições”, relembra Milton, sorrindo.

SÉCULO 19

A resistência também tem acompanhado a atuação da Associação Fotoativa, instalada em um casarão de 2 pavimentos localizado na Praça das Mercês. Construído no período de transição entre os séculos 19 e 20, o sobrado abriga a sede da associação desde 2005, quando foi cedido em contrato de comodato pela Prefeitura Municipal de Belém. A luta para concluir a restauração permanece até hoje. “Quando chegamos estava bastante degradado e em risco de desabamento. Foi a partir daí que se iniciou o trabalho de escoramento”, lembra o diretor administrativo da Fotoativa, Miguel Chikaoka.

A partir das ações emergenciais empreendidas, inicialmente com recursos da própria entidade, o casarão foi se mantendo em pé. No ano de 2008, a sede pôde ter a fachada completamente restaurada. Uma parceria entre o Escritório Modelo de Arquitetura da Universidade Federal do Pará (UFPA) e a Petrobrás possibilitou a elaboração de um projeto de restauro do casarão, mas a verba alocada para a implementação veio apenas em 2011.

A previsão inicial de entrega da obra era em 2012, porém, em meio a atrasos no tratamento de processos, a empresa que vinha executando o restauro decidiu abandonar a obra. Desde então, a associação vem reagindo como pode para continuar a recuperação do sobrado sem deixar de manter suas atividades. “De um ponto de vista pessoal, a preservação do patrimônio é um compromisso de todos”, acredita Chikaoka.

(Cintia Magno)

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