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Na mente e em casa, as lembranças de um crime

Em Marituba, o calendário esconde o buraco de bala na parede dos fundos da pequena distribuidora de picolés Meire Silva, 51 anos. Para ela, é o símbolo da violência no município da RMB. Um cliente, Geovane dos Santos, foi executado enquanto era atendido p

Em Marituba, o calendário esconde o buraco de bala na parede dos fundos da pequena distribuidora de picolés Meire Silva, 51 anos. Para ela, é o símbolo da violência no município da RMB. Um cliente, Geovane dos Santos, foi executado enquanto era atendido pela comerciante.

Passados 4 meses do crime - e convivendo com o medo diário -, ela também optou pela sua segurança e decidiu fechar seu comercio entre meio-dia e as 15h. “É arriscado e a imagem da execução ainda está viva na minha mente”, explica. A dona da distribuidora de picolés diz que o aumento da violência é notório no início da tarde na rua Juscelino Kubitschek, que fica atrás do Mercado Municipal Simão Jatene.

Meire afirma que a rua fica deserta quando se aproxima do meio-dia, hora em que o mercado fecha as portas e os feirantes das proximidades finalizam suas vendas. “Quando houve a morte do Geovane, eu fui obrigada a decidir pelo fechamento, mesmo isso que isso represente um bom prejuízo para o meu negócio. A gente fica apavorada com os assaltos constantes”,
afirma Meire.

Lágrimas

Ela lembra que seu cliente foi executado por volta das 13h com um tiro na nuca, que transfixou o pescoço e foi parar na parede dos fundos. Ela conta também que escapou por pouco do projétil. “Quando a perícia entrou para procurar vestígios, eles encontraram o tiro na parede. E eu estava quase na direção da bala. Era para ser dois mortos, se eu estivesse mais para o lado”, conta com lágrimas nos olhos.

O lucro das vendas dos picolés também caiu. “Tem o pessoal que trabalha nos ônibus e as vezes eles param aqui para abastecer, mas chegam e está fechado. Entre minha vida e o lucro, opto pela minha vida”, garante a comerciante.

Nem batalhão da polícia intimida os assaltantes

Do outro lado da capital paraense, a situação é a mesma. Foi assim com o proprietário de um pequeno depósito de bebidas da rua principal do Conjunto Maguari, na avenida Augusto Montenegro, que também se viu obrigado a aderir ao “toque de recolher” forçado. A vendedora de lanches, Luíza Souza, 43, que possui um pequeno comércio ao lado do depósito lembra que era uma das poucas lojas da rua principal do conjunto, onde moram mais de 25 mil pessoas, que ficava aberto. Só que depois do assalto, ocorrido há um mês, às 12h30, tudo mudou. “Chegou um casal de moto para comprar refrigerante. Quando o proprietário trouxe o produto, o homem o puxou e apontou uma arma. Levaram o dinheiro do comércio e o celular dele”, conta Luiza. Desde então, ele decidiu seguir a atitude dos demais comerciantes e fecha entre meio-dia e as 15h.

Coincidentemente, a menos de um quilômetro do depósito assaltado fica o 24º Batalhão de Polícia Militar (BPM) do Comando de Policiamento da Capital (CPC). Apesar do medo da população, o major PM Lima Neto, subcomandante do 24º BPM, explica que a as rondas ostensivas no conjunto Maguari atuam com base nas estatística das ocorrências e que a PM mantém diálogo com a comunidade. Mas, segundo ele, muitos casos não são denunciados. “Nós não tomamos conhecimento naquela hora, o que dificulta a ação da polícia”, argumenta.

(Emily Beckman)

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