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FGTS deve ser usado para pagar dívidas

A injeção de R$ 454 milhões na economia paraense, com os saques do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), não deve gerar um aumento significativo das vendas no comércio do Pará. A avaliação é da Federação do Comércio do Estado do Pará (Fecomércio)

A injeção de R$ 454 milhões na economia paraense, com os saques do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), não deve gerar um aumento significativo das vendas no comércio do Pará. A avaliação é da Federação do Comércio do Estado do Pará (Fecomércio), que levou em consideração a crise econômica.

Divulgada no mês passado, uma pesquisa realizada pela Fecomércio com a Confederação Nacional do Comércio (CNC) constatou que 43,8% das famílias paraenses entrevistadas no estudo estão com contas em atraso. Desse total, 19,07% informou que não tinham condições de quitar as dívidas no mês seguinte. Por esse motivo, a federação avalia que os recursos serão canalizados para a quitação de dívidas. “É bom para o trabalhador, mas esse montante não deve se reverter para mudar imediatamente o cenário para o comércio”, pontua a assessora econômica da Fecomércio, Lúcia Lisboa. Contudo, a Fecomércio acredita que, a médio prazo, ao quitar as dívidas, o consumidor pode voltar a ficar apto para o consumo.

GASTOS

Supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Roberto Sena ressalta que os quase 500 mil paraenses que terão acesso ao saldo inativo do FGTS precisam ter cautela antes de pensar em contrair novas dívidas. O economista explica que, devido à crise, o salário do trabalhador despencou e, consequentemente, muitos contraíram dívidas. Analisando a situação econômica, ele acredita que a maior parte do montante recebido deve ser usada para pagar dívidas.

“É uma ajuda muito forte para o trabalhador, mas não resolverá o problema econômico”. Com base em pesquisas recentes do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), estima-se que cerca de 50% do dinheiro seja destinado ao pagamento de dívidas, 30% para economizar e o restante para outros gastos. Para o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro, o acesso ao dinheiro do FGTS é uma medida importante para injetar uma quantidade de dinheiro significativa na economia do País.

(Pryscila Soares/Diário do Pará)

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